segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Brasil presidirá Conselho de Segurança

O Brasil assumirá a presidência do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) nesta terça-feira, 1º/2, e irá comandar o grupo até dezembro de 2011. O posto é rotativo e sempre ocupado por um dos 15 membros do órgão. Há anos, o Brasil tenta ocupar um assento permanente no conselho e defende sua reforma. Ao assumir o comando, o objetivo é ampliar os debates para as áreas de conflito nas regiões mais pobres do mundo.

As informações são confirmadas pelas Nações Unidas. No dia 11 de fevereiro, o Brasil promoverá um debate sobre as questões paz, segurança e desenvolvimento. O ministro das Relações Exteriores, Antônio Patriota, deverá participar das discussões. Na ONU, o Brasil é representado pela embaixadora Maria Luiza Ribeiro Viotti. De acordo com diplomatas que acompanham as discussões nas Nações Unidas, o momento é de observar com atenção o que ocorre no Kosovo, no Congo e em Guiné Bissau, além dos efeitos do plebiscito no Sudão.

No ano passado, em sessão das Nações Unidas em nome do governo brasileiro, o então ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, defendeu a reforma urgente da atual estrutura do Conselho de Segurança. Criado em 1945, depois da Segunda Guerra Mundial, o formato do órgão estabelece que cinco países tenham assento permanente e dez ocupem provisoriamente, por dois anos, as vagas.

Uma das propostas em discussão é que, entre os seus integrantes permanentes, sejam incluídos mais dois países da Ásia, um da América Latina, outro do Leste Europeu e um da África. Atualmente, são integrantes permanentes do conselho os Estados Unidos, Rússia, China, França e Inglaterra. Já o Brasil, Turquia, Bósnia Herzegovina, Gabão, Nigéria, Áustria, Japão, México, Líbano e Uganda são membros rotativos no órgão, com mandato de dois anos.

É o Conselho de Segurança das Nações Unidas que autoriza a intervenção militar em um dos 192 países-membros da organização e também que estabelece sanções – como ocorreu com o Irã, em junho. Os conflitos e crises políticas são analisados pelo conselho, que define sobre o envio e a permanência de militares das missões de paz. Em junho de 2010, Brasil e Turquia, que integram o Conselho de Segurança das ONU, votaram contra as sanções ao Irã. O Líbano se absteve da votação, mas 12 países foram favoráveis às restrições. Para a comunidade internacional, o programa nuclear do Irã é suspeito de produção secreta de armas atômicas. Os iranianos negam.

Por Renata Giraldi, Agência Brasil

O fim do jornalismo fácil

A mídia ainda não conseguiu ajustar-se ao estilo de Dilma Rousseff, que terça-feira (1/2) completa o primeiro mês do seu mandato. Na verdade, a mídia não conseguiu desencarnar do estilo, rotinas e parâmetros estabelecidos pelo antecessor.

Com Lula na presidência era fácil fazer jornalismo, ou pelo menos o tipo de jornalismo mais tosco, declaratório: bastava acompanhar os seus pronunciamentos quase diários, ouvir os descontentes e dali saía obrigatoriamente a manchete do dia seguinte.

Dilma Rousseff enfrentou o maior desastre já ocorrido no país enquanto administrava o habitual assalto do PMDB a cargos e verbas em troca de apoio e, nos intervalos entre os paroxismos, está oferecendo indícios de um tipo de atuação em clave baixa, com simbologias sutis, porém nítidas, que uma mídia destreinada ainda não está sabendo identificar. Nem analisar.

Hora de reciclar

O adiamento da escolha dos caças da FAB não foi uma evasiva, foi uma decisão clara diante das pressões das centrais sindicais por um aumento do salário mínimo acima do previsto no orçamento da União. Para ela, o equilíbrio fiscal é prioritário, a gastança precisa ser contida, porque a alternativa é uma inflação desembestada. Para acalmar os militares, escolhe a Argentina como destino da primeira viagem ao exterior para acertar uma parceria na área nuclear.

