sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Consumo das famílias cresce há 28 trimestres

Um "ciclo virtuoso" de aumento de crédito, emprego e renda levou o consumo das famílias à 28.ª alta trimestral consecutiva, de acordo com os dados sobre o PIB divulgados ontem pelo IBGE. O item, que tem peso de 60% no cálculo da soma das riquezas do País, teve alta de 5,9% no terceiro trimestre de 2010, em relação a igual período do ano passado.

Segundo o coordenador de Contas Nacionais do IBGE, Roberto Olinto, a alta foi sustentada pelo aumento dos salários e do crédito. A massa salarial real cresceu 10,2% entre julho e setembro, enquanto o saldo das operações de crédito para pessoas físicas cresceu 17,1%.


Em relação ao segundo trimestre, o consumo teve expansão de 1,6% e, no acumulado de 2010, a alta é de 6,9% - números positivos, segundo Vale. "Na margem, o crescimento continua forte. Li o resultado como bem positivo", diz o economista. Ele projeta expansão de 5,6% para o indicador no último trimestre de 2010.

Comportamento

Para Ernesto Lozardo, professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV), o aumento da renda das famílias traz a reboque uma mudança de comportamento do consumidor brasileiro, que ficou mais exigente, tanto em alimentos quanto em bens de consumo. "Foi-se o tempo em que as pessoas aceitavam qualquer coisa."

Uma pesquisa do instituto Data Popular, especializado na classe C, mostra que esse consumidor usa 30% de sua renda em produtos de baixo custo, índice que sobe a 35% nas classes A e B. Por trás disso, explica a entidade, está um menor espaço para "testes" - se o consumidor comprar uma marca de má qualidade, terá de consumi-la o mês inteiro.

"A população come melhor e consome produtos melhores. Isso não vai ser freado", diz o professor da FGV.

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