sábado, 11 de dezembro de 2010

Entenda por que o Brasil é importante para a segurança dos EUA


As minas de nióbio de Catalão (GO) e Araxá (MG), além dos cabos submarinos do Rio de Janeiro (RJ) e de Fortaleza (CE), são alguns dos 300 locais que podem “ter um impacto crítico na segurança nacional dos EUA” caso estejam em perigo. A lista secreta foi vazada na última semana pelo site WikiLeaks.

O fato de o Brasil ter as maiores reservas do mineral e de os cabos transmitirem uma grande quantidade de dados ajuda a explicar a importância desses locais para os americanos.

Segundo o engenheiro de comunicações Naasson Alcântara, da Unesp Bauru, “os cabos submarinos são a principal forma de comunicação de dados a grandes distâncias, intercontinentais”.

- Um dos cabos que saem de Fortaleza, o Américas 2, é capaz de transmitir mais de 150 mil ligações simultâneas. Ele possui 9.000 km de extensão, quatro pares de fibras ópticas, e interliga o Brasil, Guiana Francesa, Trinidad e Tobago, Venezuela, Curaçao, Martinica, Porto Rico e Estados Unidos.

Para o professor, “caso os cabos sejam destruídos, rotas alternativas precisariam ser estabelecidas, por meio de outros cabos ou outros meios já estabelecidos”.

- Haveria um transtorno inicial com a interrupção de comunicações, essenciais ou não.

Brasil tem maiores reservas de nióbio

Em relação ao nióbio, o Brasil possui mais de 90% das reservas mundiais. O metal é considerado fundamental para a indústria de armamentos dos EUA.

A geóloga Gilda Ferreira, da Unesp de Rio Claro, explica que o “nióbio é usado para ‘endurecer’, para dar maior resistência às ligas metálicas. É bastante usado em foguetes, aviões e turbinas”.

Os EUA importam do Brasil quase todo o nióbio que consomem. O Canadá também tem uma pequena produção do mineral.

Gilda explica que “o nióbio é usado em pouca quantidade, em termos de toneladas de minérios”.

- É uma porcentagem muito baixa. Não sei exatamente qual seria o impacto que causaria aos EUA. Hoje há pesquisas com outros materiais que poderiam substituir o nióbio.

Os EUA também querem proteger minas de manganês em Corumbá (MS) – o Brasil é o segundo maior produtor mundial do minério, usado para dar resistência ao alumínio.

Lista inclui portos e fábricas de medicamentos

Segundo os documentos vazados pelo WikiLeaks, a destruição de alguns dos 300 pontos vitais teria “impacto crítico na segurança econômica, saúde pública ou na segurança nacional" dos EUA.

A lista inclui oleodutos, portos, gasodutos e fornecedores de medicamentos e vacinas. Também há a preocupação com reservas de minerais estratégicos na Nova Zelândia e na Austrália, além de minas na África e na América do Sul, portos na China e no Japão, e fábricas de remédio na França.

A divulgação de mais de 250 mil documentos diplomáticos causou grande constrangimento aos EUA. Muitos telegramas faziam comentários sobre líderes mundiais, como o primeiro-ministro da Rússia, Vladimir Putin, e o presidente do país, Dmitri Medvedev, descritos como “Batman e Robin”.

O criador do site, o jornalista australiano Julian Assange, 39 anos, foi preso nesta semana no Reino Unido, acusado de estupro pela Justiça da Suécia.

Por Maurício Moraes, do R7

Estadão acusa ministro com "documento" que sabia ser falso


Como o Estadão fabricou o escândalo

A sucursal de Brasília consegue um documento, uma declaração supostamente assinada pelo Chefe da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República, Alexandre Padilha, avalizando o trabalho do INBRASIL, o tal instituto através do qual o relator do orçamento desviava recursos.

Procurou o Ministro. Na hora, constatou-se que o documento era falsificado. Havia inúmeras evidências, acessíveis a qualquer redação com um mínimo de análise técnica, conforme material que recebi agora à noite:

1. No brasão do documento, o telefone da Secretaria estava errado, assim como o email.

2. O padrão gráfico é diferente do papel timbrado da SRI.

3. O número do RG do Ministro é falso.

4. Sua denominação - "Ministro de Estado chefe da SRI" - incorreta.

5. O CNPJ da empresa avalizada é. Bastava colocar em um programinha simples para constatar que era inválido.

6. Havia mais. A assinatura do Ministro era scaneada, conforme se conferia a olho nu. Bastava clicar na assinatura para aparecer o contorno da imagem.