Na terceira saída de Brasília (depois da visita à região serrana do Rio devastada pelas chuvas e da homenagem ao ex-vice José Alencar, no dia da sua fundação de São Paulo), a presidente foi a Porto Alegre para participar de uma discreta cerimônia para lembrar as vítimas do Holocausto: acendeu velas e fez um pequeno discurso contra ditaduras e em favor dos direitos humanos.

A grande mídia comeu mosca, mal registrou o evento, mas a mídia internacional soube perceber a mensagem subliminar embutida no gesto – um tranco no tiranete iraniano Mahmoud Ahmadinejad, campeão mundial em negar o Holocausto.

Os porteiros das redações e os formadores de opinião carecem de uma reciclagem urgente. Se ficarem à espera de grandes proclamações no velho estilo Lula vão morrer de tédio.

Por Alberto Dines, Observatório da Imprensa

A cruzada da mídia contra o Brasil

Uma ampla e articulada campanha - espontânea não é - que se consolida na mídia quer que o Brasil corte gastos sociais, reduza salários, controle seu crescimento econômico e o aumento do emprego, da renda, e da demanda agregada. Querem sangue. Parece não estarem vendo o que está acontecendo no mundo.

Verdadeira cruzada contra o país, esta campanha agora ganha destaque internacional com as afirmações contidas em um relatório com cheiro de mofo do FMI. Isso mesmo, relatório evidentemente cantado em prosa e verso pelo Jornal Nacional e por toda a mídia conservadora e de oposição.

O argumento é o de sempre: há um choque de demanda sem a correspondente oferta, o que produz inflação. Para eles, estamos perigosamente atingindo o pleno emprego, há escassez de trabalhadores qualificados e nossa economia não consegue atender a demanda que cresce. Por isso, ameaçam-nos com o fantasma da inflação e do estrangulamento externo.

Tudo culpa do governo...

Tudo culpa do governo e de seus gastos, de seu endividamento, do baixo superávit, dos aumentos (reais no governo Lula) do salário mínimo e dos benefícios da Previdência. Acusam o governo, inclusive, de maquiar o superávit com operações contábeis duvidosas, mas que são tão reais quanto o aumento da receita tributária.

Tem mais: querem o fim dos empréstimos para a agricultura, saneamento, habitação, indústria, das exportações subsidiadas e dos bancos públicos. Alegam que os juros são altos porque estes financiamentos, além de os distorcerem, também expandem a base monetária do país.

Como vemos uma receita e tanto que desconhece o mundo em que vivemos. Basta comparar nosso déficit nominal e nossa dívida pública, e mesmo nosso déficit em conta correntes, com os dos Estados Unidos e Europa para constatar que somos uma ilha de controle e rigor fiscal.

Fora o fato de que o endividamento das famílias e empresas nesses países já atinge 100%, 200%, 300% do PIB, quando aqui ainda nem chegou aos 50%.

Campanha ignora medidas adotadas

Sequer levam em conta as medidas do Banco Central (BC) para conter o crescimento do crédito e a valorização do real. Nem mesmo o aumento da taxa Selic em 0,5% em meados deste mês (de 10,75% para 11,25% ao ano).

Não consideram, pelo contrário, ignoram o anúncio pelo governo do contingenciamento do orçamento de 2011. Tampouco a posição da administração Dilma Rousseff de cumprir fielmente o acordo sobre o salário mínimo é levada em conta.

Exigem mais, querem deter o crescimento, reduzí-lo a 3% ao ano. Tudo com um propósito: quando o clamor popular se transformar em oposição ao governo, derrotá-lo nas urnas, ou nas já conhecidas campanhas cívicas moralistas. A última eleição, a campanha eleitoral do ano passado, foi um pequeno trailer, um filme a que já assistimos e, espero, não ajudemos a reprisar.

Por Blog do Zé

Twitter Delicious Facebook Digg Stumbleupon Favorites More

 
Cheap Web Hosting Aranhico Diretório Seo Tec Sites do Brasil Directory Link - Quality Directory Submission Services.