domingo, 27 de fevereiro de 2011

A globo manipula sua mente

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Jornal Nacional erra feio e troca Bandeira da Líbia com Bandeira do Líbano

O Jornal Nacional da TV Globo, trocou a bandeira da Líbia pela do Líbano ao ilustrar uma reportagem:

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Folha reconhece que imprensa é golpista

No último sábado, o jornal Folha de São Paulo reconheceu, publicamente, que pessoas como a maioria das que escrevem neste blog têm razão quando dizem que a grande imprensa brasileira é golpista. A partir desse momento histórico, portanto, espera-se que mesmo os seus simpatizantes mais exaltados parem de contestar o que ela mesma reconhece.

Reproduzo, abaixo, essa matéria da Folha que me foi mostrada pelo radialista Colibri, da Rádio Brasil Atual, durante entrevista sobre os 90 anos do jornal que gravei nos estúdios dessa rádio ontem e que foi ao ar na manhã desta quarta-feira. Em seguida, mais alguns comentários.

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A Folha apoiou o golpe militar de 1964, como praticamente toda a grande imprensa brasileira. Não participou da conspiração contra o presidente João Goulart, como fez o “Estado”, mas apoiou editorialmente a ditadura, limitando-se a veicular críticas raras e pontuais.

Confrontado por manifestações de rua e pela deflagração de guerrilhas urbanas, o regime endureceu ainda mais em dezembro de 1968, com a decretação do AI-5. O jornal submeteu-se à censura, acatando as proibições, ao contrário do que fizeram o “Estado”, a revista “Veja” e o carioca “Jornal do Brasil”, que não aceitaram a imposição e enfrentaram a censura prévia, denunciando com artifícios editoriais a ação dos censores.

As tensões características dos chamados “anos de chumbo” marcaram esta fase do Grupo Folha. A partir de 1969, a “Folha da Tarde” alinhou-se ao esquema de repressão à luta armada, publicando manchetes que exaltavam as operações militares.

A entrega da Redação da “Folha da Tarde” a jornalistas entusiasmados com a linha dura militar (vários deles eram policiais) foi uma reação da empresa à atuação clandestina, na Redação, de militantes da ALN (Ação Libertadora Nacional), de Carlos Marighella, um dos ‘terroristas’ mais procurados do país, morto em São Paulo no final de 1969.

Em 1971, a ALN incendiou três veículos do jornal e ameaçou assassinar seus proprietários. Os atentados seriam uma reação ao apoio da “Folha da Tarde” à repressão contra a luta armada.

Segundo relato depois divulgado por militantes presos na época, caminhonetes de entrega do jornal teriam sido usados por agentes da repressão, para acompanhar sob disfarce a movimentação de guerrilheiros. A direção da Folha sempre negou ter conhecimento do uso de seus carros para tais fins.


http://www1.folha.uol.com.br/folha90anos/877777-os-90-anos-da-folha-em-9-atos.shtml

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Segundo relato de Colibri, ele trabalhava na Folha na época em que ela não apenas entregou a redação aos militares, mas ajudou-os a prender seus funcionários dentro de suas instalações, o que lhe valeu a piada de que era o jornal de maior “tiragem” do Brasil, pois vivia cheio de “tiras”. E o radialista nega que houvesse algum movimento organizado dentro do jornal.

Mas vejam só que coisa: a Folha diz que sua redação estava cheia de militantes da ALN e que, por isso, permitiu aos militares que fossem prendê-los dentro de suas instalações em vez de demiti-los, por exemplo. Essa era a visão do jornal sobre liberdade de imprensa, então. Isso mostra o quanto é vazio o seu discurso atual sobre o assunto.

A parte mais divertida da nota é a que afirma que “a direção da Folha não tinha conhecimento” de que seus carros eram usados para esse fim, como se fosse possível um empresário não ter conhecimento do que seus funcionários fazem com a sua frota de veículos. Sugere, aliás, que meros motoristas se apropriavam dos veículos para servirem à ditadura.

E um detalhe importante: notem que o jornal não diz que seus carros não foram usados para esse fim, mas que não tinha conhecimento desse uso.

Diante de tudo isso, penso que é plenamente justificável que as pessoas se indignem por os três poderes da República terem ido prestigiar uma empresa que tanto mal causou ao Brasil ao atuar de forma tão ativa em prol da censura e da supressão das liberdades democráticas, castigos a este povo que duraram duas décadas.

Contudo, o desalento com a rendição da República a esse jornal criminoso não altera o fato de que ninguém tem opção de desistir de apoiar este governo ou de deixar de militar em blogs como este. O editor deste blog não tem como desistir nem de uma coisa, nem de outra. É preciso muita “coragem” para desistir. Não sou tão corajoso.

Por Eduardo Guimarães, publicado no Blog da Cidadania

O salário mínimo e o poder de Dilma

Nem R$ 600, que é nada mais nada menos que marcação de posição do PSDB pós-eleição, para não dizer outro adjetivo; nem R$ 560, nem tampouco R$ 545. O valor do salário mínimo brasileiro, segundo a Constituição e pelos cálculos do Dieese, que ninguém contesta, deveria ser R$ 2.194,76, em valor de fevereiro. Mas é claro que a Previdência Social, os estados e os municípios não conseguiriam arcar com esta vultosa cifra.

Esta abertura fática é apenas para dizer que estamos diante de um falso dilema para tentar emparedar o governo e os partidos da base aliada, sobretudo os de esquerda.

Se José Serra (PSDB) tivesse ganhado a presidência da República talvez até aumentasse o mínimo para R$ 600, como propôs no debate eleitoral. Porém, este valor ficaria congelado por quatro anos. Não há dúvidas quanto a isto. Assim, a defesa tucana de R$ 600 é uma tentativa, pouco responsável, de reviver a refrega eleitoral.

Ademais, é importante chamar a atenção para o fato de os tucanos não terem número no Congresso para brigar efetivamente pelos R$ 600. A proposta é apenas retórica ou como diz um articulista de um dos “grandes jornais”, ao comentar e aprovar o comportamento dos tucanos: “a irresponsabilidade é uma arma perfeitamente legítima do jogo político”, chamou a atenção o sociólogo Marcos Coimbra, em artigo publicado no Correio Braziliense de domingo (20).

O DEM, fiel aliado dos tucanos, preferiu percorrer outro caminho. Propôs e brigou, com apoio das centrais sindicais, por um salário de R$ 560. Valor mais realista e, portanto, defensável. Esta também foi a proposta do PDT.

O governo e a base de apoio

Assim, ainda que haja elementos de verdade, é puro terror e/ou especulação que a imprensa publica sobre a relação do governo e sua base de sustentação no Congresso. Pelo menos no que diz respeito ao novo valor do mínimo.

Não é o valor do salário mínimo que dividirá a ampla aliança que o Planalto tem no Legislativo. Este é o que podemos chamar de falso dilema, que a imprensa está a estimular. Sobretudo, neste início de Legislatura, que o governo chega ancorado na grande votação que obteve no segundo turno e também na popularidade com que Lula deixou o poder.

Vamos aos fatos.

O governo fez cálculos, organizou planilhas e chegou à conclusão que era mais prudente elevar o piso nacional para R$ 545. E tomou uma posição. Justo, pois é assim que funciona.

Às centrais sindicais coube provocar a discussão e invocar o acordo celebrado em 2007, que, além da reposição inflacionária, o mínimo deveria receber percentual de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) dos dois anos anteriores, que no caso de 2009 foi zero.

Nas discussões, não conseguiram convencer a equipe econômica do governo para dar uma antecipação do ganho real que o piso nacional terá em 2012. Paciência, a luta, legítima, continua, nas ruas e no Congresso. Querer que as centrais não tentassem fazer o que de direito e de fato deveriam fazer seria tentar silenciar o movimento dos trabalhadores.

A nova arena de discussão agora é o Congresso, cuja primeira batalha, na Câmara, foi vencida pelo governo, que também, tudo indica, vai vencer a segunda no Senado. O que espanta neste debate são as especulações da imprensa sobre o comportamento dos congressistas – deputados e senadores – sobre o salário mínimo.

Ora, o debate acerca do mínimo nunca dividiu o Congresso ou causou grandes problemas para o governo. Na era Lula, quando a oposição propunha aumentos maiores que o oferecido pelo Planalto era para tentar expor o governo e sua base original – os partidos de esquerda. Nada mais.

Em abril de 1995, no primeiro mandato de FHC, lembrou Fernando Rodrigues, em sua coluna na Folha de S.Paulo de sábado (19), a Câmara aprovou o aumento do mínimo de R$ 70 para R$ 100 por 339 votos.

Oito anos depois, sob Lula, o piso subiu de R$ 200 para R$ 240, valor aprovado por 278 deputados. Os tucanos queriam R$ 252. Como se vê, não é o valor do salário mínimo que divide o Congresso. Nunca foi. Trata-se de falso dilema.

Quanto ao poder de Dilma e sua relação com o Congresso, a imprensa explora a picuinha, o risível, a pequena política. Assim, repito, não será na definição do valor do salário mínimo que o governo terá contradições com o Congresso. Mas por quê?

Por uma razão muito simples. Nesta nova legislatura, a bancada empresarial teve aumento exponencial. De cada dois deputados, um se diz empresário. São ao todo na Câmara, segundo dados da Radiografia do Novo Congresso, do Diap, 246 deputados e 27 senadores.

