sexta-feira, 29 de abril de 2011

Globo completa 46 anos com o pior Ibope

Nesta terça-feira (26), quando completou 46 anos de existência, a Globo recebeu de presente uma notícia nada agradável. Dados apontaram que a emissora teve somente 16,2 pontos de média de audiência do início do ano até agora, entre 7h e 0h na Grande São Paulo. Esse resultado está 0,3 ponto abaixo da média registrada ao longo de todo o ano de 2010 e é o mais baixo registrado pela emissora do Jardim Botânico, desde sua fundação.

As quedas de audiência da Globo vêm se acentuando desde 2006. Naquele ano, a emissora registrava média de 21,4 pontos, ou seja, 5,2 pontos a mais do que tem apresentando atualmente. Esse número representa também o terceiro recuo consecutivo em três anos e indica uma queda de cerca de 26% em relação ao maior ibope obtido pela Globo nos últimos dez anos: 21,7 pontos em 2004.

Como não houve uma mudança grande no número de televisores ligados nesse mesmo período, esses dados mostram que a Globo perdeu telespectador, seja para outras emissoras abertas, canais fechados ou DVDs.

As manhãs globais, por exemplo, vêm apresentando sérios problemas. Na última quarta-feira (20), o programa Fala Brasil (Record) ampliou ainda mais a vantagem em relação ao Mais Você (Globo). Naquela data, os dados mostravam que a atração da Record atingiu 7,2 pontos de audiência e share (participação de televisores ligados) de 27,4%. Já o Mais Você não passou de 6,4 pontos no Ibope, com share de 24,3%.

O programa ancorado por Ana Maria Braga vem perdendo audiência sucessivamente, o que tem colocado o diretor Boninho em situação ainda mais desconfortável. Ele, que já vinha se enfraquecendo na emissora carioca, perdeu espaço e prestígio neste ano com a estreia do Bem Estar, em fevereiro. O programa de qualidade de vida tirou 40 minutos da TV Globinho e não é subordinado ao diretor, que comandava toda a manhã da Globo.

Boninho também teve dificuldades com o BBB, programa que, quando lançado, foi responsável pela mudança de seu status. A edição deste ano teve o desempenho mais fraco desde a estreia do reality show, em 2002.




No Blog do Miro, Por: R7

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Jornal Nacional e a "agenda do terror"


O Jornal Nacional desta segunda (25/4) não deu uma palavra sobre as reportagens de Chico Otavio e Alessandra Duarte publicadas em edições do jornalão das Organizações Globo.

Talvez porque sejam boas, bem feitas e com denúncias que não interessam ao doutrinador da Opus Dei (sei que ele só fez o curso, mas falo de ideologia e não de religiosidade).

Os repórteres de O Globo (os da TV Globo ficaram vendo Xuxa) tiveram acesso à agenda que estava no bolso do sargento Guilherme Pereira do Rosário, o agente que deixou que explodisse em seu colo a bomba que era para causar um pandemônio no show do Dia do Trabalhador de 1981, que vai completar 30 anos no próximo domingo, que ficou conhecido como a Bomba do Riocentro.

Na agenda, nomes e telefones de agentes da repressão, gente insatisfeita com a entrega do poder aos civis.

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Na segunda metade dos anos 70, o governo Geisel determinou a desmobilização da máquina de torturar e matar nos porões do regime, que mudou de direção, indo da brutalidade para ações de inteligência, com a reestruturação dos DOIs. Descontentes com as mudanças, sargentos como Rosário, sobretudo os paraquedistas arregimentados anos antes pela repressão, transformaram-se em braços operacionais de grupos terroristas de extrema direita. Rosário e sua turma foram buscar na ação clandestina, fora da cadeia de comando, o poder gradativamente perdido.

Da comunidade de informações, a caderneta de telefones de Guilherme do Rosário trazia, por exemplo, o nome de Wilson Pinna, agente da Polícia Federal aposentado. Entre 1979 e 1985, Pinna trabalhava no Dops, na coleta e análise de informações. Era um dos que, por exemplo, iam a assembleias, protestos, comícios e outras reuniões para ver quem dizia o quê. Pinna chegou a, por exemplo, coordenar a análise de informações do movimento operário da época.

(...)

Aposentado da PF em 2003, Wilson Pinna foi exonerado, em 2009, de cargo comissionado que ocupava na assessoria de inteligência da Agência Nacional de Petróleo (ANP), após ter sido acusado pela Polícia Federal como o autor do falso dossiê contra o então diretor do órgão, Victor de Souza Martins, irmão do então ministro da Comunicação Social, Franklin Martins. Pinna foi denunciado na 2ª Vara Federal Criminal do Rio pelos crimes de interceptação telefônica ilegal e quebra de sigilo fiscal.


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No trecho que destaquei em negrito está a explicação do motivo de Kamel não levar ao ar uma reportagem sobre o assunto. O JN comprou como verídica a armação contra o irmão de Franklin Martins (o alvo de Kamel e da Globo). Kamel sabia que a operação era ilegal, que vinha dos subterrâneos, mas colocou no ar mesmo assim.

Por que afirmo isso? Confira essa postagem aqui do blog de 29 de setembro de 2009:

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Jornal Nacional faz reporcagens baseadas em relatório ilegal

Réu confesso, o JN em sua edição de ontem confirmou que todas as reportagens que vem fazendo a respeito de um suposto “escândalo dos royalties na Agência Nacional do Petróleo (ANP)” são reporcagens pois estão baseadas num relatório ilegal (veja imagem acima):

Repórter Délis Ortiz: “A reportagem foi ao ar no dia 9 de abril. Com base em informações de fontes que garantem que o relatório foi elaborado por agentes da Polícia Federal que trabalham na assessoria de inteligência da ANP. Hoje, as mesmas fontes voltaram a confirmar as informações e reafirmaram que o relatório foi feito de forma ilegal”.

Repare que o verbo usado é reafirmar, o que, evidentemente, significa que a ilegalidade do relatório já havia sido assumida anteriormente. Pelo menos para eles. Mas, se o relatório é ilegal e apócrifo, por que colocar a reporcagem no ar? Apenas testando hipóteses para ver se conseguem atingir o ministro da Comunicação do governo Lula, Franklin Martins, que é irmão do suposto (como se usa a palavra suposto hoje em dia nessas reporcagens) acusado?

Tão grave quanto isso é a edição maliciosa da reporcagem, que confunde a cabeça do telespectador. O texto diz “relatório foi elaborado por agentes da Polícia Federal que trabalham na assessoria de inteligência da ANP”, mas as imagens que o ilustram são da sede e do símbolo oficiais da Polícia Federal. Ao final do trecho reproduzido, o que ilustra a palavra “ilegal” é a placa do prédio da ANP .

Tudo isso para quê, se a reporcagem é um saco vazio que não para em pé, como demonstrou Victor Martins, que é o suposto acusado no relatório ilegal:

“Vi também, na imprensa, para ser mais exato no Jornal Nacional, que algumas das informações teriam vazado do setor de inteligência da própria ANP. O setor de inteligência é ligado ao diretor-geral, Haroldo Lima, que prontamente esclareceu que não houve nenhuma determinação nesse sentido. O responsável pelo setor também me disse que não fez nenhum trabalho nisso e me apresentou um documento de autoria do superintendente da Policia Federal do Rio de Janeiro em que ele negava que tivesse dado aquela declaração atribuindo a inteligência e dizia que estava em curso pra apurar autenticidade e veracidade daquela documentação.”

Ou seja, a Polícia Federal passou a operar para ver há veracidade no que estava contido num relatório apócrifo realizado de forma ilegal...

Cuidado, Globo, porque a PF pode acabar chegando aí. Duvidam? Daniel Dantas também duvidava.

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Não precisou nem da Polícia Federal. Repórteres de O Globo desmentem o Jornal Nacional. E fazem reportagem. Não a reporcagem que Kamel costuma servir no JN.

Por: Antônio Mello, publicado em seu blog e também no blog do miro

segunda-feira, 25 de abril de 2011

"Sr. Dinheiro" do Fantástico, não paga prestação há 18 anos do apartamento onde mora

Sr. Dinheiro, no Fantástico, ensina famílias a pagar dívidas.

Consultor de economia doméstica do “Fantástico”, da Rede Globo, Luís Carlos Ewald é réu na Justiça do Rio de Janeiro. Há 18 anos, ele não paga a prestação do apartamento onde mora, na Gávea. A Delfin Crédito Imobiliário conseguiu o leilão da unidade. Mas, “por má-fé e torpeza”, segundo consta na ação, Ewald permanece no imóvel. (Da IstoÉ)

domingo, 24 de abril de 2011

Lançamento da campanha pela banda larga

A banda larga no Brasil é cara, lenta e para poucos, e está na hora de pressionar o poder público e as empresas para essa situação mudar. O lançamento do Plano Nacional de Banda Larga em 2010 foi um passo importante na tarefa necessária de democratizar o acesso à internet, mas é insuficiente. O modelo de prestação do serviço no Brasil faz com que as empresas não tenham obrigações de universalização. Elas ofertam o serviço nas áreas lucrativas e cobram preços impeditivos para a população de baixa renda e de localidades fora dos grandes centros urbanos.


Enquanto isso, prefeituras que tentam ampliar o acesso em seus municípios esbarram nos altos custos de conexão às grandes redes. Provedores sem fins lucrativos que tentam prover o serviço são impedidos pela legislação. Cidadãos que compartilham sua conexão são multados pela Anatel.

