terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Os cinco crimes capitais da Globo

No inesquecível encontro de blogueiros sujos em Fortaleza, o presidente do Instituto Barão de Itararé da Mídia Alternativa, Miro Borges, arrancou da platéia um minuto da vaia retumbante, quando bradou: William Bonner e a Fatima Bernardes não podem mais massacrar um candidato e pedir perdão a outro.

E tome vaia.

A caminho da saída, um blogueiro sujo perguntou a este ansioso blogueiro que cadeira sugerir para um Curso de Jornalismo para Blogueiros Sujos em Pernambuco.

Este ansioso blogueiro sugeriu um curso de nome “Os cinco crimes capitais da Globo”.

E reproduziu o breve relato que tinha acabado de fazer a mil e tantas pessoas da platéia.

Primeiro crime capital

A Globo começou como uma infratora.

Ela não era a Globo quando nasceu, nas uma extensão do grupo americano Time-Life.

O presidente Costa e Silva mandou o Roberto Marinho expulsar os americanos do Brasil.

Delfim Netto, o ministro da Fazenda, chamou o Dr Roberto para conversar.

Dr Roberto disse que não tinha dinheiro para continuar.

E, ou vendia a Globo, inteira, ao Time-Life, ou comprava a parte do Time-Life se o Governo enchesse a programação da Globo de anúncios do Governo, comprados pela tabela “cheia” de publicidade.

Tabela sem desconto.

E ninguém no mundo vende publicidade na tevê pela tabela “cheia”.

E Petrobras, o Banco do Brasil, a Caixa, a Eletrobrás – o Governo militar encheu o Roberto Marinho de tabela cheia e ele comprou a parte dos americanos.

Foi assim que a Globo se tornou “brasileira”.

Segundo crime capital

Em 1982, a Globo coonestou numa patranha montada pelo Governo Figueiredo para derrotar Leonel Brizola e dar a vitória a Wellington Moreira Franco, na campanha para governador do Rio.

Clique aqui para ver que Wellington faz qualquer papel.

Foi a primeira eleição a usar computador no Brasil e o SNI operou uma empresa de “tecnologia” chamada Proconsult, que introduziu um “coeficiente Delta” no programa de apuração.

O “coeficiente Delta” tirava votos do Brizola e jogava na coluna dos “brancos” e “nulos”.

O papel da Globo foi dar destaque às primeiras apurações da Proconsult, e anunciar na tevê, no rádio e no jornal que Wellington saía na frente e ia ganhar a eleição.

O papel da Globo era criar o fato consumado.

Melar a apuração e levar para a Justiça Eleitoral.

A Globo foi a precursora da Fox, que “elegeu” George Bush, antes de concluída a apuração, a vitória na eleição fraudada na Florida.

Depois, a Suprema Corte confirmou a notícia da Fox.

A partir dessa tentativa de Golpe da Globo, Brizola passou a lutar pelo “papelzinho” da urna eletrônica.

“Papelzinho” que já é lei, mas que a dra. Cureau, sempre imparcial, quer rasgar.

Sobre esse tema, o ansioso blogueiro escreveu, com Maria Helena Passos, o livro “Plim-Plim – a peleja do Brizola contra a fraude eleitoral”.

Terceiro crime capital

No dia 25 de janeiro de 1984, no primeiro comício das diretas, o jornal nacional entrou ao vivo da Praça da Sé, em São Paulo, para dizer que aquela multidão estava ali para comemorar o aniversário da cidade.

Quarto crime capital

A edição do jornal nacional na véspera da eleição de 1989.

O jornal nacional editou o debate entre Collor e Lula com instruções expressas de Roberto Marinho: tudo de bom do Collor e tudo de mau do Lula.

Os autores da obra marinha foram o diretor de jornalismo Alberico de Souza Cruz e o editor de política, Ronald Carvalho.

E editor que seguiu as instruções de Cruz e Carvalho, na ilha de edição, Octavio Tostes, deu histórico depoimento ao Sindicato dos Jornalistas do Rio, convidado pelo então diretor, Oswaldo Maneschy.

E Tostes contou, ali, como foi a patranha.

Cruz e Carvalho preferiram não aceitar o convite do Maneschy.

Nesta mesa edição do jn, foi feita uma pesquisa por telefone – naquela altura, 1989, só quem tinha telefone era branco de olhos azuis – que atestava que Collor tinha vencido o debate.

Por fim, o jn se encerrava com um editorial de Alexandre Maluf Garcia – que continua a desempenhar o mesmo papel até hoje - para enaltecer a democracia: aquela democracia, que, logo antes, considerava que Collor vencera o debate.

Quinto crime capital

Ali Kamel levou a eleição de 2006 para o segundo turno.

Kamel, diretor de jornalismo ainda mais poderoso que Souza Cruz, omitiu o desastre da Gol em que morreram 154 brasileiros.

(Porque dois pilotos americanos de um jato Legacy não ligaram o transponder.)

Kamel omitiu a tragédia para não desmontar a paginação do jornal nacional, ali, na véspera da eleição do primeiro turno – Lula, x Alckmin.

O jn estava montado para tratar, quase que exclusivamente, da foto do dinheiro dos “aloprados”.

Como se sabe, um delegado da policia federal de São Paulo (sempre São Paulo!), o famoso delegado Bruno (onde anda o delegado Bruno?) esqueceu as pilhas de dinheiro dos aloprados em cima da mesa.

E, sem que ele percebesse, ou por mera coincidência, o Rodrigo Bocardi, da Globo e a Lílian Christofoletti, da Folha (*), passavam ali, na hora, e fotografaram tudo.

Uma coincidência impressionante!

Essa histórica edição do jn – talvez mereça capítulo dourado no próximo livro – sempre um best-seller – do Kamel -, mostrou também a cadeira vazia do Lula, que não foi ao debate da véspera, na Globo.

Um trabalho Golpista irretocável.

O Conversa Afiada tratou deste momento inesquecível da carreira fulminante de Kamel no post “O primeiro Golpe já houve. Falta o segundo”.

Este ansioso blogueiro se ofereceu ao blogueiro sujo de Pernambuco para dar seu testemunho pessoal a dois segmentos do curso.

O do “crime da Proconsult” e o do “crime do debate do Collor”.

Este ansioso blogueiro sugeriu também que o paraninfo da turma seja o Mino Carta.

E que a turma tenha o nome de “Turma Ali Kamel – 2010.”

Por Paulo Henrique Amorim, publicado no blog Conversa Afiada

3 comentários:

Unknown disse...

Ótima abordagem, mas com certeza não são só cinco crimes capitais, além de ser dos mais variados aposto que tem vários que não conhecemos.

Vinicius Netto disse...

Faltou a tentativa de ataque terrorista "dos guerrilheiros" em 1981 no Rio, onde as granadas ali plantadas dentro de um Puma 78 explodiram no colo de um Coronel. Esse caso foi conhecido como o "Ataque do Rio Centro", que foi arquitetado pela Corja Marinha junto com os militares para, além de causar o caos ali naquele festival de música popular no qual ocorria, colocar a culpa na "guerrilha", e tudo isso para ter uma notícia para exibir no JN

O Verbo Ancião disse...

Excelente post, nos tempos de hoje quando o sistema insiste cada vez mais em apertar a coleira da prole e tapar seu campo de visão a ponto de matar seu povo sufocado e cegar a "sublimidade" de seu campo de visão. Precisamos cada dia mais colocar uma "?" na cabecinha das pessoas, fazer elas se questionarem. Deixarmos de ser Fantoches pra sermos "Pantomimas!"

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