E é sabido por todos que empresário, por sua natureza, não gosta de aumentar salário. Por esta razão fundamental não foi difícil para a presidente Dilma e sua equipe convencerem a maioria do Congresso da “justeza” da proposta palaciana.

Assim, ao fim e ao cabo, a grande maioria da Câmara que votou com o governo na definição do novo valor do mínimo, na verdade votou consigo mesma. É duro, mas é a mais pura e objetiva verdade.

Por Marcos Verlaine, diretor do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), publicado no sítio da Agência Sindical

Geração de emprego em janeiro tem segundo melhor resultado desde 1992

O Brasil gerou 152.091 empregos formais em janeiro, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho. Foram admitidos 1,65 milhões e demitidos 1,49 milhões de trabalhadores.

É o segundo melhor saldo da série histórica, que teve início em 1992. O melhor saldo para meses de janeiro foi em 2010, com a geração de 181.418 empregos formais.

Os setores que mais contribuíram para o saldo positivo foram os de serviços (71.231), da indústria de transformação (53.207) e da construção civil (33.358).

Por fatores sazonais, os únicos setores que apresentaram saldo negativo foram o comércio (-18.130) e a administração pública (-1.042).

O Sudeste foi a região que apresentou a maior geração de empregos (71.095), seguido do Sul (49.075) e do Centro-Oeste (28.552).

Por Roberta Lopes – Agência Brasil

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

BBB despenca na audiência. Será o último?

Segundo a coluna “Outro Canal”, da Folha, a 11ª edição do programa Big Brother Brasil, da Rede Globo, registra a pior média de audiência do reality show ao longo dos últimos anos. Apesar de ser veiculado após a novela “Insensato Coração”, que se mantém na casa dos 32 pontos do Ibope, o BBB-11 teve abrupta queda de telespectadores e registrou média de 25,7 pontos de audiência.

A decadência do programa apavora a família Marinho e anima os concorrentes. O Portal R7, da TV Record, observa que a queda de audiência hoje é mais acelerada. “Na quinta edição do BBB o programa bateu em média 50,3 pontos nas quatro primeiras eliminações, enquanto nesta 11ª temporada o índice ficou em 25,7 pontos... A queda foi gradativa com o passar dos anos”.

Alegria e lucro dos concorrentes

Na sexta edição, em 2006, o BBB registrou 45,2 pontos em média nas primeiras eliminações. Já no ano seguinte, ficou em 40,8 pontos. Entre 2008 e 2010, trafegou na faixa dos 30 pontos – 38,7 em 2008, 32,5 em 2009 e 30,9 em 2010. E neste ano foi para a zona dos 20 pontos pela primeira vez. A Rede Record não esconde sua felicidade com o abalo na hegemonia da TV Globo:

“As outras emissoras têm lucrado com a queda de números do BBB. A Band aumentou sua audiência média às terças-feiras de 1,9 ponto em 2005 para 3,6 em 2011 – crescimento de 89,4%. Já a Record teve aumento de 157,69% nos números – pulou de 5,2 pontos em 2005 para 13,4 neste ano”. O crescimento da audiência resulta em mais publicidade e mais lucros!

Big Brother “é um grande desserviço”

O alto comando da TV Globo já teria sentido o baque, orientando seus subordinados a “apimentarem” ainda mais o BBB. Novas baixarias, que estimulam os piores instintos humanos, devem pintar na telinha desta concessão pública. Segundo o Jornal do Brasil, “a situação do reality show continua alarmante e o sinal vermelho voltou a tocar no Projac... Mesmo com as tentativas de inovação, a décima primeira edição do programa anda fria e marcando a pior audiência do reality desde as primeiras semanas”.

Em recente entrevista ao portal Terra Magazine, o subprocurador-geral da República, Aurélio Rios, informou que o Ministério Público Federal está monitorando o BBB-11. “Achamos que (a atração) é um grande desserviço e serve muito à deseducação. Não estimula a criação, o princípio de solidariedade, os valores éticos”, explicou. Para ele, a classificação indicativa do programa é inapropriada. “Na minha opinião, apenas na minha opinião, não deveria ser para 14, mas para 18 anos”.

Denúncias e desrespeito à Procuradoria

Em dezembro de 2010, a Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão (PFDC) encaminhou à Rede Globo recomendação para que fossem respeitados os direitos constitucionais na 11ª edição BBB. O documento, uma espécie de alerta, foi motivado por inúmeras reclamações da sociedade. Só a edição anterior foi alvo de 400 denúncias, como homofobia, incitação à violência, apelo sexual, inadequação no horário de exibição e violação da dignidade da pessoa humana.

Na recomendação, a PFDC solicitou à Globo que adotasse "medidas preventivas necessárias para evitar a veiculação de práticas de violações de direitos humanos, tais como tratamento desumano ou degradante, preconceito, racismo e homofobia". Segundo Aurélio Rios, o prazo estipulado para a resposta foi de 30 dias, mas até agora a emissora não se dignou a responder à solicitação. “Vamos pedir justificativa sobre porque não foi respondido e sobre porque não foi tomada nenhuma providência”.

O fim está próximo?

No mesmo rumo, apesar do tom moralista, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) também está no encalço do BBB. Em nota oficial, ela chegou a exortar “a todos no sentido de se buscar um esforço comum pela superação desse mal na sociedade, sempre no respeito à legítima liberdade de expressão, que não assegura a ninguém o direito de agressão impune aos valores morais que sustentam a sociedade". E acionou o Ministério Público, solicitando “providências em relação à programação televisiva”.

Diante a queda acentuada de audiência e do bombardeio de críticas, há boatos de que a TV Globo pode encerrar a exibição anual do Big Brother Brasil. O modelito mundial do BBB já foi abandonado em vários países do planeta. Se mantiver o atual formato, a fuga de telespectadores deve crescer; se “apimentar” ainda mais o programa, o Ministério Público Federal pode até punir a empresa, conforme garante o subprocurador Aurélio Rios. O fim do BBB faria um enorme bem à saúde dos brasileiros!

Por Altamiro Borges, publicado em seu Blog

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Os cinco crimes capitais da Globo

No inesquecível encontro de blogueiros sujos em Fortaleza, o presidente do Instituto Barão de Itararé da Mídia Alternativa, Miro Borges, arrancou da platéia um minuto da vaia retumbante, quando bradou: William Bonner e a Fatima Bernardes não podem mais massacrar um candidato e pedir perdão a outro.

E tome vaia.

A caminho da saída, um blogueiro sujo perguntou a este ansioso blogueiro que cadeira sugerir para um Curso de Jornalismo para Blogueiros Sujos em Pernambuco.

Este ansioso blogueiro sugeriu um curso de nome “Os cinco crimes capitais da Globo”.

E reproduziu o breve relato que tinha acabado de fazer a mil e tantas pessoas da platéia.

Primeiro crime capital

A Globo começou como uma infratora.

Ela não era a Globo quando nasceu, nas uma extensão do grupo americano Time-Life.

O presidente Costa e Silva mandou o Roberto Marinho expulsar os americanos do Brasil.

Delfim Netto, o ministro da Fazenda, chamou o Dr Roberto para conversar.

Dr Roberto disse que não tinha dinheiro para continuar.

E, ou vendia a Globo, inteira, ao Time-Life, ou comprava a parte do Time-Life se o Governo enchesse a programação da Globo de anúncios do Governo, comprados pela tabela “cheia” de publicidade.

Tabela sem desconto.

E ninguém no mundo vende publicidade na tevê pela tabela “cheia”.

E Petrobras, o Banco do Brasil, a Caixa, a Eletrobrás – o Governo militar encheu o Roberto Marinho de tabela cheia e ele comprou a parte dos americanos.

Foi assim que a Globo se tornou “brasileira”.

Segundo crime capital

Em 1982, a Globo coonestou numa patranha montada pelo Governo Figueiredo para derrotar Leonel Brizola e dar a vitória a Wellington Moreira Franco, na campanha para governador do Rio.

Clique aqui para ver que Wellington faz qualquer papel.

Foi a primeira eleição a usar computador no Brasil e o SNI operou uma empresa de “tecnologia” chamada Proconsult, que introduziu um “coeficiente Delta” no programa de apuração.

O “coeficiente Delta” tirava votos do Brizola e jogava na coluna dos “brancos” e “nulos”.

O papel da Globo foi dar destaque às primeiras apurações da Proconsult, e anunciar na tevê, no rádio e no jornal que Wellington saía na frente e ia ganhar a eleição.

O papel da Globo era criar o fato consumado.

Melar a apuração e levar para a Justiça Eleitoral.

A Globo foi a precursora da Fox, que “elegeu” George Bush, antes de concluída a apuração, a vitória na eleição fraudada na Florida.

Depois, a Suprema Corte confirmou a notícia da Fox.

A partir dessa tentativa de Golpe da Globo, Brizola passou a lutar pelo “papelzinho” da urna eletrônica.

“Papelzinho” que já é lei, mas que a dra. Cureau, sempre imparcial, quer rasgar.

Sobre esse tema, o ansioso blogueiro escreveu, com Maria Helena Passos, o livro “Plim-Plim – a peleja do Brizola contra a fraude eleitoral”.

