quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Tropa de elite 2, pelos olhos dos direitos humanos

Organizações ligadas aos Direitos Humanos destacam, em texto do Brasil de Fato, pontos positivos e negativos do filme Tropa de Elite 2, que superou a primeira produção e é um fenômeno de público

Tropa de elite 2 já conseguiria uma grande proeza se apenas superasse, em bilheteria, o primeiro filme da série. Foi muito além. O longa está chegando a 11 milhões de espectadores, um recorde. Ultrapassou o estadunidense Avatar como filme mais assistido no Brasil em 2010 (9,1 milhões). É a película mais vista no país nos últimos 12 anos, perdendo apenas para Titanic, com público de 16 milhões.

Como se não bastasse, o filme surge num momento político ímpar. Lançado uma semana após o primeiro turno das eleições, alcançou seu auge nas bilheterias paralelamente a uma das maiores crises de segurança pública do Rio de Janeiro. Se o filme, por si só, já alimentava o debate, a escalada de violência veio apenas a somar – não tensionando a discussão, necessariamente, para a mesma direção.

Um dos debates que se colocam com mais naturalidade é como os movimentos e as organizações de direitos humanos receberam o longa. O primeiro Tropa de elite foi amplamente criticado por alguns setores. Considerado por muitos um filme fascista, foi rechaçado em uma série de debates públicos.

O diretor José Padilha e o ator Wagner Moura, em incontáveis ocasiões, vieram a público em defesa de seu argumento – o filme estaria mostrando a segurança pública sob o olhar de um policial do Bope, este sim eventualmente fascista. Para os setores mais críticos, a explicação não foi aceita.

Tropa de elite 2, propositalmente ou não, traz elementos novos. Surge nas telas um capitão Nascimento mais maduro, mais crítico sobre seu papel; as entranhas corruptas da polícia são explicitadas; um novo “inimigo” aparece, as milícias; um novo personagem, o professor Diogo Fraga, inspirado no deputado estadual Marcelo Freixo (Psol-RJ), encarna a defesa dos direitos humanos.

A pedido do Brasil de Fato, organizações de direitos humanos escreveram textos analisando o filme. As opiniões são diversas. Em geral, acredita-se que houve avanços, mas se pontua uma série de elementos preocupantes na nova película – principalmente tendo em vista sua mais do que comprovada capacidade de diálogo com a sociedade.

“O novo capitão Nascimento combate as milícias e entende que o problema da violência é também um problema político. Quem queria um herói que luta contra o mal e mata ‘bandidos vagabundos’ não gostou”, diz Taiguara Souza, do Instituto de Defensores de Direitos Humanos (IDDH), que também pontua a qualidade técnica do filme.

“Enquanto na primeira versão de Tropa de elite dava-se ênfase ao discurso policial, margem à apologia da tortura e à legitimação dos discursos fascistas, a atuação do deputado Diogo Fraga mostrou a ineficácia dessa política de segurança pública”, completa.

Taiguara, porém, aponta problemas. “Como a primeira versão, [o filme] constrói e reafirma conceitos problemáticos no imaginário social: heroiciza o Bope como padrão de polícia incorruptível, que pode violar garantias fundamentais para cumprir suas missões institucionais. O roteiro centra-se, ainda, no paradigma do inimigo. Não mais traficantes, mas milícias paramilitares”, diz.

Na Rede de Comunidades e Movimentos Contra a Violência, os integrantes debateram coletivamente o filme para elaborar um texto. Consideram que Tropa de elite 2 suscita uma reflexão crítica maior em relação ao primeiro filme, a corrupção política e policial aparece como um problema mais grave que o tráfico, e o movimento de direitos humanos é retratado de maneira mais interessante, ainda que através de um único personagem.

A principal crítica que a Rede faz, no entanto, diz respeito aos protagonistas. “As principais vítimas do sistema de violência e criminalidade, as moradoras e moradores das comunidades pobres, estão literalmente ausentes do enredo, são no máximo figurantes, e na maior parte das vezes apenas cenário”, diz Maurício Campos, principal autor do texto da Rede.

“Mais ainda, não existem personagens no filme que representem a importante resistência popular, que apesar de tudo se constrói na luta das vítimas e familiares de vítimas da violência, juventude favelada e periférica que se organiza no movimento hip hop e outras expressões político-culturais, pré-vestibulares comunitários etc.”, afirma. A inexistência desses personagens impediria a empatia do público com o sofrimento popular, inviabilizando a compreensão das reais motivações de quem luta por direitos humanos.