7. Bastava ir às propriedades do documento para saber que foi escrito em Br-Office, um editor de texto. Documentos legais são scaneados diretamente do papel. Documentos PDF a partir de um editor de texto é sinal evidente de manipulação. Qualquer adolescente medianamente informado sabe disso.

Tinha-se, enfim, uma reportagem sobre um documento falsificado envolvendo um Ministro de Estado. O repórter foi informado, até escreveu um boxe sobre isso. Essa informação não fo sonegada da direção de redação do jornal.

E tinha-se a principal suspeita - a ex-assessora que afirmava ter obtido a carta do Ministro.

A direção de redação - provavelmente Marcelo Beraba, um dos criadores da Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo), que se supunha o último centro de reportagem correta da mídia - decidiu ignorar todos os sinais de falsificação e imputar o documento ao Ministro Padilha.

A manchete de primeira página foi esta:

Internamente, na página 4, a matéria principal foi essa:

Na parte inferior da página um boxe, com Padilha tentando explicar que o documento apresentado era falso.

Liberdade para o Net-Jornalismo

BERNADETT SZABO/Reuters
Manifestante segura cartaz de apoio a Julian Assange, em frente à embaixada britânica em Budapeste
Manifestante segura cartaz de apoio a Julian Assange, em frente à embaixada britânica em Budapeste

A crise institucional internacional provocada pela maciça publicação de documentos secretos dos Estados Unidos no WikiLeaks destaca a questão dos vazamentos de informações organizacionais. Autoridades incomodadas pelas revelações contidas nos papéis, rapidamente tentaram desqualificar a ação de exposição global de suas más entranhas, denominando-as de vazamento de informações ilegal. Um posicionamento retórico e grupal que nos lembra a atualidade da afirmação do irreverente jornalista norte-americano Henry Louis Mencken (1880-1956) sobre o que são os governos. Mencken afirma em seu O livro dos insultos:

"O homem médio, sejam quais forem os seus erros em outros departamentos, pelo menos sabe que o governo é alguma coisa fora dele e da generalidade de seus semelhantes - que é um poder separado, independente e quase sempre hostil, só parcialmente sob o seu controle e capaz de causar-lhe grandes prejuízos". Em resumo, políticos e governos fazem parte de uma corporação de ofício, independentemente de suas ideologias. Obama tinha a reputação de saber usar bem a internet e respeitar as chamadas redes sociais.

Sarah Palin, ex-candidata republicana à vice-presidência, colocou em sua mira inculta o fundador do WikiLeaks, Julian Assange, igualando-o a Osama Bin Laden. Um juiz sueco, em má hora, provocou a prisão de Assange, em Londres, a partir de denúncias, nas quais é acusado de cometer dois crimes sexuais. Bancos nos quais o WikiLeaks depositava os seus recursos e provedores que viabilizavam a sua existência técnica derrubaram o site. As ações de ira contra o WikiLeaks e seu fundador, orientadas por relações não-públicas, propaganda e lobby que bebem os seus conceitos na finada Guerra Fria, não enfraqueceram o cerne das denúncias trazidas pelos documentos: as relações internacionais norte-americanas estão contaminadas por ações ilegais e ilegítimas. E, também, por não saberem zelar pelos segredos de Estado são incompetentes.

Moveholders e stakeholders: o novo social

A imprensa tradicional e a nova imprensa filha do mundo digital divulgam informações boas ou ruins à sociedade por meio de inúmeras fontes. As razões que produzem vazamentos de informações e as crises são coisas como interesses contrariados, inveja, ciúmes, ressentimentos, busca por notoriedade, desejo de se fazer justiça, acerto de contas, "sexo, drogas e rock and roll" e venda de informações. A essa lista inesgotável e nem sempre legal e legítima de motivações somam-se, em época de net-ativismo, demandas de gênero, etárias, étnicas, culturais, defesas da diversidade, biodiversidade, dos direitos humanos, direitos dos animais, além da sustentabilidade, em todas em seus aspectos. No Brasil, entre as ações positivas da ação da cidadania digital está a mobilização e aprovação da lei da Ficha Limpa, que impediu a candidatura e a posse de políticos corruptos. E no mundo, destaca-se a mobilização contra a decisão que condenou à morte por apedrejamento da iraniana Sakineh Mohammadi Ashtiani. O novo social é formado por moveholders, as partes interessadas que se agrupam em redes sociais, blogs, flash mobs, entre formas de comunicação digital e híbridas (digitais e analógicas), e que não são apreendidas pelas velhas segmentações de relações públicas, como as dos stakeholders, conceito definido por R.Edward Freeman, no século passado.

