Um efeito positivo da queda do dólar revelado pelos dados do PIB é o crescimento das importações de máquinas e equipamentos e a consequente ampliação da capacidade produtiva do país, segundo especialistas.
Ao lado da maior produção doméstica de bens de capital, as importações dessa categoria sustentaram o crescimento de 3,9% dos investimentos no terceiro trimestre, que, diferentemente do PIB como um todo, pouco perderam ritmo ante o segundo trimestre (alta de 4,3%).
Na comparação com o mesmo período de 2009, os investimentos subiram menos -21,2% no terceiro trimestre ante 28,1% nos três meses anteriores-, mas ainda mantiveram um ritmo forte, segundo especialistas.
“Há um novo ciclo de investimentos, com o barateamento das importações e o crescimento da produção de máquinas”, diz Bráulio Borges, economista da LCA.
Como proporção do PIB, em valores, os investimentos chegaram a 19,4% no terceiro trimestre, somente abaixo da marca pré-crise alcançada em igual período de 2008 (20,6%) na série do IBGE iniciada em 2000.
“É um recorde para os padrões da economia brasileira, mas ainda insuficiente para sustentar um crescimento sem inflação e outros gargalos na faixa de 4,5%”, diz Borges, acrescentando que o mínimo ideal da taxa de investimento é de 22%.
Já o PIB da construção civil caiu 2,3% do segundo para o terceiro trimestre, mas cresceu ante o mesmo trimestre de 2009 (9,6%).
Na opinião de Bernardo Wjuniski, da Tendências, deve haver expansão do consumo do governo, após a restrição a uma série de gastos e inaugurações de obras imposta pela legislação eleitoral nos meses anteriores ao pleito.
Por Fernando Cazian e Pedro Soares – Folha de São Paulo
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