É preciso pensar a banda larga como um serviço essencial. A internet é
instrumento de efetivação de direitos fundamentais e de desenvolvimento, além de espaço da expressão das diferentes opiniões e manifestações culturais brasileiras por meio da rede.

Neste dia 25, vamos colocar o bloco na rua: juntar blogueiros, ativistas da cultura digital, entidades de defesa do consumidor, sindicatos e centrais sindicais, ONGs, coletivos, usuários com ou sem internet em casa, todos aqueles que acham que o acesso à internet deveria ser entendido como um direito fundamental. Nossa proposta é unir os cidadãos e cidadãs brasileiros em uma vigília permanente em defesa do interesse público na implementação do Plano Nacional de Banda Larga e da participação da sociedade civil nas decisões que estão sendo tomadas.

O lançamento nacional da Campanha Banda Larga é um Direito Seu! Uma ação pela Internet barata, de qualidade e para todos será feito em plenárias simultâneas em São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador e Brasília, com transmissão pela Internet. O manifesto da campanha, a lista de participantes e o plano de ação estão no site www.campanhabandalarga.org.br. Participe.

São Paulo (SP) - 19h

Sindicato dos Engenheiros de São Paulo

Rua Genebra, 25 – Centro (travessa da Rua Maria Paula)

Rio de Janeiro (RJ) - 20h30

Auditório do SindJor Rio

Rua Evaristo da Veiga, 16, 17º andar

Salvador (BA) - 19h

Auditório 2 da Faculdade de Educação da Universidade Federal da Bahia

Avenida Reitor Miguel Calmon s/n – Campus Canela

Brasília (DF) – 19h30

Balaio Café

CLN 201 Norte, Bloco B, lojas 19/31.


Campo Grande (MS) – 19h30

Sede da Fetems (Federação dos Trabalhadores em Educação de Mato Grosso do Sul)

Rua 26 de agosto, 2269 – Bairro Amambai

Matéria publicada no sítio da campanha e no blog do Miro

sábado, 23 de abril de 2011

A cara da mídia do Brasil

Sem dúvida o fato mais chocante no episódio da blitz da Lei Seca, no Rio, que flagrou Aécio Neves dirigindo com habilitação vencida e metabolicamente impossibilitado de soprar o bafômetro, não foi o fato em si, mas o comportamento da mídia demotucana.

Os blindados da 'isenção' entraram em cena para filtrar o simbolismo do incidente, 'um episódio menor', na genuflexão de um desses animadores da Pág 2 da Folha. Menor? Não, nos próprios termos dele e de outros comentaristas do diário em questão. Recordemos. Em 24 de novembro de 2004, Lula participou da cerimônia de inauguração de turbinas da Usina de Tucuruí, no Pará.

No palanque, sentado, espremido entre convidados, o presidente comeu um bombom de cupuaçu, jogou o papel no chão. Fotos da cena captada por Luiz Carlos Murauskas, da Folha, saturaram o jornalismo isento ao longo de dias e dias. Ou melhor , anos e anos. Sim, em 2007, por exemplo, dois colunistas do jornal recorreriam às fotos de Tucuruí para refrescar o anti-petismo flácido do eleitor que acabara de dar um novo mandato a Lula.

O papel do bombom foi arrolado por um deles como evidência de que o país caminhava a passos resolutos para a barbárie: "Só falta o osso no nariz', arrematava Fernando Canzian (23-07-2007) do alto de sofisticada antropologia social.

Sem deixar por menos, Fernando Rodrigues pontificaria em 09-04-2007: "...Respira-se em Brasília o ar da impunidade. Valores republicanos estão em falta. Há exemplos em profusão (...) em 2004, Lula recebeu um bombom. ... O doce foi desembrulhado e saboreado. O papel, amassado. Da mão do petista, caiu ao chão. Lula seguramente não viu nada de muito errado nesse ato. Deve considerá-lo assunto quase irrelevante. ...Não é. No Brasil é rara a punição - se é que existe - para pequenas infrações como jogar papel no chão. Delitos milionários também ficam nos escaninhos do Judiciário anos a fio (...) Aí está parte da gênese do inconformismo de alguns, até ingênuos, defensores de uma solução extrema como a pena de morte. Gente que talvez também jogue na calçada a embalagem do bombom de maneira irrefletida. São "milhões de Lulas", martelava o jingle do petista. São todos a cara do Brasil..."

Editorial da Carta Maior, publicada nestes sábado, 23

também vermelho.org

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Brigas e corte de verbas marcam o início do governo Alckmin

No último dia 10 de abril, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB) completou 100 dias de governo, e a bancada do PT na Assembléia Legislativa preparou um balanço do período. Logo numa primeira análise, o distanciamento tático do governo Serra é claro. Para o líder da bancada do PT, deputado Enio Tatto, existe uma verdadeira guerra no ninho tucano.

“Assim que o atual governador Geraldo Alckmin retomou o comando do Palácio dos Bandeirantes, deu início à operação desmonte da gestão Serra, com uma série de apurações, demissões, investigações de ações de sua gestão como nunca visto, na sucessão de governo da mesma legenda".


A centralização e a falta de transparência também têm se revelado marcas do governo Alckmin. Só para citar um exemplo, foram três secretarias criadas por decreto. A Constituição Estadual define que novas secretarias devem ser criadas por meio de Projetos de Lei e estes deliberados pela Assembleia.

Alckmin cortou investimentos diretos e repasses para as empresas estatais. O valor contingenciado pelo governo alcançou a cifra de R$ 1,78 bilhões, representando um corte de R$ 733 milhões (11,9%) para repasses para investimentos das empresas públicas, de R$ 732 milhões (6,9%) para investimento e de R$ 315 milhões para o custeio. Por secretaria, se verifica que as mais afetadas são as de Transporte (R$ 304 milhões), Transporte Metropolitano (R$ 830 milhões), Habitação (R$ 200 milhões). Em três meses, o governo Alckmin já arrecadou aproximadamente R$ 1 bilhão a mais que o previsto.

Metrô e CPTM

As panes e a superlotação no Metrô e na CPTM já são uma constante na vida dos usuários do sistema. Apesar disso, as obras seguem atrasadas. A linha 4, por exemplo, deveria ter sido entregue em abril de 2007, mas, quatro anos depois destes prazo, somente metade da fase 1 foi entregue, e o restante ficará para o final do ano. Vale lembrar que na inauguração da estação Butantã o governador afirmou que o Metrô deveria ser o dobro do que é atualmente.

Nos Transportes Metropolitanos, o governo Alckmin anunciou o contingenciamento de R$ 519 milhões de repasses para as empresas estatais, especialmente para o Metrô, com R$ 303 milhões congelados (9,8%). Para a CPTM, foram R$ 196 milhões (17%) e para a EMTU, R$ 20 milhões (20%).

Já os investimentos sofreram congelamento de R$ 261 milhões (11%), e chama a atenção o congelamento de recursos para modernização de praticamente todas as linhas da CPTM, como, por exemplo, a linha 12 Brás Calmon Vianna com R$ 25 milhões (20%). Já o Expresso Leste teve contingenciamento de R$ 36 milhões (10%). Ainda vale destacar o congelamento de 20% dos recursos para adaptação para acessibilidade na CPTM.

O governo paulista ainda contingenciou R$ 29,6 milhões, 10% dos recursos totais, para ressarcimento de gratuidades voltadas para idosos, estudantes e desempregados.

Com todos os problemas do Metrô, ainda houve bloqueio de R$ 40,6 milhões para material rodante, especialmente compra de trens, que representa 6% dos recursos previstos. Além do mais, houve também o contingenciamento de R$ 24 milhões para a modernização do sistema metro-ferroviário, que dificultará resolver os graves problemas do Metrô paulista.

A execução orçamentária aponta que os repasses para investimentos para o Metrô caíram 16%. No primeiro semestre de 2010, haviam sido repassados R$ 151 milhões e, até 6 de abril, não houve repasse. Para modernização do sistema metro-ferroviário a queda foi de R$ 1,4 bilhões menos 80%, isso tem relação com a compra de trens que teve queda de R$ 981 milhões (-76%). Diversas linhas da CPTM tiveram de 70 a 80/% de redução, como a Linha11 Luz Estudantes.

Enchentes

Os 100 primeiros dias de Geraldo Alckmin à frente do governo do Estado também foram marcados pelo descaso com as enchentes que acometeram, principalmente, a Região Metropolitana de São Paulo.

O governo do Estado chegou a admitir sua total omissão nos trabalhos de desassoreamento da calha do Rio Tietê, o que tem provocado grandes alagamentos na capital. Em nota oficial, o Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE) confirmou a suspensão no serviço de escavação, recolhimento e transporte dos dejetos que se acumulam no fundo do leito do rio. Foram três anos sem a devida limpeza e mais de R$ 2 bilhões jogados fora.

A oposição criticou muitas vezes os gastos absurdos com publicidade, que superaram a despesa com a limpeza do Rio Tietê. Esse fato, inclusive, motivou representação de deputados estaduais do PT.

Alckmin parece que aceitou a crítica, já que baixou um decreto retirando recursos de publicidade e destinando-os à limpeza do Tietê.

Apesar dos R$ 850 milhões de excesso de arrecadação até janeiro de 2011, o governo cortou R$ 35 milhões da verba destinada à construção de novos piscinões. A despesa prevista era de R$ 81 milhões e esse corte representa mais de 43% do orçado. Havia uma previsão de entrega de quatro piscinões em 2011.