Terceiro crime capital

No dia 25 de janeiro de 1984, no primeiro comício das diretas, o jornal nacional entrou ao vivo da Praça da Sé, em São Paulo, para dizer que aquela multidão estava ali para comemorar o aniversário da cidade.

Quarto crime capital

A edição do jornal nacional na véspera da eleição de 1989.

O jornal nacional editou o debate entre Collor e Lula com instruções expressas de Roberto Marinho: tudo de bom do Collor e tudo de mau do Lula.

Os autores da obra marinha foram o diretor de jornalismo Alberico de Souza Cruz e o editor de política, Ronald Carvalho.

E editor que seguiu as instruções de Cruz e Carvalho, na ilha de edição, Octavio Tostes, deu histórico depoimento ao Sindicato dos Jornalistas do Rio, convidado pelo então diretor, Oswaldo Maneschy.

E Tostes contou, ali, como foi a patranha.

Cruz e Carvalho preferiram não aceitar o convite do Maneschy.

Nesta mesa edição do jn, foi feita uma pesquisa por telefone – naquela altura, 1989, só quem tinha telefone era branco de olhos azuis – que atestava que Collor tinha vencido o debate.

Por fim, o jn se encerrava com um editorial de Alexandre Maluf Garcia – que continua a desempenhar o mesmo papel até hoje - para enaltecer a democracia: aquela democracia, que, logo antes, considerava que Collor vencera o debate.

Quinto crime capital

Ali Kamel levou a eleição de 2006 para o segundo turno.

Kamel, diretor de jornalismo ainda mais poderoso que Souza Cruz, omitiu o desastre da Gol em que morreram 154 brasileiros.

(Porque dois pilotos americanos de um jato Legacy não ligaram o transponder.)

Kamel omitiu a tragédia para não desmontar a paginação do jornal nacional, ali, na véspera da eleição do primeiro turno – Lula, x Alckmin.

O jn estava montado para tratar, quase que exclusivamente, da foto do dinheiro dos “aloprados”.

Como se sabe, um delegado da policia federal de São Paulo (sempre São Paulo!), o famoso delegado Bruno (onde anda o delegado Bruno?) esqueceu as pilhas de dinheiro dos aloprados em cima da mesa.

E, sem que ele percebesse, ou por mera coincidência, o Rodrigo Bocardi, da Globo e a Lílian Christofoletti, da Folha (*), passavam ali, na hora, e fotografaram tudo.

Uma coincidência impressionante!

Essa histórica edição do jn – talvez mereça capítulo dourado no próximo livro – sempre um best-seller – do Kamel -, mostrou também a cadeira vazia do Lula, que não foi ao debate da véspera, na Globo.

Um trabalho Golpista irretocável.

O Conversa Afiada tratou deste momento inesquecível da carreira fulminante de Kamel no post “O primeiro Golpe já houve. Falta o segundo”.

Este ansioso blogueiro se ofereceu ao blogueiro sujo de Pernambuco para dar seu testemunho pessoal a dois segmentos do curso.

O do “crime da Proconsult” e o do “crime do debate do Collor”.

Este ansioso blogueiro sugeriu também que o paraninfo da turma seja o Mino Carta.

E que a turma tenha o nome de “Turma Ali Kamel – 2010.”

Por Paulo Henrique Amorim, publicado no blog Conversa Afiada

domingo, 20 de fevereiro de 2011

BBB: Ainda pior que o pior!!!

A verdade por trás do BBB



BIG BROTHER BRASIL
(Luiz Fernando Veríssimo)

Que me perdoem os ávidos telespectadores do Big Brother Brasil (BBB), produzido e organizado pela nossa distinta Rede Globo, mas conseguimos chegar ao fundo do poço… A décima primeira (está indo longe!) edição do BBB é uma síntese do que há de pior na TV brasileira. Chega a ser difícil,… encontrar as palavras adequadas para qualificar tamanho atentado à nossa modesta inteligência.

Dizem que em Roma, um dos maiores impérios que o mundo conheceu, teve seu fim marcado pela depravação dos valores morais do seu povo, principalmente pela banalização do sexo. O BBB é a pura e suprema banalização do sexo. Impossível assistir, ver este programa ao lado dos filhos. Gays, lésbicas, heteros… todos, na mesma casa, a casa dos “heróis”, como são chamados por Pedro Bial. Não tenho nada contra gays, acho que cada um faz da vida o que quer, mas sou contra safadeza ao vivo na TV, seja entre homossexuais ou heterosexuais. O BBB é a realidade em busca do IBOPE…

Veja como Pedro Bial tratou os participantes do BBB. Ele prometeu um “zoológico humano divertido” . Não sei se será divertido, mas parece bem variado na sua mistura de clichês e figuras típicas.
Pergunto-me, por exemplo, como um jornalista, documentarista e escritor como Pedro Bial que, faça-se justiça, cobriu a Queda do Muro de Berlim, se submete a ser apresentador de um programa desse nível. Em um e-mail que recebi há pouco tempo, Bial escreve maravilhosamente bem sobre a perda do humorista Bussunda referindo-se à pena de se morrer tão cedo.
Eu gostaria de perguntar, se ele não pensa que esse programa é a morte da cultura, de valores e princípios, da moral, da ética e da dignidade.

Outro dia, durante o intervalo de uma programação da Globo, um outro repórter acéfalo do BBB disse que, para ganhar o prêmio de um milhão e meio de reais, um Big Brother tem um caminho árduo pela frente, chamando-os de heróis. Caminho árduo? Heróis?
São esses nossos exemplos de heróis?
Caminho árduo para mim é aquele percorrido por milhões de brasileiros: profissionais da saúde, professores da rede pública (aliás, todos os professores), carteiros, lixeiros e tantos outros trabalhadores incansáveis que, diariamente, passam horas exercendo suas funções com dedicação, competência e amor, quase sempre mal remunerados..
Heróis, são milhares de brasileiros que sequer têm um prato de comida por dia e um colchão decente para dormir e conseguem sobreviver a isso, todo santo dia.
Heróis, são crianças e adultos que lutam contra doenças complicadíssimas porque não tiveram chance de ter uma vida mais saudável e digna.
Heróis, são aqueles que, apesar de ganharem um salário mínimo, pagam suas contas, restando apenas dezesseis reais para alimentação, como mostrado em outra reportagem apresentada, meses atrás pela própria Rede Globo.

O Big Brother Brasil não é um programa cultural, nem educativo, não acrescenta informações e conhecimentos intelectuais aos telespectadores, nem aos participantes, e não há qualquer outro estímulo como, por exemplo, o incentivo ao esporte, à música, à criatividade ou ao ensino de conceitos como valor, ética, trabalho e moral.
E ai vem algum psicólogo de vanguarda e me diz que o BBB ajuda a “entender o comportamento humano”. Ah, tenha dó!!!

Veja o que está por de tra$$$$$$$$$$$$$$$$ do BBB: José Neumani da Rádio Jovem Pan, fez um cálculo de que se vinte e nove milhões de pessoas ligarem a cada paredão, com o custo da ligação a trinta centavos, a Rede Globo e a Telefônica arrecadam oito milhões e setecentos mil reais. Eu vou repetir: oito milhões e setecentos mil reais a cada paredão.
Já imaginaram quanto poderia ser feito com essa quantia se fosse dedicada a programas de inclusão social: moradia, alimentação, ensino e saúde de muitos brasileiros?
(Poderiam ser feitas mais de 520 casas populares; ou comprar mais de 5.000 computadores!)
Essas palavras não são de revolta ou protesto, mas de vergonha e indignação, por ver tamanha aberração ter milhões de telespectadores.

Em vez de assistir ao BBB, que tal ler um livro, um poema de Mário Quintana ou de Neruda ou qualquer outra coisa…, ir ao cinema…, estudar… , ouvir boa música…, cuidar das flores e jardins… , telefonar para um amigo… , visitar os avós.. , pescar…, brincar com as crianças… , namorar…, acessar blogs ou simplesmente dormir.
Assistir ao BBB é ajudar a Globo a ganhar rios de dinheiro e destruir o que ainda resta dos valores sobre os quais foi construída nossa sociedade.

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Um império contra um operário

Nunca foram boas as relações entre a mídia brasileira e o torneiro mecânico Lula, desde que, nos anos 1970, ele emergiu no comando das jornadas sindicais no ABC paulista, onde estão algumas das empresas do moderno, mas ainda incipiente capitalismo brasileiro. Em consequência, quase natural, o operário não foi recebido com entusiasmo quando, após três fracassos, venceu a disputa para a Presidência da República, em 2002.

Os desentendimentos se sucederam entre o novo governo e o chamado “quarto poder” e culminaram com a crise de 2005 quando televisões, jornais, rádios e revistas viraram porta-vozes da oposição que se esforçava para apear Lula do poder. Inicialmente, com a tentativa de impeachment. Posteriormente, após esse processo que não chegou a se consumar, armou-se um “golpe branco” em forma de pressão para o presidente desistir da reeleição, em 2006.

Lula ganhou e, em 2010, fez o sucessor. No caso, sucessora. Dilma Rousseff sofreu quase todos os tipos de constrangimentos políticos. Ela tomou posse e, no dia seguinte, foi saudada por deselegante manchete do jornal O Globo, do Rio de Janeiro: “Lula elege Dilma e aliados preparam sua volta em 2014”.

