quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

A imprensa tradicional e o desafio da credibilidade

Sem repercussão nos jornais de circulação nacional, o site especializado em comunicação AdNews colocou no ar, segunda-feira (31/1), uma reportagem sobre o dilema vivido pela imprensa tradicional diante da necessidade de financiar suas operações online. Sob o título "Nem só de publicidade vive o bom jornalismo", o texto escancara o estado de incerteza que afeta as decisões das empresas jornalísticas.

Representantes dos principais diários do país afirmam que sabem da necessidade de cobrar pelo acesso ao conteúdo através da internet, mas reconhecem que dificilmente conseguirão manter seus leitores online se exigirem pagamento pela leitura de todos os seus conteúdos.

Os gestores da mídia brasileira estão de olho nos resultados do New York Times, que decidiu fechar o acesso gratuito, passando a cobrar uma assinatura mensal de US$ 20 para a leitura de seus conteúdos jornalísticos na interneet.

Leitores fiéis

Embora alguns observadores entendam que o tradicional jornal americano vai perder poucos leitores com essa medida, ganhando em troca uma importante fonte de receita, o modelo pode não servir para o Brasil. Por aqui não existe a tradição de valorizar o jornalismo de qualidade, avaliam alguns dos entrevistados, o que tornaria um risco limitar o acesso a quem paga.

O dilema não se refere ao momento presente, quando os jornais se beneficiam do crescimento econômico do país e da consolidação de uma nova classe média que precisa aprender a operar em outros padrões sociais.

O conteúdo produzido originalmente para o papel já tem acesso condicionado nos portais, na maioria dos jornais brasileiros, mas essa situação tende a se complicar com o crescente número de pessoas, principalmente os mais jovens, que preferem se informar através de aparelhos eletrônicos. Desconfia-se de que eles não aceitariam pagar para ler reportagens.

De modo geral, um grande jornal brasileiro como o Estado de S.Paulo tem 65% de seu faturamento originado em publicidade, mas essa receita não é suficiente para pagar a produção jornalística.

Manter uma carteira de leitores fiéis ainda é fundamental.

Novas tendências

A equação parece bem resolvida no presente, também porque a maioria das empresas tradicionais fatura adicionalmente com os chamados títulos "populares", lançados na esteira do surgimento da nova classe média, nos últimos anos.

Esses jornais têm um custo baixo de produção e captam muita publicidade miúda. Portanto, o dilema não é como financiar o jornalismo em si. O desafio é: como promover o encontro entre o jornalismo de qualidade e um modelo de negócio sustentável?

Esse dilema só se apresenta porque há na sociedade grandes questionamentos sobre a credibilidade da imprensa. A insegurança dos gestores em apostar no acesso exclusivo para quem pode ou aceita pagar tem origem na falta de garantias de que o conteúdo jornalístico oferecido pelas empresas tradicionais atende as necessidades essenciais do leitor.

Diante de um histórico de dificuldade para se antecipar a novas tendências, marca de um jornalismo conservador, fica difícil apostar que a imprensa vai acumular rapidamente as qualidades que a tornaram, em tempos passados, uma instituição de valor para a sociedade.

Por Luciano Martins Costa, Observatório da Imprensa

Banda larga e o acordo Brasil-Argentina

Brasil e Argentina pretendem fundir seus projetos de massificação da internet de alta velocidade e, para isto, firmaram ontem um acordo de cooperação bilateral que prevê investimentos conjuntos e incentivos para a fabricação de equipamentos.

Pelos termos firmados entre os dois países, está prevista a criação de um conselho, integrado pelo Ministério das Comunicações brasileiro e pelo Ministério do Planejamento Federal, Investimento Público e Serviços e pela Comissão de Planejamento e Coordenação Estratégica do Plano Nacional de Telecomunicações Argentina Conectada, do lado argentino.

Abaixo os principais pontos do acordo:

Interconexão: trocar experiências com planos de fibra ótica a cargo dos operadores nacionais de ambos os países com incumbência de desenvolver redes estatais; incorporar aos projetos regionais de integração física entre os dois países a implantação de dutos para a passagem de cabos e fibra ótica; coordenar esforços no projeto de transposição de cabo óptico do Oceano Atlântico; implementar Ponto de Troca de Tráfego na região da fronteira até 2013.

Regulação: trocar informações em matéria de legislação, normas jurídicas e técnicas sobre espectro e padronização das comunicações nos dois países.

Política Industrial: estabelecer associação estratégica na produção de equipamentos e trocar informações sobre programas e políticas na área industrial que visem tornar acessíveis aos cidadãos brasileiros e argentinos equipamentos de acesso à internet. Envidar esforços no sentido de interconectar a ARSAT e a TELEBRÁS, as duas estatais argentina e brasileira.

Inclusão Digital: intercambio de experiências exitosas na área de inclusão digital nos dois países.

Conteúdos Digitais Interativos: trocar experiências de plataformas e ferramentas na área de tecnologia da informação, além de, entre outros, desenvolver a produção conjunta de conteúdos digitais e interativos; instalar centros de armazenamento e processamento de dados como forma de internalizar o tráfego de dados em seus territórios.

Concertação Política: participar de forma coordenada nos fóruns internacionais sobre sociedade da informação, em especial nos temas relativos à governança na internet.

Pesquisa: buscar coordenação entre as instituições de capacitação na área de telecomunicações e interconectar as redes de pesquisa e desenvolvimento.

Financiamento: trabalhar coordenadamente na definição de mecanismos de financiamento e acesso a crédito para projetos estratégicos na área, sejam públicos ou privados.

Por Wilian Miron, publicado no blog de Luis Nassif

Twitter Delicious Facebook Digg Stumbleupon Favorites More

 
Cheap Web Hosting Aranhico Diretório Seo Tec Sites do Brasil Directory Link - Quality Directory Submission Services.