Com relação ao primeiro trimestre do ano anterior, a ação para piscinões teve uma redução de R$ 14 milhões (-60%).

Além de tudo isso, Alckmin manteve contrato irregular de Serra, que chegou a 52% de aditamento e teve nova licitação para desassoreamento da calha do Tietê suspensa pelo Tribunal de Contas do Estado.

Habitação

O governo Alckmin começou segurando os recursos na Habitação. Os investimentos diretos da secretaria sequer começaram.

Houve um congelamento de R$ 142 milhões (20%) dos repasses para investimentos da CDHU e mais R$ 46 milhões (10%) de investimentos diretos a serem aplicados pela secretaria. Também houve corte de R$ 6,2 milhões para concessão de subsídios habitacionais (10%) e crédito para reforma de imóveis (R$ 1 milhão ou 20%). Os repasses para fundo de habitação de interesse social tiveram R$ 5,3 milhões congelados (20%) e o mesmo ocorreu com o fundo garantidor habitacional, com 10% dos recursos contingenciados.

Vários programas importantes foram atingidos, como urbanização de favelas com contingenciamento de R$ 7,2 milhões (9,9%), e produção de unidades habitacionais, com congelamento de R$ 13,9 milhões, quase 19% dos recursos previstos.

Educação

Na Educação, os recursos para o programa Escola da Família cresceram 112%, pulando de R$ 27 para R$ 63 milhões e reformas (+216%), já outros programas sofrem redução, como transporte escolar (-7% no empenho), rede do saber (-9%), melhoria e substituição de prédios escolares e salas inadequadas (-100%), obras de expansão da rede física escolar (-19%).

Para a expansão das Fatecs houve uma redução de 66%, e de quase R$ 80 milhões para o ensino técnico (-70%).

Segurança Pública

A recente medida de fechar delegacias, especialmente no interior, a superlotação dos DPs, a espionagem dentro da secretaria e uso de dados sigilosos apontam para um quadro bastante preocupante.

Em 2010, a secretaria teve corte de um pouco mais de R$ 300 milhões, especialmente para pessoal. Em 2011, verificamos que os investimentos no empenho caem 33,5% e no liquidado quase 98%. Prova disto, é que os recursos para reaparelhamento da polícia caíram quase 97%.

Fonte: PT-Alesp e também vermelho.org

Download Confira aqui o balanço dos primeiros 100 dias do governo Alckmin

terça-feira, 19 de abril de 2011

Juiz aplica Lei Maria da Penha para casal gay

O juiz Alcides da Fonseca Neto, da 11ª Vara Criminal da Capital do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, aplicou a Lei Maria da Penha para resolver uma briga envolvendo um casal gay.

Segundo os autos, um cabeleireiro foi vítima de vária agressões por parte de seu companheiro na casa onde moravam, no centro do Rio. Os dois estavam juntos havia três anos. A última agressão ocorreu no último dia 30 quando o cabeleireiro foi atacado com uma garrafa, sofrendo diversas lesões no rosto, perna, lábios e coxa.

O agressor foi denunciado pelo Ministério Público Estadual. A Justiça concedeu liberdade provisória ao réu, sem pagamento de fiança mas aplicou a Lei Maria da Penha: o acusado assinará um termo de compromisso na qual terá que manter uma distância de 250 metros do cabeleireiro.

Para o juiz, a medida é necessária a fim de resguardar a integridade física da vítima.

“Importa finalmente salientar que a presente medida, de natureza cautelar, é concedida com fundamento na Lei Maria da Penha, muito embora esta lei seja direcionada para as hipóteses de violência doméstica e familiar contra a mulher. Entretanto, a especial proteção destinada à mulher pode e dever ser estendida ao homem naqueles casos em que ele também é vítima de violência doméstica e familiar, eis que no caso em exame a relação homoafetiva entre o réu e o ofendido, isto é, entre dois homens, também requer a imposição de medidas protetivas de urgência", disse o magistrado.

Ligação com o tráfico

Segundo as investigações, os atos de violência ocorriam habitualmente. O cabeleireiro afirmou que seu companheiro tem envolvimento com traficantes e que já o ameaçou se ele chamasse a polícia por conta das agressões.

Por: IG Último Segundo

domingo, 17 de abril de 2011

Mídia tem posição política não democrática

Em entrevista a Terra Magazine, o deputado federal Emiliano José (PT-BA) fala em "ampliar o leque de proprietários da mídia". "Não podem três ou quatro famílias ser as formuladoras da interpretação do Brasil sozinhas", critica. "Queremos ampliar e muito a presença de vozes diversas na mídia para expressar a diversidade do Brasil". Por Eliano Jorge no Terra Magazine

O nascimento da Frente Parlamentar pela Liberdade de Expressão e o Direito à Comunicação com Participação Popular está marcado para as 14h de terça-feira (19), no Auditório Nereu Ramos, na Câmara dos Deputados. Gestada desde abril de 2010, ela já possui o número mínimo de parlamentares, acima de 170, para existir.

Seus integrantes pertencem majoritariamente aos partidos da base aliada do governo federal e ao PSOL, embora não haja restrição a adesões de oposicionistas. Entre os coordenadores, está o deputado federal Emiliano José, do PT baiano, para quem "temos uma mídia profundamente concentrada nas mãos de poucas famílias".

Em entrevista a Terra Magazine, ele fala em "ampliar o leque de proprietários da mídia".
- Não podem três ou quatro famílias ser as formuladoras da interpretação do Brasil sozinhas - critica. - Queremos ampliar e muito a presença de vozes diversas na mídia para expressar a diversidade do Brasil.

Também jornalista e professor licenciado da Universidade Federal da Bahia, ele afirma que "nossa mídia tradicional, o grupo central da mídia hegemônica do Brasil, tem uma posição política não democrática".

Argumenta que os veículos de comunicação ajudaram a derrubar o presidente Getúlio Vargas em 1954 e a se instalar a ditadura militar em 1964. E que os ex-presidentes Fernando Collor de Mello e Fernando Henrique Cardoso tiveram seus programas apoiados por "grupos hegemônicos da mídia", enquanto Lula teria sido combatido.

- A mídia hegemônica e central, no Brasil, sempre teve projeto político para o País. Qualquer projeto reformista, ela é contra.

Emiliano José contesta ainda a existência de uma cobertura jornalística das eleições de 2010. "Não tem cobertura. Tem posição política", avalia. "Na campanha passada, essa mídia tinha um candidato (a presidente), que era o (José) Serra".

O parlamentar elogia o Plano Nacional de Banda Larga: "Absolutamente essencial, uma conquista da cidadania". E defende a regulamentação da mídia. "É necessária. Nos países democráticos, ela existe de maneira rigorosa. Quando se fala em regulação, se quer fazer correlação com censura, essas besteiras. Não tem nada a ver", opina.

Confira a entrevista.

Terra Magazine - O que significa, na prática, a democratização dos meios de comunicação, que é defendida pela Frente Parlamentar pela Liberdade de Expressão e o Direito à Comunicação com Participação Popular?
Emiliano José - Nossa Constituição prevê isso, mas não está regulamentada sobre o assunto. Não saiu do papel o Conselho de Comunicação, que está posto na Constituição e, em tese, existe. Está lá parado no Senado. Tudo isso indica pontos que deverão ser objetos da nossa preocupação na linha de regular os meios de comunicação. O governo tem um projeto, está nas mãos do ministro (das Comunicações) Paulo Bernardo, foi feito voltado para a área das telecomunicações, foi elaborado sobre a direção do ex-ministro Franklin Martins e deve ser enviado, esperamos que seja brevemente, para que nós examinemos, e creio que alcança esses aspectos a que estou me referindo, inclusive os eventualmente não regulamentados da Constituição.
Há uma evidência de que temos uma mídia profundamente concentrada nas mãos de poucas famílias. Essas famílias vão continuar, ninguém está querendo a exclusão de ninguém. Agora, queremos ampliar e muito a presença de vozes diversas na mídia para expressar a diversidade do Brasil, para garantir a pluralidade de vozes na cena midiática do País.

Isso também se refere à farta distribuição de concessões de veículos de comunicação a grupos políticos?
E também isso. É uma lição difícil, mas necessária. Por que grupos políticos têm que deter canais variados de comunicação? E também a propriedade cruzada, outro problema que precisa ser discutido. Por que o grupo detém um sistema de comunicação de cabo a rabo? Toda essa regulamentação que estamos falando é necessária, existe em outros países. Nos países democráticos, ela existe de maneira rigorosa. Quando se fala em regulação, se quer fazer correlação com censura, essas besteiras. Não tem nada a ver. Na França, na Inglaterra, nos Estados Unidos, há regulação. Inclusive, nesses países, existe um setor estatal televisivo forte, é outra discussão. Não tem problema nenhuma. É algo extremamente necessário, previsto na Constituição.

