quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Professoras dizem ter sido vetadas por obesidade

Candidatas a um cargo de professora da rede estadual paulista afirmam que foram impedidas de assumir o trabalho por serem obesas.A Folha recebeu reclamações de cinco docentes de três cidades diferentes da Grande SP, que dizem que seus exames clínicos não tinham alteração e, mesmo assim, foram consideradas "inaptas" pelo Departamento de Perícias Médicas de SP.As professoras participaram do concurso que selecionou 9.304 docentes para dar aulas a partir deste ano.

Elas foram aprovadas em uma prova, participaram de um curso de formação e passaram em uma segunda prova. No começo deste ano, foram submetidas à perícia.Na semana passada, ouviram dos diretores de escolas onde dariam aula que foram reprovadas no exame.

Elas afirmam que ainda não tiveram acesso ao laudo e que não foram informadas oficialmente do motivo da reprovação. Entraram com recurso e com um pedido de vistas do resultado.

Duas dizem que ouviram dos médicos, no dia da consulta, que provavelmente não seriam aprovadas pela perícia em razão do peso.
Elas têm de 90 kg a 114 kg e duas delas são obesas mórbidas, com IMC (Índice de Massa Corporal) acima de 40.

"O endocrinologista disse que eu não passaria porque estou obesa. Mas meus exames de colesterol, diabetes, eletrocardiograma estão todos bons", afirma Lídia Canuto de Souza, 30, professora de matemática da rede há três anos, como não efetiva."Ouvi do médico que eu estava deformando meu corpo e que teria problemas de saúde no futuro. Não tinha uma alteração nos 15 exames que fiz", diz Andréia Pereira, 36, professora de artes.

Uma sexta professora obesa, que ainda não sabe se é considerada apta, diz ter ouvido o mesmo do médico.
Entre os casos ouvidos pela Folha, há o de uma professora de inglês que é concursada na rede há 12 anos. No novo concurso, buscava a possibilidade de dar aulas de português. "Nunca peguei licença por causa do peso, nunca tive problema de saúde", afirma Fátima Fernandes, 41, que diz que já era obesa.

A Secretaria de Gestão Pública, responsável pela perícia, não comentou caso a caso. Disse que "há casos em que a obesidade pode ser considerada doença, segundo os padrões da OMS [Organização Mundial da Saúde]".

A OAB-SP e advogados ouvidos pela Folha afirmam que a exclusão de um candidato por obesidade é considerada discriminação e fere a Constituição Federal.Endocrinologistas afirmaram que a obesidade não é fator de inaptidão para a função de professor.

"Há um preconceito contra o obeso. Isso não é motivo para ele ser excluído da seleção", diz Marcio Mancine, presidente do departamento de Obesidade da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia.

Folha.com

O futuro do WikiLeaks

O modelo do WikiLeaks veio para ficar, não há dúvida. Só resta saber como ele vai ser replicado e o que isso vai significar para o jornalismo internacional. Por Natalia Viana, em Carta Capital

Pra quem estava se perguntando isso, algumas boas dicas surgiram nos últimos dias. Primeiro, a rede Al Jazeera, financiada pelo governo do Catar, abriu um site parecido com o WikiLeaks, que assegura o anonimato dos informantes que entregam documentos. Pouco depois de ser lançado, o site já era um hit: centenas de documentos sobre as negociações entre israelenses e palestinos foram obtidos e divulgados pela rede, em parceria com outro jornal tradicional, o Guardian.

O site OpenLeaks, fundado por outro fundador do WikiLeaks, Daniel Domscheit-Berg, também vai na mesma direção. Em vez de publicar os documentos na rede, Daniel promete ser apenas um intermediário entre whistleblowers e veículos de mídia. O informante que quiser entregar documentos poderá escolher qual veículo que prefere para a divulgação.

Agora, o New York Times divulgou que está considerando abrir também um site como o WikiLeaks, “para não ficar dependente” da organização.

Não é surpreendente, mas é bastante interessante ver que a mídia tradicional, depois de criticar ferrenhamente o WikiLeaks -ao mesmo tempo em que usou bastante seus serviços – agora resolve abraçar o modelo, acrescentando o seu próprio nome e o inquestionável adjetivo “jornalístico”.

O mesmo New York Times cujo editor disse que o WikiLeaks não é uma organização jornalística, aliás.

Há uma diferença, porém: o que faz do WikiLeaks uma ferramenta sedutora é o compromisso em divulgar o máximo possível, desde que preservada a segurança das fontes, e o objetivo – ingênuo para alguns – de fazer justiça com jornalismo.

O WikiLeaks conseguiu uma chancela pública em poucos anos, graças à estratégia montada por Julian Assange, um jovem empreendedor sem papas na língua que ainda sonha em mudar o mundo. O dinheiro vem de doações. E a maior defesa do WikiLeks tem sido o apoio público.

“Justiça é o objetivo. Transparência é o método”, disse ele em entrevista ao jornalista australiano John Pilger.

Resta saber se os veículos tradicionais – que são empresas e têm lá seus compromissos, como dar lucro – vão conseguir o mesmo respaldo que o Wiki conseguiu, utilizando a mesma filtragem de sempre e seguindo no mesmo modelo que hoje, com a internet, dá mostras de estar em decadência.

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