A imprensa tradicional e analógica ensinou para a imprensa net-ativista que deve se publicar o que é notícia. As referências e a prática jornalística afirmam que notícia é o "relato de fatos ou acontecimentos atuais, de interesse e importância para a comunidade, e capaz de ser compreendida pelo público" (Dicionário de Comunicação, de Barbosa e Rabaça, 2001, p.513). As informações que chegaram ao mundo pela ação net-ativista de Julian Assange amplificada com apoio de jornais como o The New York Times e o Guardian, está ancorada em inúmeras definições de notícia, como a citada, e no destaque do jornalista Sidnei Basile dá em seu livro Elementos de Jornalismo Econômico (2002, p.22), que lembra que o Instituto dos Repórteres Investigativos, dos Estados Unidos, recomenda aos jornalistas que sigam três regras saudáveis: "Siga o dinheiro; siga os papéis: siga as pessoas.".

Assange recebeu os papéis divulgados no WikiLeaks de fontes integrantes do governo dos Estados Unidos. Ele não roubou os documentos. Os crimes dos quais poderia ser acusado são os de injúria, calúnia e difamação. As organizações, que tiram a liberdade de Assenge e sufocam economicamente e tecnologicamente o WikiLeaks, estão cometendo o crime de censura e cerceamento à liberdade de expressão, contra toda a cidadania global. Liberdade para Julian Assange e para o WikiLeaks!

Terra Magazine: Paulo Nassar de São Paulo (SP)

Mais vexame da diplomacia do EUA: fazem relatório tendo a revista Veja como fonte

O WiliLeaks vazou telegrama de 2005 do embaixador estadunidense no Brasil. Nele repete um boato falso propagado pela revista Veja em "reporcagem" de 2003: acusa a então ministra Dilma de ser "o cérebro" do "assalto do cofre do Adhemar".

É mais um vexame da diplomacia estadunidense. Se consultassem no google, comprovariam que até mesmo sites de extrema-direita (como o Ternuma) contam outra versão muito diferente da revista Veja, sem o envolvimento de Dilma. Aliás, a própria revista Veja da época, de 1969, quando não era tão ruim como é hoje, fez reportagem sobre a ação, sem qualquer menção à Dilma.

Detalhes: Mesmo que tivesse participado, no contexto da época, o cofre do Adhemar foi, na prática, uma operação de busca e apreensão feita por guerrilheiros (para financiar a resistência à ditadura).

Adhemar de Barros foi governador e prefeito de São Paulo, ficando conhecido pela frase "rouba, mas faz". O cofre era dinheiro ilegal, supostamente oriundo da corrupção.

Nesta época era ilegal ter esse monte de dólares clandestinos, em espécie, no Brasil.

Era dinheiro sem origem lícita (leia-se: oriundo de corrupção).

Ficava na casa de uma amante (Anna Capriglione), no Rio de Janeiro. Diziam que Adhemar tinha alguns cofres destes, espalhados em endereços diferentes.

Adhemar, além de político, era industrial, e empresários como ele financiavam a famigerada operação OBAN, com dinheiro sujo ou da corrupção ou surrupiado dos salários dos trabalhadores (que eram arrochados e não podiam nem protestar por reajustes, e muito menos fazer greve).

Acreditavam que havia documentos incriminadores no cofre, que poderia desmoralizar Adhemar, um dos articuladores do golpe de 1964. Mas a própria existência do cofre clandestinho, com uma fortuna em dólares, vir ao conhecimento do público, já desmoralizava o político golpista e deixava o próprio governo ditatorial em saia justa.

O Brasil não tinha um governo legitimamente constituído. O regime perseguia e vasculhava a vida dos adversários, mas não investigava a corrupção de aliados como faz a Polícia Federal hoje, legalmente, em plena democracia. O regime protegia e "não incomodava" aliados como Adhemar, mesmo com todos indícios.

Quem passou as informações do cofre foi o próprio sobrinho da Anna Capriglione, que ficou sabendo e também militava contra a ditadura.

Blog
de política Brasil: Os amigos do Presidente Lula

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