Qual é o posicionamento da Frente sobre a proposta do novo marco regulatório das comunicações e sobre o Plano Nacional de Banda Larga?
O Plano Nacional de Banda Larga já está em processo e tem nosso mais completo apoio, é algo absolutamente essencial. Estamos discutindo isso e queremos que ele seja acelerado porque é uma conquista da cidadania.
Queremos discutir o novo marco regulatório da mídia no Brasil. O código vigente de regulamentação é de 1962. O marco regulatório, na hora em que chegar à Câmara, nós vamos ver o que ele tem exatamente. Conversei recentemente com o ministro Franklin Martins, mas ele, por enquanto, não fala, se considera em quarentena, como de fato está, é da legalidade. Mas há um projeto nas mãos do ministro Paulo Bernardo que deve abarcar todos esses temas. O fato de o código brasileiro de telecomunicações ser de 1962 indica a caducidade da nossa legislação. Há quase 50 anos, quando esse cenário midiático era completamente outro, quando importante eram jornais e rádios. A televisão não tinha importância. Hoje, estamos em tempos de convergência digital, com um quadro totalmente distinto, com um papel extraordinário da comunicação eletrônica. Com um celular, você pode ter o mundo à mão.
Precisamos tratar dessa situação nova da mídia no Brasil. Para garantir força, por exemplo, para rádios comunitárias também, força a um setor público de comunicação, ampliar o leque de proprietários da mídia, permitir que múltiplas vozes estejam presentes nos discursos no Brasil. Não podem três ou quatro famílias ser as formuladoras da interpretação do Brasil sozinhas. Elas podem estar presentes, e estarão, mas é preciso que outras vozes estejam também.

Por que o senhor considera que a mídia nacional não é democrática?
Tenho uma posição clara, o que nossa Frente vai definir exatamente é uma coisa do consenso conquistado entre seus parlamentares. Nossa mídia tradicional, o grupo central da mídia hegemônica do Brasil, tem uma posição política não democrática. É só pegarmos a história recente do País, que vem de Getúlio para cá, se quisermos, e vamos observar essa mídia hegemônica atuando numa linha diversa da vida democrática. Há o livro do Flávio Tavares, O Dia em que Getúlio Matou Allende, em que ele revela como a mídia lutou para derrubar Getúlio, um governo democrático. Depois, como ela interfere diretamente para que o golpe militar ocorra. A mídia hegemônica participa diretamente da articulação do golpe.

Grupos hegemônicos que continuam até hoje?
Que continuam até hoje. Participam da articulação do golpe. Depois sua conivência, sua complacência com a ditadura. Está lá no livro do Bernardo Kucinski, Jornalistas e Revolucionários: Nos Tempos da Imprensa Alternativa. Ou em Os Cães de Guarda, da Beatriz Kushnir, um livro excepcional, que analisa a trajetória do Grupo Folha e sua relação com a ditadura.
Depois, vem o Collor e a força do encontro amoroso entre ele e a mídia, todo mundo sabe disso. Fiz um livro sobre isso, Imprensa e Poder: Ligações Perigosas. Mais tarde, vem a relação também profundamente acumpliciada entre a mídia e o Fernando Henrique, absolutamente amorosa também. Quando chega o Lula, há o combate sistemático, cotidiano, contra o projeto reformista e democrático de Lula e do Partido dos Trabalhadores.

Parte da mídia não era apaixonada por Lula também não?
Na mídia onde? Se você me indicar alguém... Não tem! A mídia tem uma voz uníssona. Claro, cito exceções. O Terra sempre foi correto na cobertura. Caros Amigos? CartaCapital? Posso citar assim, mas, de resto, ela tem posição claríssima de combate ao Lula. Ela tem outro projeto político. Sempre digo que a mídia hegemônica e central, no Brasil, tem projeto político para o País, sempre teve. Ela sempre teve projeto político, e não podia ser o do Getúlio. Qualquer projeto reformista, ela é contra. Tem posição política, tem programa para o Brasil.
Os editoriais dos grandes jornais, no dia em que o Collor saiu (da Presidência da República), diziam: nós consideramos que era o melhor projeto para o Brasil, infelizmente ele teve que sair. Embora ali ela tivesse um papel. Porque compreendeu que ele não construiu o consenso político. Depois, esse projeto foi levado à frente pelo Fernando Henrique.
Na campanha passada, essa mídia tinha um candidato, que era o (José) Serra. A ponto de demitir gente que não concordava, cite-se o caso da (colunista) Maria Rita Kehl, que foi demitida pelo Estadão. Se a mídia dissesse "temos uma candidatura, vamos fazer um combate", como fizeram, tudo muito bem, mas não, fica a ideia de que há cobertura. Não tem cobertura. Tem posição política. É isso que precisamos discutir no Brasil. Que se permita a emergência de muitas vozes na cena nacional, que se possibilite fazer o contraponto ou que seja parte da democratização da vida brasileira. Se não, fica apenas uma visão das coisas. É preciso uma mídia policêntrica, e não um pensamento único. O mundo eletrônico, com portais e tantos blogs, já começam a possibilitar essas vozes. Tudo isso vai contrabalançando, mas ainda é preciso ir muito além e ampliar o número de vozes na mídia.

Por: Vermelho.org

sábado, 16 de abril de 2011

Lula encontra-se com presidente do governo espanhol

O presidente Lula e o presidente do governo espanhol, José Luis Rodríguez Zapatero, se reuniram neste sábado em Madri, num encontro em que reafirmaram o compromisso de manter relações de amizade "fortes e frutíferas".

Zapatero, recém-chegado de sua visita à China e Cingapura, falou também com Lula sobre os resultados da viagem, onde se encontrou com a presidente Dilma Roussef no Fórum Econômico de Boao, considerado o "Davos" asiático.

Outra das questões que Lula e Zapatero abordaram foi a agenda política na América Latina e os recentes eventos do norte da África, onde se proliferaram revoltas populares contra os regimes centralizadores.

Ambos já tiveram vários encontros bilaterais quando Lula ainda era presidente da República, nos quais destacaram "a amizade" que une ambos.

Zapatero recebeu Lula no palácio de La Moncloa, sede oficial da presidência do governo espanhol, onde posaram para as fotos antes de sua reunião.

Aproveitando o sábado na capital espanhola, Lula visitou o clube de futebol Real Madrid, que joga com o Barcelona o maior clássico da Espanha, hoje.



Lula ganhou uma camisa do clube personalizada com seu nome, elogiou a estrutura que eles tem.

Por Os Amigos do Presidente Lula

A patrulha ideológica da TV Globo contra o MST e as lutas sociais

A Globo não se cansa de tentar criminalizar as lutas sociais. Um dos seus alvos prioritários é o Movimento dos Sem Terra (MST). Esta linha reacionária foi reiterada no Jornal Nacional de sexta-feira, 14, que “denuncia” com afetada indignação o comportamento do governo estadual baiano diante de uma manifestação dos sem-terra pela reforma agrária.

"O Governo da Bahia está pagando comida e banheiros químicos para um grupo de sem terra que invadiu repartições públicas estaduais", diz a reportagem. "As despesas são cobertas com dinheiro público. São 3 mil pessoas ligadas ao MST. Só com açougue, a Secretaria Estadual de Agricultura, até agora, já gastou cerca de R$ 30 mil. São 300 quilos no almoço, mais 300 quilos no jantar, tem sido a média diária do consumo de carne".

Rostos globais indignados

A emissora, que tratou de repercutir o tema no jornal e na internet, aborda o gesto do governo do ex-sindicalista Jacques Wagner como uma política inaceitável, absurda, insinuando ainda que a ajuda é irregular. A indignação fica estampada nos rostos, movimentos e tom dos comentários dos jornalistas.

Inquirido pelo Jornal Nacional, o secretário da Comunicação Social, Robinson Almeida, que falou pelo governo do estado, explicou que não há ilegalidade no pagamento das despesas dos manifestantes. “É uma questão de saúde pública e segurança alimentar. Crianças, idosos, jovens, adultos, velhos que precisavam desse apoio do governo”, afirmou. O argumento não convenceu a Organizações Globo.

Caso de polícia

Refletindo a ideologia e os interesses da nova e velha direita, o veículo da família Marinho, que prosperou sob o regime militar e hoje lidera o oligopólio da comunicação televisiva no Brasil, ainda pensa que luta social é caso de polícia e pressiona para que seja tratada como tal. Estará com saudades dos tempos da “ditabranda”, que apoiou até o último minuto?

No ódio que a Globo destila ao MST e aos trabalhadores, transparece as digitais de classe e o rancor característico das forças obscurantistas. Quando critica a conduta do governo baiano, a emissora sugere, de forma velada, que o movimento seja tratado a pau e bala, como nos anos em que os generais comandavam a política.

Crime?

Os trabalhadores, segundo o Jornal Nacional, “estão acampados em Salvador desde o início da semana. Invadiram estacionamentos e jardins do centro administrativo do governo da Bahia. São 3 mil pessoas ligadas ao MST, o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra. Chegaram de 19 regiões do estado e dizem que só vão sair da área quando forem recebidos pelo secretário da Agricultura.”

“Nós estamos pedindo o assentamento das famílias acampadas, assistência técnica, condições de escola nos assentamentos, melhoramento de estradas”, disse o coordenador do MST, Marcio Matos. Há algum crime nisto? Depende do ponto de vista. Quem se guia pela Rede Globo e é destituído de senso crítico (e não são poucos), certamente dirá que sim.

Quem desenvolveu uma consciência social mais avançada e sensibilidade diante do drama de humildes sem-terra verá que se trata de uma luta justa e legítima pela reforma agrária. O governo de Jacques Wagner, o MST e os trabalhadores sem-terra merecem toda a solidariedade das forças e personalidades progressistas diante da investida reacionária e tendenciosa desta mídia venal.

Da Redação, Umberto Martins no portal do Vermelho

sexta-feira, 15 de abril de 2011

"Pânico na TV" é condenado pela Justiça

A liberdade de imprensa não pode ser confundida com agressividade e desrespeito com o cidadão. Com esse entendimento, a 4ª Turma do Superior Tribunal de Justiça condenou a RedeTV! a pagar R$ 100 mil de indenização por “brincadeira” feita para apresentação de um quadro do programa “Pânico na TV”. A condenação teve por base filmagens em que um dos humoristas jogou baratas vivas sobre uma mulher que passava na rua.

