Dilma afirmou que os dois países vão se empenhar no âmbito do G20 por uma agenda que favoreça os países emergentes. "Continuaremos combatendo o protecionismo, inclusive em matéria de câmbio", afirmou, durante o almoço organizado pelo governo argentino. Logo antes, Dilma já havia elogiado o ex-presidente Néstor Kirchner e pregado a cooperação internacional. “Brasil e Argentina são cruciais para transformar o século 21 no século da América Latina”, afirmou.
Ao versar sobre a temática feminina, Dilma comparou-se à colega argentina ao falar sobre a chegada das mulheres ao poder. "Nós primeiras presidentas eleitas nos nossos países também assumimos um papel importante na questão da garantia da participação de gênero”, disse a presidenta. "Sabemos que uma sociedade pode ser medida pelo seu avanço e modernidade desde que tambem assegure a participação das mulheres e não a discriminação das mulheres."
Ao falar sobre o tom do encontro, Dilma emendou: "Estamos um pouco emocionadas, como é a primeira (vez que nos encontramos após a posse), estamos emocionadas. Voces entendam isso".
Por conta de fortes chuvas que atingiram hoje a região da Casa Rosada, Dilma chegou com quase uma hora de atraso à Casa Rosada, onde se reuniria com Cristina. Depois de conversar reservadamente com a colega argentina por cerca de uma hora, Dilma dirigiu-se à sala onde era aguardada pelas mães e avós da Praça de Maio.
A presidenta teve o cuidado de cumprimentar todas as cerca de 20 mulheres que a aguardavam . Ex-militante torturada pela ditadura, Dilma pediu especificamente a sua equipe que incluísse o encontro com as mães e avós da Praça de Maio em sua agenda. A presidenta brasileira foi presenteada com uma caixa e um livro. Também ganhou um lenço, mas não o colocou na cabeça.
Na viagem à Argentina, Dilma foi acompanhada dos ministros Antonio Patriota (Relações Exteriores), Nelson Jobim (Defesa); Aloysio Mercadante (Ciência e Tecnologia); Fernando Pimentel (Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior); Iriny Lopes (Mulheres); Mário Negromonte (Cidades); Paulo Bernardo (Comunicações), além do interino de Minas e Energia, Márcio Zimmermann, e o assessor especial, Marco Aurélio Garcia.
Dilma desembarcou no fim da manhã. Do lado de fora da Casa Rosada, militantes se reuniram para aguardar a chegada da presidenta brasileira. Entre os presentes, a psicóloga Lilian Ruggia, de 56 anos, aguardava para tentar entregar uma carta à presidenta brasileira. No documento, a argentina - irmã de Henrique Ernesto, morto pelo Exército brasileiro em julho de 1974, em Foz do Iguaçu, quando tinha 18 anos - fazia um apelo pela abertura dos arquivos da ditadura militar.Por Andréia Sadi, IG Último Segundo