A reportagem era um blefe político. Uma “cascata” no jargão jornalístico. O jornal O Globo, núcleo do império da família Marinho, tornou-se a ponta de lança da reação conservadora da mídia e adotou, desde a posse de Lula, um jornalismo de combate onde a maior vítima, como sempre ocorre nesses casos, é o fato. Sem o fato abre-se uma avenida para suspeitas versões.
O comportamento inicial da presidenta, mar­ca­do por discrição e austeridade, foi uma surpresa para todos. O Globo inclusive. Não há sinais de que seja uma capitulação ao poder dos donos da mídia com os quais Dilma tem travado discretos diálogos. Armou-se circunstancialmente um clima de armistício. Na prática, significou um fogo mais brando, a provocar um visível recuo de comentaristas que eram mais agressivos com Lula. Soltam, porém, elogios hesitantes por não saberem até onde poderão seguir.

Esse armistício se sustenta numa visão de que as situações não são iguais. Dilma não é Lula. É claro que há diferenças entre o governo de ontem e o de hoje. No entanto, o carimbo pessoal da presidenta na administração do País faz a imprensa engolir a propaganda de que ela era um “poste”. Essa contradição se aguça na sequência dessa história. Dilma passou a ser elogiada e Lula criticado.

Alguns casos, colhidos da primeira página de O Globo ao longo de uma semana, expressam o que ocorre, em geral, em toda a mídia:
Atos de Dilma afastam governo do estilo Lula (6/2) – críticas ao ex no elogio ao governo Dilma.
Por qué no te callas? (8/2) – crítica atribuída a um sindicalista, mantido no anonimato, sobre apoio de Lula ao salário mínimo proposto por Dilma.

A fatura da gastança eleitoral (10/2) – a respeito de despesas do governo Lula com suposta intenção eleitoral.
Dilma aposenta slogan de Lula (11/2) – sobre a frase “Brasil, um país de todos”.

Herança fiscal de Lula limita o começo do governo Dilma – (13/2) – crítica a Lula ao corte no Orçamento proposto por Dilma.

Ela recebe afagos e ele, pedradas. Procura-se, sem muito disfarce, cavar um fosso entre o ex e a presidenta. Situação que levou Lula, na festa de aniversário do PT, a reagir: “Minha relação com Dilma é indissociável”.

Por Mauricio Dias, no Carta Capital

A Globo befla

O que há por trás da negociação pelos direitos de transmissão do Campeonato Brasileiro nas temporadas de 2012 a 2014 é muito mais do que uma disputa de dois grupos de comunicação por público e receita. Em jogo está uma mudança de paradigma na televisão brasileira. Assim, tenho minhas dúvidas se a Rede Globo não vai mesmo participar da disputa.

Quando comecei a trabalhar lá, nos anos 90 do século passado, era corrente a história de que o esporte pagava sozinho todos os salários do departamento de jornalismo. Ainda que não seja mais assim, é significativo, não só o faturamento em si, mas o esporte como estratégia para alavancar e organizar a grade de programação.

A Rede Record, num lance ousado, ofereceu a possibilidade de alterar o horário da rodada de meio de semana para 20h, o que para o torcedor é o melhor dos mundos. E no horário nobre, uma revolução. Já imaginou um jogo do Flamengo, no Rio, do Corinthias, em São Paulo e de outros grandes em seus estados com transmissões regionais, ao vivo, cedo assim? Na quarta e quinta-feiras, por exemplo, das oito às dez da noite? O que faria a emissora líder? Alteraria o horário do Jornal Nacional? Faria a novela das nove começar às dez da noite?
Claro que não. Mas uma emissora como a Record, por exemplo, pode fazer ajustes mais facilmente. Levar os jornais regionais, por exemplo, para a espera do jogo. E fazer o chamado “esquenta”, com giros de repórteres. Consolidaria sua audiência, formaria equipes para os Jogos Olímpicos e Copa do Mundo e atrapalharia significativamente a concorrência.

Em vez de show de intervalo, por exemplo, um Jornal de Rede de quinze minutos de duração, com pílulas das principais notícias do dia e chamada para um telejornal completo às dez da noite, antes da novela da própria emissora? Isso, ao longo do tempo, certamente mudaria hábitos e permitiria outras alterações na programação em benefício do próprio telespectador.

A regionalização também aumentaria a receita dos clubes pequenos e fomentaria um mercado de trabalho estrangulado pelo monopólio atual. Por tudo isso, não tenho dúvida, eles não largarão o osso tão facilmente. Vão sim para o tudo ou nada! Para o bem de todos, espero que percam.

Por Marco Aurélio Mello, no DoLaDoDeLá

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

BBB 11 - Ética pelo ralo

O formato é o mesmo já consagrado pelo público e pelos anunciantes: invasão de privacidade com a venda de corpos quase sempre sarados, bronzeados e bem torneados e com a exposição de mentes vazias a abrigar ideias que trafegam entre a futilidade e a galeria de preconceitos.

No dia 11/1/201 a TV Globo levou ao ar seu programa de maior audiência no verão brasileiro: Big Brother Brasil 11. Sucesso de público, sucesso de marketing, sucesso financeiro, sempre na casa dos milhões de reais. Fracasso ético, fracasso de cidadania, fracasso de respeito aos direitos humanos fundamentais.

O prêmio será de R$ 1,5 milhão para o vencedor. O segundo e terceiro lugares levam, respectivamente, R$ 150 mil e R$ 50 mil. As inscrições para a próxima edição do BBB já estão encerradas. Ao todo, nas dez edições, foram 140 participantes. E já foram entregues mais de R$ 8,5 milhões em prêmios. Balanço raquítico, tanto numérico quanto financeiro para seus participantes, para um programa que se especializou em degradar a condição humana.

Aos 11 anos de existência, roubando sempre 25% do ano (janeiro a março) e agora entrando na puberdade como se humano fosse, o BBB começa anunciando que passará por mudanças na edição 2011. Se você pensou que as mudanças seriam para melhorar o que não tem como ser melhorado se enganou redondamente. O formato será sempre o mesmo, consagrado pelo público e pelos anunciantes: invasão de privacidade com a venda de corpos quase sempre sarados, bronzeados e bem torneados e com a exposição de mentes vazias a abrigar ideias que trafegam entre a futilidade e a galeria de preconceitos contra negros, pobres, analfabetos funcionais.

Após dez anos seguidos, sabemos que a receita do reality show inclui em sua base de sustentação as antivirtudes da mentira, da deslealdade, dos conluios e... da cafajestagem. Aos poucos, todos irão se despir de sua condição humana tão logo um deles diga que "isto aqui é um jogo". Outros ensaiarão frases pretensamente fincadas na moral: "Mas nem tudo vou fazer para ganhar esse jogo."

Como miquinhos amestrados, os participantes estarão ali para serem desrespeitados, não poucas vezes humilhados e muitas vezes objeto de escárnio e lições filosóficas extraídas de diferentes placas de caminhões e compartilhadas quase diariamente pelo jornalista Pedro Bial, ao que parece, senhor absoluto do reality show. Não faltarão "provas" grotescas, como colocar uma participante para botar ovo a cada trinta minutos; outra para latir ou miar a cada hora cheia; algum outro para passar 24 horas de sua vida fantasiado de bailarina ou para pular e coaxar como sapo sempre que for ativado determinado sinal acústico. O domador, que terá como chicote sua lábia de ocasião ou nalgumas vezes sua língua afiada, continuará sendo Pedro Bial que, a meu ver, representa um claro sinal de como as engrenagens que movem a televisão guardam estreita semelhança com aqueles velhos moedores de carne.

O último a sair da jaula
É inegável que Bial é talentoso. É inegável que passou parte de sua vida tendo páginas de livros ao alcance das mãos e dos olhos. É inegável também que parece inconsciente dos prejuízos éticos e morais que haverá de carregar vida afora. Isto porque a cada nova edição do reality mais se plasmam os nomes BBB e Pedro Bial. E será difícil ao ouvir um não lembrar imediatamente o outro. Porque lançamos aqui nosso nome, que poderá ter vida fugaz de cigarra ou ecoará pela eternidade. Imagino, daqui a uns 25 anos, em 2035, quando um descendente deste Pedro for reconhecido como bisneto daquele homem engraçado que fazia o Big Brother no Brasil. E os milhares de vídeos armazenados virtualmente no YouTube darão conta de ilustrar as gerações do porvir.

E, no entanto, essas quase duas dezenas de jovens estarão ali para ganhar fama instantânea, como se estivessem acondicionados naqueles pacotinhos de sopa da marca Miojo. Imagino cada um deles a envergar letreiro imaginário a nos dizer com a tristeza possível que "Coloco à venda meu corpo sem alma, meu coração quebrado e minha inteligência esgotada; vendo tudo isso muito barato porque vejo que há muita oferta no mercado". E teremos aquele interminável desfile de senso comum. Afinal, serão 90 dias de vida desperdiçada, ou melhor, de vida em que a principal atividade humana será jogar conversa fora. O que dá no mesmo. E não será o senso comum exatamente aquele conjunto de preconceitos adquiridos antes de completarmos 15 anos de vida?