O relator, o ministro Aldir Passarinho Junior citou trechos da decisão proferida pelo desembargador do Tribunal de Justiça de São Paulo, Caetano Lagrasta, que assinalou que a liberdade de imprensa não pode ser confundida com despreparo e ignorância, nem com agressividade e desrespeito, não só com quem assiste ao programa, mas com o cidadão comum. Ele reiterou que emissoras costumam apresentar vídeos dessa natureza, em total desrespeito aos direitos humanos. Protegidos pelo poder da divulgação e pressão do veículo, fazem com que os telespectadores façam parte de um espetáculo de palhaçadas, segundo ele.

A vítima da agressão sustentou que a “brincadeira” repercutiu em sua personalidade de maneira além do mero transtorno, como verdadeiro desgosto. Ela alegou que ficou impedida de trabalhar durante o período sob o impacto do terror repentino. “Brincadeiras não se confundem com as das características analisadas, causadoras de dano moral em elevado grau, onde incluído o dano à imagem e à privacidade”, afirmou ele. O constrangimento não se desfaz, para o ministro, com a utilização de mosaicos na imagem veiculada, posto que a vítima sofreu abalo quando feita a brincadeira.

A condenação havia sido fixada em 500 salários mínimos pelo TJ-SP. Mas, segundo o relator, a quantia era elevada. Esse valor é o que STJ geralmente arbitra para casos mais graves, como morte ou lesão física considerável, como perda de um membro em acidente de trabalho. O ministro ressaltou, entretanto, que o ato merece reprovação, quer pelo dano psíquico sofrido pela parte, quer pela ridicularização imposta à transeunte.

Por Consultor Jurídico

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Estadão e suas repercussões chantagistas

Ouvindo um “zumzum” em minha casa, pelos meus familiares e logo depois pelos amigos nas ruas, fui checar o que realmente se tratava, e logo depois me deparei com uma manchete super tendenciosa, que colocava o líder Candido Vaccarezza e minha cidade na primeira pagina do Estadão.com, o fato de as matérias sempre ser tendenciosas não me assusta, mais desta vez realmente vi que o jornal mais uma vez estava a serviço dos tucanos. E que inclusive no ano passado o Estadão declaro claramente que estava apoiando o candidato José Serra na corrida presidencial, mas o que mais chama a atenção é o fato do jornal ser especialista em manipular as informações.
Bem vamos aos fatos, primeiramente o jornal colocou propositalmente em destaque “Em Tupã, empresário diz que dívida de campanha do Vaccarezza o fez perder gráfica”, nesta manchete o jornal claramente coloca o deputado Candido Vaccarezza numa situação de como se fosse ele o responsável agora por falir gráficas, e o mais estranho de tudo isto é que todos os cabos eleitorais receberam um salário mínimo para trabalhar como cabo eleitoral, e os que trabalharam como coordenador de campanha, receberam um pouco mais, mais nada absurdo, mas ai ele fala que tem o serviço (o gasto da gráfica), mais o gasto da gráfica (pequeno porte), se calcular vamos ver que este gasto jamais chegaria na quantia em que ele “Paulo Madureira” estipulou no processo.
E que inclusive a ação trabalhista movida pelo mesmo contra o deputado Vaccarezza na Vara do Trabalho de Tupã (processo n. 034/2.011), foi considerada IMPROCEDENTE pelo juiz Pedro Marcos Olivier Sanzovo. E que inclusive o reclamante não entrou com nenhum recurso e, dessa maneira, o caso está encerrado, portanto não há o que questionar. Sendo assim, o deputado excluso de qualquer acusação de divida, campanha e de outras repercussões chantagistas do caso, que a oposição e a velha mídia insiste em inventar.

terça-feira, 12 de abril de 2011

O atraso na regulação da mídia

Em audiência pública na Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática da Câmara dos Deputados, realizada no último dia 6 de março, o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, afirmou que o projeto para um marco regulatório do setor "se centrará em modernizar a legislação defasada e regulamentar os artigos da Constituição que tratam da comunicação".

Regulamentar os artigos da Constituição já seria um avanço importante.

Decorridas duas décadas e mais de dois anos da promulgação da Constituição de 5 de outubro de 1988, a inoperância do Congresso Nacional em relação à regulação do Capítulo V ("Da Comunicação Social"), Título VIII ("Da Ordem Social), já mereceu, inclusive, uma Ação de Inconstitucionalidade por Omissão (ADO), que aguarda julgamento no Supremo Tribunal Federal (ver, neste Observatório, "Três boas notícias").

Benefícios para a cidadania

Ao contrário do que a grande mídia alardeia em sua campanha permanente contra qualquer tipo de regulação – o temor de que regular é censurar – existem inúmeras conseqüências imediatas e benéficas para a cidadania de uma possível regulação que cuidasse de "regulamentar os artigos da Constituição que tratam da comunicação".

Sem mencionar a consequência fundamental para o processo democrático que se refere ao aumento da quase inexistente diversidade e pluralidade de idéias e opiniões no espaço público midiático – menos perceptível para o conjunto da população –, e sem pretender ser exaustivo, basta ler os cinco artigos do Capítulo V para que se revelem exemplos de benefícios imediatos.

Artigo 220

O professor Fábio Konder Comparato, em recente entrevista, lembrou que o Inciso II do parágrafo 3º do artigo 220 manda que lei complementar estabeleça os meios legais que garantam à pessoa e à família a possibilidade de se defenderem da propaganda de produtos, práticas e serviços que possam ser nocivos à saúde e ao meio ambiente. Tal lei não existe.

A Organização Mundial da Saúde, desde 2005, tem lançado advertências sobre os efeitos nocivos à saúde, provocados pela obesidade, sobretudo entre crianças e adolescentes. Neste sentido, a Anvisa – Agência Nacional de Vigilância Sanitária, baixou, em 15 de junho de 2010, a Resolução, RDC n º 24, regulamentado...

"...a oferta, propaganda, publicidade, informação e outras práticas correlatas, cujo objetivo seja a divulgação e a promoção comercial de alimentos considerados com quantidades elevadas de açúcar, de gordura saturada, de gordura trans, de sódio e de bebidas com baixo teor nutricional" (ver aqui).

A Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação (Abia), vendo seus interesses empresariais contrariados, ingressou com ação na Justiça Federal de Brasília contra a Anvisa pedindo que esta não aplicasse aos seus associados os dispositivos da referida resolução, de vez que só uma lei complementar poderia regular a Constituição.

Resultado: a 16ª Vara da Justiça Federal suspendeu os efeitos da resolução em liminar posteriormente mantida pelo Tribunal Regional Federal da Primeira Região.

Não interessaria à cidadania, sobretudo a mães e pais de crianças, a regulação da propaganda de "alimentos considerados com quantidades elevadas de açúcar, de gordura saturada, de gordura trans, de sódio e de bebidas com baixo teor nutricional"?

Da mesma forma, não interessaria a regulação do parágrafo 4º do mesmo artigo 220, que se refere à propaganda comercial de tabaco, bebidas alcoólicas, agrotóxicos, medicamentos e terapias?

O parágrafo 5º do artigo 220, por outro lado, é aquele que reza que "os meios de comunicação social não podem, direta ou indiretamente, ser objeto de monopólio ou oligopólio". Sua regulação teria, necessariamente, que restringir a propriedade cruzada – um mesmo grupo empresarial controlando diferentes meios (rádio, televisão, jornais, revistas, provedores e portais de internet), num mesmo mercado – como, aliás, acontece nas principais democracias contemporâneas. Ao mesmo tempo, deveria promover o ingresso de novos concessionários de rádio e televisão no mercado de comunicações.

Não interessaria à cidadania ter mais alternativas para escolher a programação de entretenimento ou de jornalismo que deseja ouvir e/ou assistir?

Artigo 221

Os quatro incisos do artigo 221 se referem aos princípios que devem ser atendidos pela produção e pela programação das emissoras de rádio e televisão. São eles: preferência a finalidades educativas, artísticas, culturais e informativas; promoção da cultura nacional e regional e estímulo à produção independente que objetive sua divulgação; regionalização da produção cultural, artística e jornalística, conforme percentuais estabelecidos em lei; e respeito aos valores éticos e sociais da pessoa e da família.

Não interessaria aos produtores independentes de cinema e vídeo a geração de empregos, a promoção da cultura nacional e regional e o incentivo à produção cultural, artística e jornalística regional? E a todos nós o respeito aos valores éticos e sociais da pessoa e da família?

Artigos 222 e 223

Dos artigos 222 e 223 – deixando de lado a questão crítica das outorgas e renovações das concessões de rádio e televisão – talvez o benefício mais perceptível para a cidadania fosse a regulamentação do "princípio da complementaridade" entre os sistemas privado, público e estatal de radiodifusão. Combinado com a regulação do parágrafo 5º do artigo 220, possibilitaria o equilíbrio hoje inexistente no mercado das empresas de rádio e televisão com os benefícios já mencionados.

Artigo 224

O último dos artigos do Capítulo V cria o Conselho de Comunicação Social, que, apesar de regulamentado por lei de 1991, depois de precários quatro anos, deixou de funcionar em 2006. Registre-se: por responsabilidade exclusiva do Congresso Nacional (ver, no OI, "Quatro anos de ilegalidade").