“Verificamos que os ‘heróis’ continuam a ser, no fundo, os mesmos do primeiro filme: os policiais brutais, fascistas, porém ‘honestos’, do Bope. A ideia fascista da ‘limpeza’ da sociedade por militares violentos, porém incorruptíveis, não sofreu na verdade nenhuma crítica nos dois filmes”, lamenta Maurício, posicionamento que encontrou eco em muitos dos debates que sucederam ao filme.

Antônio Pedro Soares, do Projeto Legal, tem uma visão bastante crítica. “A narrativa do filme reforça uma imagem reducionista dos movimentos de direitos humanos. Historicamente, os grupos conservadores de nosso país adotam a estratégia de reduzir a luta dos movimentos à proteção dos cidadãos envolvidos com a criminalidade, taxados de ‘defensores de bandidos’. Por que não apresentar os movimentos de defesa dos direitos humanos da perspectiva dos Direitos Humanos Econômicos, Sociais e Culturais (Dhesc)?”, questiona.

Adriano Dias, da ComCausa, faz uma análise complexa, elencando sensações positivas e negativas e fazendo a ligação com suas referências pessoais e profissionais. Ele considera que a esquerda foi infantilizada pelo filme, “com suas reflexões elocubrativas, denuncistas, de mera exposição de números”.

Considera positiva a relação umbilical entre a violência e a política exposta pelo filme. Adriano também estabelece conexões entre os personagens do filme e seus prováveis inspiradores na realidade, com quem ele teve proximidade em sua longa militância. “Apesar de não aparecer, alguns governadores foram até sócios dos esquemas criminosos controlados a partir da Secretaria de Segurança do Rio de Janeiro”, denuncia.

Fonte: Brasil de Fato

Até Jô Soares rejeita o BBB-11

O Big Brother Brasil, programa de baixarias e vilanias da TV Globo, causa cada vez mais rejeição e desconforto. Além da queda de audiência nestes primeiros dias da sua décima primeira edição, o BBB tem recebido críticas até das "estrelas globais" da própria emissora.

No final de janeiro, Jô Soares postou no seu twitter: "BBB = desligue a TV". Ao ser questionado sobre a sua dica, o apresentador, que está em férias, distante da direção da Rede Globo, ainda respondeu: "Liberdade de expressão. Eu falo do programa que eu quiser." Mas tentou evitar maiores danos. "Não estou incentivando ninguém a desligar a TV, desliga quem quer".

Um bando "sem graça"

Logo na sequência, Agnaldo Silva, autor de várias novelas da emissora, criticou o fato da transexual Adriana ter sido eliminada no primeiro paredão do programa. Ele escreveu no seu twitter: “Alguém falou e eu concordo: tirar Adriana do BBB é o mesmo que matar o protagonista da novela no primeiro capítulo. Fica sem graça!”.

O dramaturgo ainda esculhambou “aquele bando de homens com cara de quem não lava as partes há vários dias? Sem graça!”. E até aconselhou o diretor do programa: “Eu se fosse o Boninho virava a mesa, trazia a bicha de volta e, quando me perguntassem porquê, eu responderia: ‘por que quero, po**a’!”

"Eu não gosto mesmo"

Agora, no Jornal da Tarde desta segunda-feira (7), o ator José Wilker – que acumula um currículo de 55 novelas, 49 filmes e 30 peças – afirmou com todas as letras que o programa é entediante. Ele bateu duro na entrevista:

“Eu não gosto mesmo. Vi o Big Brother na casa de amigos. Aquilo me entedia um pouco. Na verdade, se trata de trabalhar com personagens pobres. E a coisa do dinheiro, em função de um comportamento, acaba nivelando as pessoas por baixo. Nada contra, mas eu não apostaria muito nisso”.

Campeão de baixarias na TV

Apesar das críticas "globais" e da baixa audiência - o BBB-11 amarga desde a estréia o pior índice da história do reality show –, a direção da Globo parece que não está disposta a mudar de rumo. O programa de baixarias, que explora os piores instintos humanos, ainda dá muito lucro à emissora.

Para seduzir novos telespectadores - a média das primeiras semanas do BBB alcançou 26 pontos no Ibope, abaixo dos 31 pontos registrados na décima edição, considerada a pior até então -, Boninho não vacila no jogo sujo.

O diretor tenta de tudo: paredão quádruplo com direito a duas eliminações de uma só vez; construção de uma casa de vidro num famoso shopping carioca para dar a chance de um dos cinco primeiros eliminados retornarem ao programa; e até a intervenção de Pedro Bial apelando para os participantes “curtirem a vida dentro da casa”. O BBB-11 entrará para a história como um dos programas mais abjetos da televisão brasileira.

Por Altamiro Borges, Blog do Miro

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