Friederich Nietzsche (1844-1900) parecia ter o dom da premonição. É que o filósofo alemão se antecipava muito quando se tratava de projetar ideias sobre a condição humana. É dele esta percepção: "O macaco é um animal demasiado simpático para que o homem descenda dele". Isto porque Nietzsche foi poupado de atrações quase sérias e semi-circenses, como o BBB. No picadeiro, o macaco é aplaudido por sua imitação do humano: se equilibra e passeia de triciclo e de bicicleta, se veste de gente, com casaca e gravata, sabe usar vaso sanitário, descasca alimentos. No picadeiro do BBB, os seres humanos são aplaudidos por se mostrarem intolerantes uns com os outros, se vestem de papagaios, ladram, miam, coaxam, zumbem – e tudo como se animais fossem. Chegam a botar ovo em momento predeterminado. Se vestem de esponja e se encharcam de detergente a limpar pratos descomunais noite afora.

Em sua imitação de animal, o humano que se sobressai no BBB é aquele que consegue ficar engaiolado – digo, literalmente engaiolado – junto com outros bípedes não emplumados – por grande quantidade de horas. E sem poder satisfazer as necessidades humanas básicas, muitas vezes tendo que ficar em uma mesma posição, como seriemas destreinadas. E são os únicos animais que demonstram imensa felicidade em permanecer por mais tempo na gaiola. Não lhes jogam bananas nem pipocas, mas quem for o último a sair da jaula semi-humana ganha uma prenda. Pode ser um passeio de helicóptero, pode ser um carro, pode ser uma noite na Marquês de Sapucaí.

Heidegger reconheceria
O leitor atento deve ter percebido que em algum momento deste texto mencionei que o BBB 11 terá mudanças. Nem vou me dar ao trabalho de editar. Eis o quecopiei do site G1:

"Boninho, diretor do BBB, falou em seu Twitter nesta quarta-feira, 24/11, sobre a nova edição do programa, a 11ª, que estreará em janeiro de 2011. E ele adianta que, desta vez, as coisas vão mudar. ‘Esse ano tudo vai ser diferente... Nada é proibido no BBB, pode fazer o que quiser’, postou Boninho em seu microblog. Questionado sobre o que estaria liberado no confinamento que não estava em edições anteriores, ele respondeu: ‘Esse ano... liberado! Vai valer tudo, até porrada’. Boninho também comentou sobre as bebidas no reality show: ‘Acabou o ice no BBB... Vai ser power... chega de bebida de criança’, escreveu."

Não terá chegado a hora de o portentoso império Globo de comunicação negociar com o governo italiano a cessão do Coliseu romano para parte das locações, ao menos aquelas em que murros e safanões, sob efeito de álcool ou não, certamente ocorrerão? E como nada compreendo de Heidegger, só me resta dizer que ao longo de toda sua vida madura Heidegger esteve obcecado pela possibilidade de haver um sentido básico do verbo "ser" que estaria por trás de sua variedade de usos. E são recorrentes suas concepções quanto ao que existe, o estudo do que é, do que existe: a questão do Ser (i.e. uma Ontologia) dependente dos filósofos antes de Sócrates, da filosofia de Platão e de Aristóteles e dos Gnósticos.

Quem sabe tivesse assistido uma única noite do BBB – caso o formato da Endemol estivesse em cena antes de 1976 –, o filósofo, por muitos cultuado, não apenas teria uma confirmação segura de que não valia mesmo a pena publicar o segundo volume de sua obra principal, O Ser e o Tempo, como também haveria de reconhecer a inexistência de algo anterior ao ser. Mas, com certeza, se fartaria com a miríade de usos dados ao verbo "ser".

Por
Washington Araújo, Publicado originalmente no Observatório da Imprensa

também no Carta Maior

Salário mínimo e o preço do desgaste

O governo Dilma Rousseff venceu fácil a sua primeira batalha no Congresso Nacional. A proposta de reajuste do salário mínimo para R$ 545 foi aprovada com folgada maioria pela base governista, demonstrando a força temporária desta hibrida aliança. A emenda do PSDB, que oportunisticamente propunha um aumento para R$ 600, foi rejeitada por 376 votos – nem sequer todos os tucanos votaram nela. Já a emenda do DEM, que defendia um reajuste para R$ 560, foi rejeitada por 361 votos.

Mais sujo do que pau de galinheiro

A proposta segue agora à votação no Senado e, se for aprovada, começa a valer em 1º de março, com o salário mínimo subindo de R$ 510 para R$ 545. Em mais de dez horas de debates acalorados, vaias, bravatas e votações, os deputados federais também mantiveram a fórmula de cálculo do reajuste do mínimo acordada entre o presidente Lula e as centrais sindicais – que repõe a inflação do ano, mais a variação do Produto Interno Bruto nos dois anos anteriores. Esta fórmula valerá por mais quatro anos.

O resultado, como já foi dito, expressa a força da base governista. Todos os partidos aliados optaram por seguir as orientações do Palácio do Planalto, sob o argumento de que uma derrota na primeira escaramuça congressual causaria transtornos à presidenta Dilma no início do seu mandato. A oposição de direita até tentou se aproveitar da situação constrangedora, com os seus líderes – mais sujos do que pau de galinheiro – fazendo demagogia sobre o mínimo. No final, a foto demonstrou sua crescente fragilidade.

Autonomia e pressão das centrais sindicais

Já as centrais sindicais cumpriram seu papel. De forma unitária, preservaram sua autonomia diante do novo governo e apostaram na mobilização para exigir um reajuste maior. Durante vários dias, elas “infernizaram” a vida dos parlamentares. Não caíram nas bravatas neoliberais de que o aumento real do salário mínimo causaria inflação e abalaria as contas públicas. Também criticaram a forma intransigente como o governo conduziu as negociações sobre o projeto, em especial o ministro Guido Mantega.

As centrais defenderam a manutenção do acordo firmado com o ex-presidente Lula, que garantiu maior valorização do mínimo nos últimos anos e foi um dos responsáveis pelo aquecimento do mercado interno, o que reduziu o impacto da crise mundial do capitalismo no Brasil. Ao mesmo tempo, com base no crescimento acelerado da economia no ano passado, elas pressionaram por um aumento maior. Afinal, para salvar empresas em dificuldades e ruralistas endividados, o governo vive promovendo ajustes em “contratos”. Por que, então, esta discriminação aos trabalhadores? Para o capital tudo, para o trabalho o mínimo do mínimo!

“Você pagou com traição a quem sempre lhe deu a mão”

O governo Dilma Rousseff, que se mantém enclausurado no Palácio do Planalto, venceu fácil o seu primeiro teste no parlamento. Alguns líderes governistas, que já esqueceram a sua origem nas lutas dos trabalhadores, devem ter comemorado um bocado na madrugada. A pergunta que fica é qual será o preço desta vitória? Ao final da votação, alguns sindicalistas cantaram nas galerias do Congresso Nacional: “Você pagou com traição a quem sempre lhe deu a mão”.

O sindicalismo teve um papel decisivo na eleição de Dilma Rousseff no final do ano passado. O demotucano José Serra sentiu a sua pegada e até voltou a usar o refrão golpista da “república sindical”. O sindicalismo não se alia com a oposição de direita, não quer o retrocesso, mas também não pode ficar passivo diante de posturas insensíveis do atual governo. Ele suou a camisa na campanha eleitoral para garantir o avanço das mudanças iniciadas por Lula e não a mesmice tecnocrática, tão servil ao “deus-mercado”.

Por Altamiro Borges, publicado em seu Blog

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

O que a TV nos manda ver

O Correio do Metrô desta semana, ano 18/edição 397, traz interessante, oportuno e inquietante artigo da jornalista e psicóloga Sandra Fernandes onde ela nos propoe uma reflexão acerca da forma como nós aceitamos, passivamente, a ditadura de conteúdo da TV.

Trata-se de reflexão pra lá de oportuna, tendo em vista que o telespectador brasileiro se depara uma vez mais com o tal do BBB e a manipulação de conteúdo dos telejornais no que diz respeito ao Egito e Oriente Médio. Confira!

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O que a TV nos manda ver

Sandra Fernandes

Você já reparou que temos o hábito consolidado de sentar no sofá, ligar a TV e esperar por informações acerca do que está acontecendo no mundo, dia após dia, ouvindo, consumindo, mas nunca questionando? Alguma vez já se perguntou que fatia dos acontecimentos mundiais, nacionais e locais está representada ali? Já pensou em quanta coisa fica fora dos noticiários? Já parou para refletir que existe alguém que decide o que entra no ar e o que não entra? Já se perguntou quais critérios essa pessoa usa para fazer essa triagem noticiosa decidindo o que será e o que não será repassado ao telespectador? Será que aquilo que ela considera importante seria o mesmo que você consideraria importante? Se você pudesse selecionar as informações, será que escolheria as mesmas notícias? O que eles mostram ali realmente influencia sua vida?

É assustador pensar que tem alguém decidindo por nós o que iremos saber e aquilo de que não tomaremos conhecimento. A quem servem esses senhores anônimos, mas conscientes do que fazem, levando mensagens a um público semi-adormecido? Precisamos acordar, despertar de nossa passividade e refletir acerca de como são fabricados, distribuídos e vendidos esses produtos chamados notícias, bens intangíveis, mas que nem por isso deixam de ser bens de consumo. Ligamos nossa TV despreocupadamente acreditando que iremos ouvir verdades. Será? Acreditamos que seus “conselhos” são bons. Será que são? Pensamos que as notícias veiculadas refletem realmente o que há de mais importante para saber. Será mesmo?