O descumprimento da lei 8339/91, todavia, não deve impedir a criação dos conselhos de comunicação estaduais. Em alguns estados e no Distrito Federal eles já estão previstos nas respectivas Constituições. Quando isso não acontece, emenda aprovada nos legislativos estaduais poderá fazê-lo. Os conselhos constituem um importantíssimo instrumento, por exemplo, de acompanhamento e controle dos gastos públicos com publicidade, nos termos da lei 12.232/2010 (ver "Sobre inverdades e desinformação" e "Sopro de ar puro no DF").

Não interessaria à cidadania saber e controlar como seu próprio dinheiro está sendo distribuído pelos governos estaduais para a mídia regional e local?

Atraso extraordinário

Ao fim e ao cabo, o atraso do Brasil no que se refere à regulação do setor de comunicações continua extraordinário. Tanto é verdade que apenas a regulação de normas e princípios que estão na Constituição há mais de vinte e dois anos já significaria um avanço importante.

E mesmo assim, como se vê diariamente, essa eventual e ainda desconhecida proposta oficial de marco regulatório – tímida e insuficiente – enfrenta a feroz resistência organizada de atores da mídia tradicional.

Seria porque eles continuam se beneficiando com o velho status quo?

Por Venício A. de Lima, publicado no Observatório da Imprensa

Corrupção na Imprensa: Grupo Estadão teve contrato prorrogado sem licitação no governo tucano

Quando a TELESP (Companhia telefônica de São Paulo) ainda era estatal, o Grupo Estadão explorava o filão de listas telefônicas, através de uma empresa do grupo: a OESP Gráfica. Era fornecedora da TELESP, em contrato que deveria haver licitação.

Mas em 1995, em pleno Governo Covas (PSDB), com Geraldo Alckmin (PSDB) de vice, e com Sérgio Motta (PSDB) no Ministério das comunicações, o Grupo Estadão conseguiu prorrogar o contrato de edição de lista telefonica SEM LICITAÇÃO.


Confira o documento aqui.

Qual o motivo para não fazer nova licitação, a não ser uma negociata?

Lista telefônica não é nenhuma emergência. Poderia aguardar o processo licitatório, sem qualquer prejuízo aos usuários, nem à empresa.

O plano real havia ocorrido há pouco tempo. Havia nova realidade econômica sem a inflação. A boa gestão recomendava nova licitação para baixar os custos.

Quem era o presidente da TELESP nesse período (1995-1998) e que assinou a prorrogação era o tucano Carlos Eduardo Sampaio Dória (PSDB/SP), ex-vereador e ex-deputado federal.

Atualmente, Sampaio Dória foi alojado por Geraldo Alckmin e José Serra (PSDB/SP) à frente da ARTESP, o órgão que regula o bilionário e estratégico negócio dos pedágios.

Isso ajuda a explicar a afinidade do Estadão com a candidatura de José Serra (PSDB), no editorial em que declara apoio a José Serra (PSDB). Mas este caso é café pequeno diante de outros casos mais escabrosos, que ainda vamos abordar em outras notas.

Do Blog Os Amigos Presidente Lula

Mal-agradecida, Folha ataca novela do SBT


A Folha de São Paulo ficou enfurecida com o relato real de torturado que a novela Amor e Revolução levou ao ar ao fim do seu capítulo da última quinta-feira. Foi por isso que o jornal pôs, neste domingo, seu colunista-bombril, Fernando de Barros e Silva, para atacar a produção do SBT.

O relato que enfureceu o jornal paulista foi o de Rose Nogueira, que, sorvendo uma doce vingança, citou a Folha da Tarde ao descrever as sevícias que sofreu nas mãos da ditadura. Quem é Rose Nogueira? Ah, ela tem uma história com o Grupo Folha…

Antes de tratar do disparo que a Folha fez no que viu e que errou, porque pegou no que não viu, relembremos quem é Rose. Ela foi presa em São Paulo em 1969 e solta em 1970. Era jornalista da Folha da Tarde – jornal antecessor da Folha de São Paulo, também de propriedade da família Frias – e foi militante da Ação Libertadora Nacional (ALN).

Antes de prosseguir, peço que o leitor assista, abaixo, ao depoimento que Rose deu ao SBT para ser exibido em sua novela. Atente para o fato de que ela põe ênfase no nome da Folha da Tarde, citando-a duas vezes. Em seguida, continuo.


Se o prezado leitor já se recuperou do choque que relato tão duro causa, vejamos por que Rose cita a Folha. E será melhor usar as próprias palavras da depoente para explicar o que tem o seu antigo empregador que ver com o que ela passou na ditadura:

Ao buscar, agora, nos arquivos da Folha de S. Paulo a minha ficha funcional, descubro que, em 9 de dezembro de 1969, quando estava presa no DEOPS, incomunicável, “abandonei” meu emprego de repórter do jornal. Escrito à mão, no alto: ABANDONO. E uma observação oficial: Dispensada de acordo com o artigo 482 – letra ‘i’ da CLT – abandono de emprego”.

Por que essa data, 9 de dezembro? Ela coincide exatamente com esse período mais negro, já que eles me “esqueceram” por um mês na cela.

Como é que eu poderia abandonar o emprego, mesmo que quisesse? Todos sabiam que eu estava lá, a alguns quarteirões, no prédio vermelho da praça General Osório. Isso era e continua sendo ilegal em relação às leis trabalhistas e a qualquer outra lei, mesmo na ditadura dos decretos secretos. Além do mais, nesse período, caso estivesse trabalhando, eu estaria em licença-maternidade.

Não sabíamos disso. Nem eu nem Cláudio Abramo, que tentou interferir para me reconduzir ao trabalho na saída da prisão, sem sucesso. Imagino que ninguém da empresa, atualmente, deva saber ou se interessar por esse assunto. A culpa não é deles. Não sei se isso mudou a minha história, a minha vida. Estou viva.

Pois é… Duro, não?

Enfim, mas a questão é que a Folha não gostou. Apesar de, durante as comemorações dos seus 90 anos, o jornal da ditadura ter reconhecido a parte legal de sua atuação pró regime militar, há partes que os Frias não aceitam discutir porque depõem contra a memória do patriarca da família, hoje na terra dos pés juntos.

Vamos, pois, ao ataque do poodle mais feroz do Otavinho à novela do zangado Senor Abravanel, que não gostou nada, nada de a mídia tê-lo exposto no caso do Banco Panamericano com o Fundo Garantidor. E, em seguida, o que penso do que escreveu.

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FOLHA DE SÃO PAULO

10 de abril de 2011

Aposta do SBT não vale como ficção nem como documento

Enredo confunde dados históricos e direção remete a dramalhão mexicano


NA NOVELA COM INTENÇÕES EDIFICANTES, ADULAR A PRESIDENTE PARECE MAIS IMPORTANTE QUE ESCLARECER AS MASSAS



FERNANDO DE BARROS E SILVA
COLUNISTA DA FOLHA

Líder estudantil delicada e idealista, filha de pais comunistas, Maria Paixão (Graziela Schmitt) é a heroína da trama. Seu par romântico é José Guerra (Claudio Lins), jovem major fiel aos ideais democráticos, filho do general Lobo Guerra, da linha dura do Exército. “Maria” e “José”, “Paixão” e “Guerra” -isto é “Amor e Revolução”, novela sobre a luta armada que estreou na terça, no SBT.

Mais do que maniqueísta, tudo é muito primário. O principal vilão, supostamente inspirado na figura de Sérgio Paranhos Fleury, o chefe torturador do Dops (a polícia política da ditadura), se chama Delegado Aranha (Jayme Periard). Seu assistente no porão da tortura é o inspetor Fritz (Enando Tiago).

O assunto é sério, o SBT criou enorme expectativa em torno da novela, mas o resultado é uma piada.

As novelas da Globo, que nos servem de referência, também são ruins. Em “Passione”, para citar um exemplo recente, havia uma mixórdia de gêneros -o pastelão farsesco, a trama policialesca, o drama social, o folhetim romântico- convivendo num mesmo enredo, obviamente desprovido de qualquer unidade dramatúrgica.

Esse Frankenstein estilístico é uma aspiração deliberada da novela global, uma fórmula com que a emissora busca atender às demandas de um público heterogêneo, que ela trata de massificar diante da tela.

“Amor e Revolução” é ruim em outro sentido. O SBT quis fazer um banquete, mas não domina a receita do suflê. Tudo é tecnicamente precário, mas não exatamente “pobre”. Temos uma superprodução “trash” -ou, talvez, uma “supertrash” produção.

A direção de atores nos remete àqueles dramalhões mexicanos. Os diálogos são postiços, ginasianos e involuntariamente cômicos -uma mistura de CPC (os centros culturais do catecismo socialista dos anos 60) com “A Praça É Nossa”.

Eis um exemplo: um casal de guerrilheiros veteranos está num sítio idílico, à beira da cachoeira. Jandira (Lúcia Veríssimo) se vira para Batistelli (Licurgo Spinola) e pergunta: “Você me trouxe aqui para fazer amor ou fazer a revolução?”. E ele: “Os dois. O amor cria tudo, a revolução muda tudo”. Os dois então se amam nas águas, na mesma toada da novela “Pantanal”.

Não é só. Falta a “Amor e Revolução” aquele mínimo de verossimilhança que a ficção com pretensões históricas deveria ter. A novela começa com uma chacina de estudantes que articulavam a guerrilha numa chácara. Os assassinos são Lobo, Aranha e sua turma. Mas tudo isso se passa antes do golpe de 31 de março de 1964.

