sábado, 11 de dezembro de 2010

Mais vexame da diplomacia do EUA: fazem relatório tendo a revista Veja como fonte

O WiliLeaks vazou telegrama de 2005 do embaixador estadunidense no Brasil. Nele repete um boato falso propagado pela revista Veja em "reporcagem" de 2003: acusa a então ministra Dilma de ser "o cérebro" do "assalto do cofre do Adhemar".

É mais um vexame da diplomacia estadunidense. Se consultassem no google, comprovariam que até mesmo sites de extrema-direita (como o Ternuma) contam outra versão muito diferente da revista Veja, sem o envolvimento de Dilma. Aliás, a própria revista Veja da época, de 1969, quando não era tão ruim como é hoje, fez reportagem sobre a ação, sem qualquer menção à Dilma.

Detalhes: Mesmo que tivesse participado, no contexto da época, o cofre do Adhemar foi, na prática, uma operação de busca e apreensão feita por guerrilheiros (para financiar a resistência à ditadura).

Adhemar de Barros foi governador e prefeito de São Paulo, ficando conhecido pela frase "rouba, mas faz". O cofre era dinheiro ilegal, supostamente oriundo da corrupção.

Nesta época era ilegal ter esse monte de dólares clandestinos, em espécie, no Brasil.

Era dinheiro sem origem lícita (leia-se: oriundo de corrupção).

Ficava na casa de uma amante (Anna Capriglione), no Rio de Janeiro. Diziam que Adhemar tinha alguns cofres destes, espalhados em endereços diferentes.

Adhemar, além de político, era industrial, e empresários como ele financiavam a famigerada operação OBAN, com dinheiro sujo ou da corrupção ou surrupiado dos salários dos trabalhadores (que eram arrochados e não podiam nem protestar por reajustes, e muito menos fazer greve).

Acreditavam que havia documentos incriminadores no cofre, que poderia desmoralizar Adhemar, um dos articuladores do golpe de 1964. Mas a própria existência do cofre clandestinho, com uma fortuna em dólares, vir ao conhecimento do público, já desmoralizava o político golpista e deixava o próprio governo ditatorial em saia justa.

O Brasil não tinha um governo legitimamente constituído. O regime perseguia e vasculhava a vida dos adversários, mas não investigava a corrupção de aliados como faz a Polícia Federal hoje, legalmente, em plena democracia. O regime protegia e "não incomodava" aliados como Adhemar, mesmo com todos indícios.

Quem passou as informações do cofre foi o próprio sobrinho da Anna Capriglione, que ficou sabendo e também militava contra a ditadura.

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de política Brasil: Os amigos do Presidente Lula

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