Você já reparou nos anúncios que assiste enquanto espera pelo próximo bloco? Quem são aquelas empresas que investem milhões para veicular seus nomes e seus produtos naquele chamado horário nobre em que milhões e milhões de pessoas estão, tal qual você, sentados assistindo aquele programa jornalístico? Claro, elas bancam o custo da produção televisiva que, todos sabemos, é muito alto e que nós recebemos gratuitamente em nossos lares.

Mas, será que em algum momento não pode haver um choque entre os interesses deles (patrocinadores) e nosso direito de conhecer os fatos e suas verdades? Se houver esse conflito, que sairá ganhando, nós, simples consumidores – e no mais das vezes, nem consumidores somos porque não podemos comprar o que eles vendem – ou os grandes e poderosos grupos que patrocinam os telejornais e enchem de glamour e de dinheiro os concessionários de canais de TV? Aliás, vale lembrar que as TVs têm apenas concessões e que, portanto, prestam um serviço publico por delegação do Estado.

Você já reparou que há varias formas de contar a mesma história? Várias abordagens, várias ênfases, vários significados? Já reparou que normalmente a primeira frase de uma matéria televisiva já determina de que forma ela deve ser interpretada e já prepara o caminho para a conclusão que deve ser tomada sobre o que foi dito? Já reparou que não há questões em aberto para você refletir? Tudo vem pronto, mastigado, resolvido. Em perfeita harmonia como roupa prêt-à-porter e como a comida fast-food, também alguém já lhe poupa o trabalho de pensar, de refletir, de analisar os fatos. O risco é você começar a acreditar que não tem capacidade para pensar, já que não lhe dão essa oportunidade.

Você já reparou que todos os dias as pessoas repetem, nas ruas, no trabalho, nos bares, a surrada frase “você viu… na TV ontem, que coisa horrível/engraçada/triste/absurda?” E se você, naquela fatídica noite, precisou levar sua sogra para a rodoviária e perdeu o famigerado pautador de assuntos, passa a ser considerado um desprezível e desatualizado cidadão que não leu na cartilha da boiada a lição da noite anterior. O curioso é que todos saem com a mesma opinião pasteurizada sobre os assuntos e ai de você se discordar do senso comum!

Em suma, alguém decide sobre o que você vai conversar no dia seguinte e que impressão você vai causar no seu grupo social. Curioso, não? Mais curioso ainda é que tudo isso nos parece normal. Estranho é questionar essas coisas. Mas precisamos questioná-las. Não podemos permanecer adormecidos, passivos, conformados. Precisamos ansiar pela verdade simples, clara e objetiva e, sobretudo, não podemos deixar de considerar que toda mensagem é transmitida por alguém que está dentro de um contexto, que faz escolhas, que tem um objetivo ao transmiti-la. É necessário que essas mensagens astutamente elaboradas cheguem a cabeças críticas e conscientes e não apenas depósitos cerebrais de informações e interpretações pré-fabricadas.

Por blog Passe Livre

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Documentário polêmico sobre as relações da TV Globo com a ditadura e golpes será exibido na TV


Clássico das videotecas nas faculdades de jornalismo e hit no Youtube, o polêmico documentário "Além do cidadão Kane" (de 1993) será exibido pela primeira vez na TV aberta brasilera em 2011, pela Rede Record, 17 anos após sua estreia no exterior.

A informação foi confirmada pela assessoria de imprensa da emissora, que não quis precisar a data exata da veiculação. Comprado em 2009, o documentário ainda não foi exibido porque a Record temia ser processada pelo uso de imagens da programação da Globo presentes no filme.

O documentário aborda o envolvimento da Globo:

- com a ditadura no Brasil, desde o início com o grupo Time-Life;
- no escândalo PROCONSULT (fraude na eleição de Leonel Brizola ao governo do Rio de Janeiro em 1982);
- a perseguição à políticos e artistas críticos à ditadura e à própria Globo;
- a tentativa de abafar os comícios das "Diretas jà";
- a edição manipulada do debate de Lula e Collor em 1989, favorecendo o Collor;
- várias outras manipulações para agradar os amigos que estavam no poder e demonizar os adversários, tanto políticos como dos interesses empresariais;
- etc;

Tem depoimentos de Lula (antes de chegar a presidência), Leonel Brizola, Chico Buarque, etc.

Onde assistir na internet:

Google Vídeo (copia em parte única de 93 minutos): http://goo.gl/54jN



You tube (dividido em 4 partes):
BBC - Muito alem do Cidadao KANE (1993) - parte1



(Com informações do Jornal do Brasil)

De Viva Solto

Nem só de publicidade vive o bom jornalismo

Era uma vez um jornal americano que começara a circular em 1851. Fundado por Henry Jarvis Raymond e George Jones, rapidamente espalhou-se para outros países, tomou corpo, ganhou credibilidade e hoje é tido como o mais influente do mundo. Mas isso não foi suficiente para que o New York Times se acomodasse. Atento à era tecnológica, é do tradicional impresso americano o passo que levanta a discussão do novo modelo rumo ao futuro - e sobrevivência - do jornalismo em tempos digitais.

Em janeiro deste ano, o NYT avisou que vai fechar o acesso gratuito ao conteúdo noticioso na internet. Para ler, só mediante pagamento de assinatura de US$ 20 mensais. De acordo com os porta-vozes, foi a saída encontrada para cobrir um buraco criado pela falta de anunciantes no site do diário, já que nem só de propaganda o bom jornalismo consegue viver. Então, cobrar ou não cobrar do leitor final? Esse é o dilema que chegou à indústria e promete ser pauta para muitas discussões.

A discussão é dividida essencialmente em dois polos. De um lado a aliança de Rupert Murdoch, dono da News Corp, e o NYT, cujos argumentos são de que fazer jornalismo com qualidade dá trabalho e custa caro, e de outro o Google e reprodutores de notícias, que sustentam a contrariedade à cobrança com base na circulação da informação livre e totalmente aberta.

Editor-chefe de conteúdos digitais do Grupo Estado, Pedro Doria é enfático. "É preciso dinheiro para manter uma boa redação. Para fazer um bom jornalismo, tem que ter alguém integralmente dedicado. Não dá pra ser dentista das 9h às 17h e jornalista depois disso", brinca. "Portanto, temos que produzir dinheiro para nos bancar", afirma. Segundo Doria, 90% do conteúdo informativo que circula na internet vêm de produção de grandes grupos de comunicação, daí a necessidade de reconhecer financeiramente a produção.

Futuro indefinido

Sobretudo, Doria fala que o momento é de incerteza, tanto para o mercado lá fora quanto para o grupo onde trabalha. "Nosso futuro é indefinido porque o futuro da imprensa é indefinido". Apesar disso, tudo indica que o Estadão não vai cobrar pelo conteúdo disponível no site do jornal. Porém, o jornalismo feito originalmente para o impresso já tem acesso fechado na plataforma digital, assim como será com a versão para iPad que em breve será taxada.

A posição é ratificada por João Rosas, diretor-executivo de Marketing e Mercado Leitor do Grupo Estado. "Cobramos porque é um princípio de respeito com o leitor do impresso e o conteúdo é de qualidade", explica. "Não vamos cobrar na internet". Rosas concorda que o ganho com publicidade não é suficiente para pagar a redação, embora represente a maioria do faturamento do grupo: 65% vêm de propaganda e o restante de assinatura.

Entre todos os modelos de negócio que despontam, o do NYT é aquele que Pedro Doria considera ser "o mais inteligente". Segundo ele, o site do jornal tende a sofrer impacto pequeno com a queda de audiência e ainda vai levantar receita junto aos leitores. É desse desafio que nasce a lição de como sobreviver deste misto já que, na visão intuitiva dele, esta deve ser a saída para os próximos passos do jornalismo. "Vamos descobrir agora com o NYT o resultado de tudo isso".

O Globo e o Zero Hora concordam

Expectativa semelhante paira sobre o jornal O Globo. "É uma iniciativa que os grandes têm que fazer. No entanto, é difícil fazer isso no Brasil pois, no primeiro momento, iríamos sofrer", observa Thiago Bispo, gerente Comercial do Digital O Globo. Ele acredita que à medida que o modelo de cobrança vingue nos EUA deverá servir de referência para a indústria mundo afora.

Marta Gleich, diretora de Internet do Grupo RBS, dono do jornal Zero Hora, concorda que apenas a publicidade não fecha a conta. No caso brasileiro, aponta, há tendência de que a reprodução do conteúdo do impresso seja cobrada. "Existe um certo consenso no Brasil de que essa parte deve ser cobrada. Praticamente todas as grandes publicações estão cobrando pela parte impressa. Acho que esse é um movimento que acontecerá muito forte nos tablets", prevê. Assim como fará o Estadão, o jornal sulista cobrará pelo conteúdo disponível na plataforma da Apple.

Independente da plataforma, Marta ressalta a importância da credibilidade do veículo em questão. "O consumidor compra o jornal porque sabe que ele é fonte de credibilidade. Então não interessa se a leitura é feita no papel, na internet ou no tablet. Acho que nós vamos encontrar o modelo de negócio com todas as plataformas unidas". Entretanto, historicamente, o leitor brasileiro não tem perfil de financiador, lembra Doria.