Não havia, então, guerrilha no Brasil. A tortura contra adversários da ditadura só seria adotada pelo regime de modo sistemático depois do AI-5, em 1968. “Amor e Revolução” mistura tudo no liquidificador. Não presta como obra de ficção nem tem valia como documento histórico.

Restam, além das cenas abundantes de tortura, os depoimentos de personagens reais ao final de cada capítulo, como costuma fazer Manuel Carlos. É bom que o povo que gosta do programa do Ratinho conheça os horrores de que foi capaz a ditadura.

Na novela com intenções edificantes do SBT, porém, adular a atual presidente parece mais importante do que esclarecer as massas.

NA TV
Amor e Revolução
Novela de Tiago Santiago no SBT
QUANDO de seg. a sex., às 22h15
CLASSIFICAÇÃO 14 anos
AVALIAÇÃO ruim

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Há que rir, primeiro, é da “avaliação ruim” ao pé da matéria. Como se fosse possível que um jornal que ajudou a implantar a ditadura, e que foi seu instrumento, pudesse gostar de alguma maneira de uma novela denunciando essa mesma ditadura. Só podia avaliá-la como ruim, ora.

Barros e Silva, que em 1964 nem nascido era, confunde tudo. Acha que a extrema-direita só começou a atacar e torturar comunistas depois do AI-5. Por má fé ou ignorância, confunde a cena inicial da novela, em que um grupo de jovens se reúne em um sítio para sonhar com o socialismo, com a guerrilha de resistência à ditadura.

Dá vontade de rir quando o colunista chama de “maniqueísmo” mostrar o nível de criminalidade que envolvia os autores do golpe de 1964. Queria que o SBT apresentasse uma história em que os bandidos não fossem apresentados como tal, no mínimo.

E a parte da resenha que o totó do Otarinho faz sobre a novela que afirma que esta se destina a adular Dilma Rousseff, isso pertence à Coleção Folha de Fantasias, que tem “Best-Sellers” como Ficha Falsa da Dilma e Menino do MEP. Só esses palhaços acreditam – ou dizem que acreditam – que Dilma favoreceria Silvio Santos (de que maneira?) por conta de uma novela.

Todavia, a Folha atirou no que viu e acertou no que não viu. De fato há uma grave incongruência histórica na novela Amor e Revolução: a imprensa golpista, que teve papel crucial na instalação da ditadura e na tortura e assassinato de presos políticos, sumiu da trama.

Essa Folha… Quanta ingratidão. Deveria agradecer a Silvio Santos por esconder os crimes da imprensa golpista. Em vez disso, ataca o benfeitor com críticas que presumem que o leitor é tão idiota quanto o seu improvisado crítico-pistoleiro de plantão.

Por Eduardo Guimarães, publicado no Blog da Cidadania

sábado, 9 de abril de 2011

Tragédia no Rio mostra a tragédia da comunicação no Brasil

Hoje pela manhã (fato), jovem do sexo masculino (fato) invade escola na Zona Oeste do Rio (fato), atira contra vários estudantes (fato), matando alguns deles (fato) e ferindo outros (fato). Em seguida ele atira contra a própria cabeça (suposição) e morre (fato). Por Antônio Mello, em seu blog

Emissoras de rádio e TV e portais de grandes grupos da mídia partem para uma cobertura sensacionalista do fato (fato), entrevistando pais e mães (de preferência estas) desesperados (fato) para conquistarem audiência (fato) e aumentarem market share (meta).

O povo (essa entidade que sempre joga o verbo para a terceira pessoa, pois nunca nos inclui) gosta disso (fato?). Pelo menos é o que alegam responsáveis pela cobertura. "Se não dermos, a concorrência dá", argumentam.

Mas a exposição sensacionalista de um fato, sua transformação em espetáculo midiático, pode estimular a reprodução dos fatos, como ocorre nos Estados Unidos (fato).

A mídia vai encarar a suposição como uma possibilidade de mercado (fato) que talvez aumente market share (meta).

Outros vão morrer (fato), mas a grande mídia se importa com tudo, exceto os fatos (fato).

Realengo e a guerra pela audiência

Realengo e a guerra pela audiência

A tragédia de Realengo é algo tão insano que exige reflexão sobre a cobertura na forma de espetáculo que vemos na TV, nos portais da imprensa corporativa.

A alma do negócio, no jornalismo televisivo, é falar e exibir. O silêncio, a reflexão, a sobriedade, derruba a audiência, quando no calor dos acontecimentos o telespectador, de boa-fé, busca respostas e explicações lógicas para algo tão insensato.

Mas qual o papel da mídia? Que mensagem deve passar, senão a verdade factual e os valores que interessam à própria sociedade para que isso não se repita?

É claro que a informação factual é necessária. O que aconteceu, quando, onde, por que, e até informar como ajudar e como não atrapalhar os serviços de socorro. Só que isso, objetivamente, só rende poucos minutos de notícia no dia. Então enchem a programação com especulações de "especialistas" e biografia do psicótico, transformando-o numa celebridade.

Mas cabe fazer do psicótico (que também foi vítima da própria loucura), uma celebridade? Quando se sabe que o "prêmio" buscado por outros psicóticos é o exibicionismo da pior maneira, cometendo atos bárbaros e impactantes como este?

Cabe a "corrida do ouro" de levar ao ar toda e qualquer informação inócua garimpada sobre a biografia do psicótico, sem pensar que insanos como este, são motivados, muitas vezes, também para aparecer nos holofotes da mídia?

Cabe ficar o dia inteiro reunindo "especialistas" para especular num caso destes, em intermináveis testes de hipóteses inócuos, apenas para o telespectador não mudar de canal?

Cabe especular com sensacionalismo sobre fundamentalismo religioso, demonizando religiões? Não seria mais ético e útil para a sociedade explicar que não existe religião nenhuma no mundo que pregue, nem justifique um ato destes?

Não seria melhor levar ao ar reflexões sobre o culto do individualismo neoliberal em detrimento de organizações sociais coletivas, onde uns cuidariam dos outros, evitando que os demônios internos de cada um se aflorassem, na solidão e isolamento?

O individualismo está tão encrustado na cabeça dos colunistas, que imediatamente pensam em mirabolantes detectores de metais na portaria das escolas, como se um louco obsessivo não fosse capaz de pular o muro dos fundos, ou simplesmente esperar do lado de fora para atirar na hora da saída.

Além disso, escola não é banco. Escola tem que ensinar matemática, português, mas tem também que ser ambiente propício a formar cidadãos éticos com o próximo, solidários, respeitosos com os mais fracos e com as minorias, conscientes de seus direitos e deveres, conscientes de que devem andar desarmados, independente de detectores de metais. Conscientes de que devem resolver conflitos com diálogo, com civilidade, e não pela violência.

O pior é que os colunistas que cultuam o individualismo e reclamam por caríssimos sistemas de segurança com detectores de metais e seguranças armados, são os mesmos que pregam cortes de impostos onde não se pode cortar, como o crime que cometeram contra a saúde pública ao fazerem campanha contra a CPMF.

Em vez de gastar dinheiro com cada vez mais equipamentos de segurança e armas, melhor gastar na formação cidadã: investir no professor, no aluno e na família do aluno (sobretudo na mãe).

Não cabe censura à imprensa, mas cabe repúdio aos péssimos valores que a imprensa passa, na corrida pela audiência e pelo lobby das elites arcaicas que são os barões da mídia. Nas concessões públicas de rádio e TV, a sociedade tem o direito de conceder para uso ético, para a construção da sociedade que queremos, e não para a mera corrida comercial pela audiência a qualquer preço, inclusive incentivando indiretamente futuras tragédias como essas, quando mostradas como se fosse um reality show.

Por Helena Sthephanowitz, publicado na Rede Brasil Atual

terça-feira, 5 de abril de 2011

Banco de Daniel Dantas diz que seu "mensalão" foi para a Globo

Quando os tubarões brigam, o povo ganha.

O Opportunity, banco de Daniel Dantas, emitiu nota considerando idiota a reportagem da revista Época, ao considerá-lo fonte de pagamentos ao governo, no chamado "mensalão", pois desde que o governo Lula assumiu, o seu banco não teve mais a "generosidade" encontrada no governo FHC, e precisou enfrentar as barras da lei.

Dessa vez, e só desta, temos que concordar em parte com Dantas. A CPI dos Correios apurou que a Telemig Celular e a Amazônia Celular, pagou R$ 152 milhões às empresas de Marcos Valério. A Brasil Telecom, R$ 4,7 milhões. Se esse dinheiro foi para políticos, não foi para o governo Lula (hostil às investidas de Dantas), e sim para a bancada de Dantas, no Congresso ou nos estados.

Mas o curioso é o final da nota: "Na Telemig, segundo informações prestadas à CPI do Mensalão, a maioria dos recursos eram repassados as Organizações Globo. Por isso, a apuração desses fatos fica fácil de ser feita pela Época".

Se o "mensalão" da Telemig foi para a Globo, alguém não contabilizou todo o valor.

A CPI apurou R$ 122 milhões, R$ 3 milhões pagos pela Telemig para as empresas do sr. Marcos Valério, entre 2000 e 2005.

Os pagamentos para o Grupo Globo, apurados pela CPI, entre 2000 e 2005 foram de R$ 7,4 milhões.

Tem R$ 114 milhões de diferença, não contabilizados.

