sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Consumo e serviços podem levar o PIB a 8%

O crescimento vigoroso da economia durante a primeira metade do ano perdeu força no terceiro trimestre. Entre julho e setembro, o Produto Interno Bruto (PIB) avançou 0,5% em relação aos três meses anteriores e 6,7% sobre igual período de 2009, consolidando a desaceleração aguardada pelos analistas. O fraco desempenho da indústria, impactada por estoques elevados e importações excessivas, e da agropecuária ajuda a explicar a pisada no freio. Em contrapartida, o consumo das famílias e os investimentos mantiveram o ritmo e sustentaram boa parte da expansão. No balanço de perdas e ganhos, tudo indica que o Brasil caminha a passos largos para fechar 2010 com crescimento anual entre 7,5% e 8% — o melhor resultado desde 1986, ano do malfadado do plano Cruzado. Confirmado tal desempenho, o avanço médio da economia nos oito anos do governo Lula ficará em 4,1% ao ano, quase o dobro da média de Fernando Henrique Cardoso, de 2,3% anuais.
O resultado de 2010 poderá superar as expectativas, dependendo da performance verificada de outubro a dezembro — período marcado por recordes de produção e vendas. A projeção do varejo é que este seja o melhor Natal em quase uma década, diante do forte salto do emprego e da renda. Para 2011, no entanto, os economistas avaliam que o ritmo do crescimento cairá quase à metade — para 4,5% —, por causa das restrições ao crédito impostas pelo Banco Central e da quase certa elevação da taxa básica de juros (Selic). “Mas, mesmo desacelerando, 2001 ainda será um ano muito bom, pois o avanço se dará sobre uma base muito forte”, disse Zeina Latif, economista sênior para a América Latina do Royal Bank of Scotland.

No ranking das nações que já divulgaram as taxas de crescimento do terceiro trimestre e as comparam com o segundo, o Brasil (0,5%) aparece em oitavo lugar, atrás de Chile (2%), Japão (,9%), Reino Unido (0,8%), México (0,7%), Alemanha (0,7%), Coreia do Sul (0,7%) e Estados Unidos (0,6%). Entre os que fazem parte do Bric, grupo de nações emergentes que atualmente crescem a taxas mais elevadas do que as economias industrializadas —, o Brasil (6,7%) ocupa o terceiro lugar, atrás de China (9,6%) e Índia (8,9%), superando apenas a Rússia (2,7%). Correio

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