Ele cita exemplos de sites internacionais que pedem doações aos leitores para bancar os custos com a produção jornalística, prática incomum por aqui. O TPM é um deles. "É um blog com oito jornalistas que fazem uma cobertura política excepcional, e pedem doações. No Brasil ninguém conseguiu fazer isso ainda", analisa. Embora considere possível que aconteça no mercado brasileiro, atribui a falta de financiamento ao fato de o país ser uma democracia jovem. Ele acredita que geralmente a contribuição aparece em sistemas democráticos mais antigos, nos quais a população enxergam o bom jornalismo como "gesto de cidadania".

Quanto mais anunciante, mais liberdade

Por fora da questão comercial, o âmbito da atividade jornalística traz novos cenários para a discussão. Pedro Doria levanta o cerce do assunto. "Como jornalistas, devemos nos preocupar em como produzir jornalismo de qualidade, como manter a sociedade informada independente da discussão". Por isso ele defende a necessidade de variação de anunciantes, o que dá mais liberdade editorial aos veículos. "As fontes de renda devem ser mais fragmentadas. Se tenho 2 anunciantes, sou mais suscetível à pressão. Se um deles ameaçar tirar a verba, deixa de ter dinheiro para pagar as contas", diz.

Por Marcelo Gripa, AdNews

Em SP, ativistas garantem reunião para negociar a tarifa do ônibus

Audiência pública na Câmara foi marcada por tensão e explicações evasivas do secretário de Transportes; PT vai à Justiça contra cálculos apresentados pelo governo Kassab

O movimento que luta contra o aumento da passagem de ônibus na capital paulista conquistou a garantia de uma reunião com o Executivo municipal para negociar o valor da tarifa. Neste sábado (12), durante audiência pública na Câmara Municipal, manifestantes e vereadores debateram e cobraram do secretário de Transportes, Marcelo Cardinale Branco, explicações sobre o valor de R$ 3.

Para Nina Cappello, representante do Movimento do Passe Livre, a audiência conquistada pelas manifestações nas ruas foi um sucesso. "A nossa saída foi ainda mais vitoriosa pois conseguimos estabelecer uma mesa de negociações entre os vereadores, a prefeitura e o movimento para falar sobre a revogação do aumento da passagem", comemorou Nina.

O presidente da Câmara, vereador José Police Neto (PSDB), afirmou que os parlamentares vão continuar a intermediar o diálogo entre os manifestantes e o poder público. "Eu garanto a vocês uma reunião antes do meio-dia da quinta-feira (17) e a presença de alguém do Executivo", prometeu.

A audiência, que durou aproximadamente quatro horas, foi marcada por palavras de ordem de cerca de 50 pessoas que foram autorizadas a entrar no plenário e calorosas discussões entre vereadores e manifestantes, que exigiam respostas mais claras do secretário de Transportes. O vereador Carlos Apolinário (DEM) foi chamado de fascista por dizer que pediria para um policial militar retirar estudantes que falassem novamente palavras de baixo calão.

No final do encontro, com abrupta saída do secretário, que não respondeu se a prefeitura abriria realmente o diálogo, manifestantes se aglomeraram no centro do plenário. Policiais causaram um empurra-empurra, garantindo a retirada de Branco e a finalização do debate.

Branco fez um discurso técnico, discorrendo sobre o custeio do transporte na cidade e enfatizando que o sistema é responsável por pagar o serviço prestado pelas empresas, o valor dos benefícios (como as gratuidades dos idosos e das pessoas com deficiência, e a meia passagem de estudantes) e pelos descontos dados em algumas tarifações, como a integração com trens e o Metrô.

Os vereadores do PT contestaram os valores e as especificações dos documentos que justificam o aumento. "O secretário não conseguiu sustentar, fica cada vez mais clara a fragilidade dessa planilha e da proposta apresentada pelo governo", argumenta o vereador Donato (PT).

Horas após a audiência, a bancada do PT emitiu nota informando que vai ingressar na Justiça para impugnar os cálculos utilizados pela gestão Gilberto Kassab. O partido chama atenção para gastos que subiram bastante de um ano para o outro, especialmente de combustível e de pneus, com variação muito superior à inflação. Em comunicado, a bancada petista indica que Kassab está realizando um aumento forte do preço neste ano para não ter de realizar reajuste em 2012, em meio à corrida eleitoral.

O movimento de luta contra o aumento, que inclui representantes de movimentos sociais, estudantis, partidos políticos e o Movimento do Passe Livre, marcou a próxima manifestação para quinta-feira (17), diante da Prefeitura, às 17h.

Por Jéssica Santos de Souza,Rede Brasil Atual

Globo diz que não vai incentivar beijo gay na tevê

Em 10 de dezembro do ano passado, a Associação Brasileira de Gays, Lésbicas e Trangêneros (ABGLT) enviou um ofício à Rede Globo solicitando maior comprometimento da empresa na luta contra a homofobia e cobrando a explicação de sucessivas censuras de beijos gays em telenovelas e séries da emissora. A ABGLT lembrou do corte de um beijo gay na série Clandestinos, que foi divulgado na internet, além da cena vetada na novela América.

Em resposta dada esta semana, o diretor da Central Globo de Comunicação, Luis Erlanger, afirma que a empresa também combate o preconceito, a discriminação e promove a luta por direitos, mas aponta que o beijo gay é uma escolha artística dos núcleos da emissora e que não pode passar por cima da liberdade criativa de seus funcionários. “Não cabe promover o beijo gay, assim como não cabe promover o beijo hétero”, afirmou o diretor. Erlanger alegou ainda que a classificação indicativa brasileira, do Ministério da Justiça, é proibitiva a temas “sensíveis”, e que “A teledramaturgia – diferentemente das questões éticas e sociais – não é o ambiente adequado para levantar bandeiras de comportamento moral no campo da sexualidade, baseado na individualidade. Televisão aberta é o espaço do coletivo.”, afirmou.

Por fim, o diretor culpa a própria audiência pelo conservadorismo da Rede Globo em não exibir o tal beijo. Reconhecendo o papel das artes e da mídia para transgredir e lançar discussões, ele afirma que a emissora tem preocupação com o seu público. “Esse desafio torna-se mais difícil quando se trata de respeitar uma audiência não-segmentada, múltipla em suas expectativas e preferências”.

O diretor ainda lembrou de beijos gays exibidos nos programas “Mulheres Apaixonadas” e “Meus queridos Amigos”. O primeiro um selinho entre duas mulheres e o segundo um beijo roubado entre dois amigos.

Por Redação, Revista Lado A

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Globo fica em terceiro lugar na disputa matutina

Record e SBT bateram a Rede Globo na briga matutina desta quarta-feira (9). Entre as 8h45 e 9h40, a Record ficou na liderança do Ibope com 6 pontos contra 4,9 de índice médio do SBT e 4,8 da Rede Globo. Os números são de aferição prévia do instituto.

A Band ficou em quarto lugar na faixa de horário, com 2 pontos em média.

No horário da disputa, a Record passava o jornalístico Fala Brasil, enquanto a Globo transmitia o programa Mais Você, de Ana Maria Braga. Já o SBT e a Band passavam desenhos animados no horário.

Os números citados representam a audiência média. No horário de pico da diferença da disputa, às 8h56, a Record chegou a marcar 6,1 pontos contra 3,9 da Globo e 4,8 do SBT.


Veja no gráfico abaixo os índices das emissoras.

graficoaudiencia

Cada ponto no Ibope corresponde a cerca de 58 mil domicílios na Grande São Paulo.

do R7

Bush é procurado por acusação de tortura

O ex-presidente norte-americano George W. Bush pode ter desaparecido das manchetes dos jornais desde que deixou o cargo, em janeiro de 2009, mas os crimes atribuídos ao seu governo não são esquecidos.

O Centro de Direitos Constitucionais (CCR) divulgou no dia 7 a “acusação preliminar por torturas contra Bush”, um documento que descreve os aspectos centrais do caso contra o ex-presidente e a forma como violou a Convenção Contra a Tortura, assinada pelos Estados Unidos.

O CCR apresentou a iniciativa junto com outras 60 organizações, entre elas o Centro Europeu de Direitos Humanos e Constitucionais, com sede em Berlim. O fato coincidiu com o nono aniversário do dia em que Bush decidiu que os chamados “combatentes inimigos” tinham direito às proteções fundamentais previstas nas convenções de Genebra sobre presos de guerra. Duas vítimas de tortura se propuseram iniciar um processo penal em Genebra contra Bush, cuja chegada à Suíça estava prevista para o dia 12.

Nos casos de tortura, a legislação suíça exige a presença do acusado em seu território antes de iniciar a investigação. Ativistas pelos direitos humanos consideraram que a visita de Bush era a oportunidade perfeita para que esse país cumprisse sua obrigação como signatário da Convenção Contra a Tortura e para que ao ex-presidente chegasse a mensagem de que não gozaria de nenhuma exoneração especial, mesmo sendo ex-chefe de Estado. No entanto, Bush suspendeu a viagem.

“Em novembro de 2009, Bush reconheceu ter autorizado a tortura de presos sob custódia dos Estados Unidos”, disse à IPS a advogada do CCR Katherine Gallagher, também vice-presidente da Federação Internacional de Direitos Humanos. “Supõe-se que somos um país com um sólido Estado de direito e quando agimos com impunidade de forma tão descarada passamos uma péssima mensagem ao mundo”, acrescentou.