Então ou a Globo apresenta voluntariamente sua planilha dos recebimentos da DNA e SMPB para dirimir dúvidas, ou o Ministério Público precisa pedir a quebra do sigilo bancário e contábil das empresas das Organizações Globo para encontrar essa diferença.

Por: Helena Sthephanowitz, especial para a Rede Brasil Atual

domingo, 3 de abril de 2011

A revista Época e o mensalão requentado

A revista Época se esforçou. A capa desta semana, assinada pelo ex-garoto prodígio da Veja e bolsista do Millenium, Diego Escosteguy, traz aquela linguagem entre barroca e cínica que se tornou marca registrada nas reportagens sobre o mensalão. A matéria, com base no relatório da Polícia Federal enfim concluído, traz uma ou duas novidades, as quais, porém, são tão ansiosa e descaradamente aditivadas com molho velho que perdem todo o sabor. A imagem que me vem é a de uma sopa guardada há semanas na geladeira, a qual lançamos dentro uma cenoura cortada para que pareça fresca.

A escassez de fatos novos no relatório da PF decorre do fato de que o mensalão foi o escândalo mais devassado da história política brasileira. Tivemos várias CPIs, com quebra de sigilos telefônicos e bancários. A imprensa deslocou o grosso de seus efetivos para investigar todos os ângulos do episódio. E a pressão midiático-política da oposição, que chegou a ameaçar a estabilidade institucional, conseguiu, desde o início das investigações, monitorar, vazar e divulgar os resultados parciais dos relatórios da Polícia Federal. Pesquisando rapidamente na internet, descobre-se que praticamente todas as informações apresentadas na matéria já eram do conhecimento público desde 2005, embora sem a credibilidade conferida pela investigação profissional.

Entretanto, o que mais chama atenção na reportagem é sua falta de clareza. O texto lança mão de todas as aquelas velhas estratégias de manipular a informação que vimos tão diabolicamente desenvolvidas no escândalo do mensalão. Existe o ilícito, mas em vez de esclarecer o leitor sobre suas causas, consequências e natureza, a reportagem o confunde, deixando nele apenas um mal estar difuso, uma indignação mal resolvida.

Por exemplo, um trecho da matéria, subtitulado Outras revelações, traz os seguintes quadros:



Temos aí algumas novidades interessantes, que poderiam nos dar uma ideia melhor de onde surgiu o famigerado Marcos Valério, que tinha, segundo a PF, contratos de publicidade com a Petrobrás na era fernandista, e com o governo de Aécio Neves, já durante a era Lula. Mesmo a nota "Lobby no BC", confusa e juridicamente inócua, amarra o Banco Rural ao empréstimo concedido pelo governo FHC ao sistema financeiro, o Proer, através do qual o governo repassou aos bancos o equivalente hoje a mais de 115 bilhões de reais. Ou seja, recheia-se o escândalo da era Lula com maionese tucana.

A matéria inicia com um quadro onde figura aquela linguagem pirracenta que também ganhou notoriedade na cobertura do assunto.




O relatório da PF não prova que o mensalão existiu. Ele apenas confirma o que realmente aconteceu, e que ninguém negou: caixa 2 de campanha eleitoral. Não há, contudo, nos documentos da PF, e quanto mais no trecho sublinhado, qualquer fato comprobatório de que o governo pagou parlamentares para votarem desta ou daquela forma.

O início da matéria, por sua vez, é presunçoso e faz um pre-julgamento:

"Era uma vez, numa terra não tão distante, um governo que resolveu botar o Congresso no bolso".

Lendo a matéria até o final, o que vemos é que, ao contrário, o relatório da PF desmente a tese do mensalão, visto que aponta apenas 28 parlamentares como receptadores de recursos de Marcos Valério. Como se pode botar um Congresso de 513 deputados "no bolso" dando dinheiro a somente 28 dentre eles? Sem contar que a maioria pertencia à base governista e muitos receberam quantias irrisórias, como o professor Luizinho, que virou "mensaleiro" após um assessor sacar 15 mil reais do valerioduto.

Outro item nebuloso da matéria, e que a Época, em vez de tentar esclarecer, joga ainda mais fumaça, é a participação de Daniel Dantas. Esse era para ser o grande "gancho" da matéria, ainda mais considerando que falamos de um indivíduo já condenado pela justiça em três países, Brasil, EUA e Inglaterra.

Segundo o relatório, Dantas teria assinado contratos, através de empresas que controlava, como a Telecom, no valor de R$ 50 milhões com empresas de publicidade de Marcos Valério. Meses depois estourava o escândalo do mensalão. A própria Polícia o aponta como um dos principais financiadores do esquema, mas a revista, sempre tão cínica e maldosa, prefere fazer dessa vez uma interpretação cândida, de que "apenas R$ 3,6 milhões" foram efetivamente repassados.

A Época engole todas as pastilhas de LSD de uma vez só e inclui, como que fazendo parte do "mensalão do PT", uma lista de personalidades que receberam dinheiro das empresas de Valério, mesmo que estas pessoas não tenham nada a ver com a campanha política de 2002 (não a campanha petista, ao menos):

•Pimenta da Veiga, do PSDB, ex-ministro de FHC, recebeu R$ 300 mil
•Gilberto Mansur, jornalista.
•Domingo Guimarães (genro de Marco Maciel).
•Jaqueline Roriz, deputada (PMN-DF).
•Mario Calixto (senador PMDB-RO).

Uma das novidades apresentadas como "quentes", e como elo entre o "mensalão" e a campanha de Lula é a "descoberta" que Freud Godoy, ex-segurança de Lula, recebeu R$ 98 mil de Marcos Valério, e que o pagamento se deu para saldar uma dívida que o PT tinha com Godoy por seu trabalho na campanha. Já se sabia que Godoy recebera 98 mil de Valério desde 2006. E não é novidade nenhuma que o "mensalão" foi para pagar a campanha de Lula em 2002, o que na verdade apenas comprova a tese, admitida pelo PT e pelo próprio Lula, que chegou a ir a TV pedir desculpas, de que se trata de caixa 2 eleitoral, e não pagamento de propina a políticos para votarem em favor do governo.

O interessante é que, à proporção em que se torna cada vez mais claro que o "mensalão" foi um esquema de caixa 2 da campanha eleitoral de 2002, mais a mídia se aferra à tese de "compra de políticos". Não estou diminuindo a gravidade do crime de caixa 2, mas apenas botando os pingos nos is.

Essa matéria da Época não traz nenhuma novidade consistente. Mas tem uma função: tentar ressuscitar o clamor popular, ou pelo menos uma faísca daquele fogaréu que vimos em 2005, e influenciar o voto dos ministros do STF quando estes julgarem o caso este ano.

Reparem nesse trecho:

"O mensalão não foi uma farsa. Não foi uma ficção. Não foi “algo feito sistematicamente no Brasil”, como chegou a dizer o ex-presidente. O mensalão, como já demonstravam as investigações da CPI dos Correios e do Ministério Público e agora se confirma cabalmente com o relatório da PF, consiste no mais amplo (cinco partidos, dezenas de parlamentares), mais complexo (centenas de contas bancárias, uso de doleiros, laranjas) e mais grave (compra maciça de apoio político no Congresso) esquema de corrupção já descoberto no país".

Pode-se ver, no entanto, uma mudança no tom da mídia. Se antes ela falava do mensalão com arrogância e sarcasmo, hoje nota-se-lhe uma postura defensiva. A repetição de negativas é de quem teme perder o controle sobre a narrativa desse escândalo, como de fato está perdendo. Ninguém nega o caixa 2. O que vem sendo questionado é se houve compra do voto no Congresso. Como é possível que o governo comprasse o voto de 513 parlamentares? E para quê? Repare que os mesmos inquisidores que mencionam a compra de votos como um crime de gravidade apocalíptica jamais especularam sobre que votações ocorreram no período que justificassem tamanho esforço e risco. E qual o sentido de comprar apoio de deputados que já votavam em linha com o governo? Lembro que alguém fez uma tabela em que mostrava que, durante o período em que os acusados recebiam o dinheiro do mensalão, o índice de vitórias do governo no Congresso na verdade caiu. A informação foi logo abafada, porque ela não ajuda a dar verossimilhança à narrativa midiática.

Outro exemplo de manipulação da mesma reportagem:

"A metamorfose ambulante

"Ao longo de seu governo, o ex-presidente Lula mudou sua retórica sobre o escândalo. Passou da indignação à negação: 'Não interessa se foi A, B ou C, todo o episódio foi como uma facada nas minhas costas" - Lula, em dezembro de 2005, sobre o episódio do escândalo do mensalão.

'Mensalão é uma farsa' - Lula, em conversa com José Dirceu durante o café da manhã no Palácio da Alvorada em 18 de novembro de 2010. Na ocasião, o ex-presidente avisou que quando deixasse o governo iria trabalhar para desmontar o mensalão".


Não há contradição entre as duas falas do presidente. Ele nunca negou que houve caixa 2. A "farsa" a que ele se refere (e a revista finge não entender) é a versão segundo a qual o governo subornou parlamentares para impor vitórias no Congresso Nacional.

Minha esperança é que o Supremo Tribunal Federal (STF) julgue os acusados com toda a severidade possível, condenando os réus do mensalão por seus crimes, se entenderem que estes ocorreram, mas que aja com justiça e isenção, sem se deixar levar pelas manipulações de uma imprensa comprometida não com a verdade dos fatos mas com as versões que produziu sobre eles, às quais agora se sente na obrigação de bancar até o fim.

Por
Miguel do Rosário, publicado em seu blog

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