quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

O futuro do WikiLeaks

O modelo do WikiLeaks veio para ficar, não há dúvida. Só resta saber como ele vai ser replicado e o que isso vai significar para o jornalismo internacional. Por Natalia Viana, em Carta Capital

Pra quem estava se perguntando isso, algumas boas dicas surgiram nos últimos dias. Primeiro, a rede Al Jazeera, financiada pelo governo do Catar, abriu um site parecido com o WikiLeaks, que assegura o anonimato dos informantes que entregam documentos. Pouco depois de ser lançado, o site já era um hit: centenas de documentos sobre as negociações entre israelenses e palestinos foram obtidos e divulgados pela rede, em parceria com outro jornal tradicional, o Guardian.

O site OpenLeaks, fundado por outro fundador do WikiLeaks, Daniel Domscheit-Berg, também vai na mesma direção. Em vez de publicar os documentos na rede, Daniel promete ser apenas um intermediário entre whistleblowers e veículos de mídia. O informante que quiser entregar documentos poderá escolher qual veículo que prefere para a divulgação.

Agora, o New York Times divulgou que está considerando abrir também um site como o WikiLeaks, “para não ficar dependente” da organização.

Não é surpreendente, mas é bastante interessante ver que a mídia tradicional, depois de criticar ferrenhamente o WikiLeaks -ao mesmo tempo em que usou bastante seus serviços – agora resolve abraçar o modelo, acrescentando o seu próprio nome e o inquestionável adjetivo “jornalístico”.

O mesmo New York Times cujo editor disse que o WikiLeaks não é uma organização jornalística, aliás.

Há uma diferença, porém: o que faz do WikiLeaks uma ferramenta sedutora é o compromisso em divulgar o máximo possível, desde que preservada a segurança das fontes, e o objetivo – ingênuo para alguns – de fazer justiça com jornalismo.

O WikiLeaks conseguiu uma chancela pública em poucos anos, graças à estratégia montada por Julian Assange, um jovem empreendedor sem papas na língua que ainda sonha em mudar o mundo. O dinheiro vem de doações. E a maior defesa do WikiLeks tem sido o apoio público.

“Justiça é o objetivo. Transparência é o método”, disse ele em entrevista ao jornalista australiano John Pilger.

Resta saber se os veículos tradicionais – que são empresas e têm lá seus compromissos, como dar lucro – vão conseguir o mesmo respaldo que o Wiki conseguiu, utilizando a mesma filtragem de sempre e seguindo no mesmo modelo que hoje, com a internet, dá mostras de estar em decadência.

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