O afogamento simulado de um preso “é legal porque os advogados dizem que é legal. Não sou advogado”, disse Bush em novembro de 2010, ao ser entrevistado pelo jornalista Matt Lauer. “Claro que o faria”, respondeu o ex-presidente ao ser perguntado se voltaria a tomar a mesma decisão.

Além do caso apresentado pelo CCR, há mais dois iniciados na Espanha sobre as ações dos advogados constitucionais do governo Bush, o chamado “Bush 6”, autores do manual de tortura e arquitetos do contexto legal que o presidente invocou quando começaram as ações judiciais contra ele. “Os dois temas fazem parte dos esforços para designar responsabilidades que, espero, se fechem sobre os Estados Unidos”, disse Katherine à IPS. “O Bush 6 é integrado por pessoas que pretendem que a tortura seja aceitável, mas não é assim”, acrescentou.

A Casa Branca permanece em silêncio, enquanto juízes, de Madri a Genebra, investem contra o governo anterior. Nem o presidente Obama nem ninguém de seu staff deram apoio a algum dos cidadãos que lutam contra a impunidade. A Anistia Internacional e a Human Rights Watch (HRW) pediram a Washington que investigue de forma exaustiva as denúncias contra Bush e também o fim imediato da impunidade. “Ao menos, deveriam investigar a possibilidade de indiciamento”, disse à IPS a porta-voz da HRW, Laura Pitter. “Não há razão para que os tribunais dos Estados Unidos não iniciem uma investigação desse tipo, mesmo se baseando apenas no que Bush reconheceu publicamente”, acrescentou.

O impassível rosto de Obama ficou descoberto pelos milhares de documentos diplomáticos divulgados pelo Wikileaks no final do ano passado. Os telegramas revelam que seu governo mantinha contatos com funcionários espanhois para manter as investigações ocultas. “É uma grande decepção vindo de um presidente que era professor de direito constitucional”, disse Katherine à IPS. As organizações de direitos humanos acompanham atentas os processos, apesar da indiferença de Washington.

“Bush é um torturador e deve ser lembrado como tal”, disse Gavin Sullivan, do Centro Europeu de Direitos Humanos e Constitucionais. “Ele é responsável por autorizar torturas contra milhares de pessoas em Guantânamo e nos locais secretos que a CIA tem em todo mundo. Bush tem razão de estar preocupado, porque todos os países têm a obrigação de processar os torturadores”, acrescentou. E, talvez, mais importante do que as acusações sejam os sobreviventes, cujas vozes estão apagadas ou continuam ocultos em Guantânamo e que merecem que a justiça seja feita.

Por Kanya D’Almeida, publicado no jornal Brasil de Fato

Top 5: Formas de ganhar dinheiro com informática


A constante evolução da informática traz consigo novas oportunidades de negócio. Já existem muitas empresas explorando as mais diversas atividades, mas sempre há espaço para novos produtos e serviços. A chave para o sucesso ao entrar nesse mercado concorrido é oferecer produtos diferenciados, sob medida para as necessidades locais. Obviamente, a qualidade pode fazer a diferença a seu favor.

Acompanho há algum tempo as publicações que trazem idéias de negócios do ramo de tecnologia. As opções que listo abaixo sempre estão entre as citadas, ou seja, são fortes as possibilidades de que você se dê bem, caso resolva levar uma delas adiante.

5- Redes sociais: As redes sociais oferecem também algumas oportunidades de negócio. Como sendo uma coisa nova, ainda há muito a ser explorado. No momento, duas ações voltadas às redes sociais estão em alta: o monitoramento de marcas e o relacionamento com clientes. Ambas parecem ser atividades tranquilas, porém exigem muito cuidado, já que a marca é um dos maiores bens do seu cliente.

O monitoramento de marcas é usado pelas empresas como um termômetro de como ela é vista na internet. A grosso modo, trata-se de acompanhar o que estão falando sobre a empresa e seus produtos no Twitter, Facebook, Orkut e outras redes sociais, além de sugerir e desenvolver ações que possam reverter situações ruins. Se você não quiser desenvolver algo do zero, alguns sites da internet oferecem serviços que ajudam no trabalho de monitoramento.

Já o relacionamento com clientes via redes sociais consiste em atualizar constantemente os perfis, publicar novidades, postar tuites e interagir com os usuários das redes de forma a criar um verdadeiro clima de amizade entre empresa e clientes. Não é difícil, basta um pouco de empatia, criatividade e bom senso.

4- Suporte técnico para notebooks/netbooks/tablets: As vendas de notebooks e netbooks crescem diariamente, além dos tablets que estão chegando agora com tudo. Imagine quando começarem a dar problemas; é bom que haja quem possa oferecer assistência. Apesar de parecer igual, existem algumas particularidades entre a manutenção de desktops e notebooks; mas de qualquer forma, um serviço especializado chama mais atenção e cativa o público.

Oferecer um serviço personalizado de assistência ao consumidor desses produtos pode trazer um bom retorno. Ter conhecimento para identificar e corrigir defeitos e falhas é essencial, e na área de hardware só ler tutoriais não adianta, tem que colocar a mão na massa.

3- Digitalização de documentos: O papel está sendo substituido aos poucos, mas até ele ser completamente trocado pelos documentos digitais ainda vai levar algum tempo. Enquanto isso, as empresas acumulam pilhas de papeis em armários, e que muitas vezes nem são mais consultados. E como podemos ganhar dinheiro com isso? Oferecendo o serviço de digitalização de documentos, transformando pilhas de papéis em CDs ou DVDs.

O problema é que por enquanto, documentos digitais ainda não possuem valor legal, ou seja, não podem ser usados como prova num processo judicial, por exemplo. Caso você não possa oferecer o serviço de armazenamento dos documentos digitalizados, você pode sugerir digitalizar o material que está indo para descarte (aqueles que já não precisam mais ser guardados na empresa).

O que você precisa é de uma equipe pequena (porém especializada), com alguns scanners de qualidade e computadores potentes. Reúna as várias pilhas de processos de um advogado de forma organizada num CD, e veja como ele vai ficar feliz. Uma empresa com várias filiais pelo Brasil ganharia tempo se os documentos estivessem digitalizados e disponíveis para consulta online. Sim, a digitalização de documentos também combina com a intranet da empresa, ou mesmo com a web.


2- Smartphones chegaram para ficar: Existem milhares de smartphones e celulares circulando por aí, e a tendência é haver cada vez mais deles. As plafatormas são muitas: Android, iPhone, BlackBerry, Symbian… E outras devem surgir com o tempo. Logo, desenvolver aplicações para esses dispositivos é uma atividade com vasto mercado potencial, já que possibilita às empresas romper barreiras físicas e geográficas.

Medicina, advocacia, telefonia, educação, administração e gestão de negócios, agropecuaria… praticamente todas as áreas ainda carecem de aplicações móveis. Caso não seja viável criar algo novo, então é possível portar uma solução já existente (ou integrá-la) ao smartphone. Jogos muita gente já faz, mas quando falamos de aplicações voltadas ao ambiente corporativo, então temos um grande número de empresas que ainda não perceberam os benefícios das aplicações móveis. Se você já é empregado numa empresa qualquer, é provável que ela ainda não tenha nenhum sistema relacionado a dispositivos móveis.

A parte chata menos legal é que será necessário aprender sobre programação e banco de dados, dentre outras coisas. Se você tem facilidade com lógica e matemática, sorria: Existem bons cursos de programação para as plataformas mais populares, e se você não quiser quebrar a cabeça com Java, Object-C e outras, pode desenvolver algo com uma linguagem mais “light”, como PHP e disponibilizar a aplicação para acesso via web. O Google está cheio de links de tutoriais para você começar a sentir o gostinho da coisa. Depois de fazer os primeiros exemplos, você pode ir disponibilizando na internet, colhendo opiniões e conquistando usuários.

1- Vídeo online… ou não: O vídeo tem um apelo enorme na promoção de produtos e serviços, e as empresas só não utilizam-se disso pelo alto custo que as produtoras cobram. Versáteis, também fazem sucesso na internet – e vão continuar fazendo por muito tempo – principalmente após o surgimento do Youtube. Mas não se assuste, pois não é preciso inventar uma tecnologia nova para ganhar dinheiro com vídeo: Faça filmes corporativos, filmagens de festas/casamentos, video-aulas, etc. Se você oferecer algum serviço relacionado a vídeos na internet (video conferencia, streaming) melhor ainda. Lembre-se que estamos entrando na era da imagem HD e da TV digital, que podem ser um bom começo por serem ainda pouco explorados. Elabore um bom portfolio e vá a luta.

Recomenda-se que você tenha uma boa câmera e um computador (potente) para poder editar vídeos. Aprenda a usar um software editor de vídeos (o Adobe Premiere, por exemplo) pois isso possibilitará fazer cortes, montagens, adicionar textos e melhorar a qualidade do resultado final. Dependendo do que você fizer será necessário ter um estúdio, mas caso não tenha dinheiro, também é possível quebrar um galho alugando algum estúdio fotográfico.

Por Paulo Vanderley, publicado no Clube dos Downloads

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